quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Por um meio rural mais justo 
Produtos da agroindústria são reconhecidos pela mão-de-obra familiar e pelos ingredientes oriundos da roça
 fonte: www.folhadaterra.com.br
Para visitar a lojinha da família Lorenção, na Tapera, primeiro é preciso passar por um gracioso caminho de areia branca contornado por pedras e flores muito coloridas. No final, além da visão de um espaço rústico muito simpático e decorado com lindas fotos antigas, o visitante conhece o que podemos chamar dos fundos de uma tradicional casa de descendentes de imigrantes italianos.
Numa mesa enorme, pode-se observar pessoas colando rótulos nos vidros de antepastos ou mesmo alguém da família batendo papo com algum turista ou jornalista. Um pouco mais adiante, ainda antes da lojinha, a ocupação é na embalagem de feijão, brócolis... Tudo vai ao mercado consumidor com a marca de uma grande família que trabalha unida. 
Em breve alguns produtos oriundos da propriedade sairão com um diferencial: são alimentos que chegarão ao consumidor identificado com o Selo da Agricultura Familiar. Em Venda Nova, além da família Lorenção, outras propriedades comemoram a conquista do Selo concedido desde a safra 2009/2010 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário- MDA: a do casal Eliete e Cláudio Altoé  e a de Derli Falqueto, em Bananeiras.
Em Venda Nova, a propriedade na Tapera foi a que mais teve alimentos aprovados nos critérios de concessão do selo. Cinco recebem esse aval: os antepastos de abobrinha com peperonata, o de berinjela e a caponata italiana, além da pimenta recheada e do tomate seco. Tanto o socol (produção que envolve toda a família) quanto o antepasto de berinjela com bacon estão sendo avaliados pelo Ministério. 
Esses alimentos têm a frente o trabalho do casal Dete e José Ednes Lorenção, que também conta com a força do filho Bernardo e, em algumas vezes, com o trabalho da filha Gracci, que estuda fora e ajuda em alguns finais de semana. Esse núcleo faz parte da família dos patriarcas Cacilda Caliman e Máximo Lorenção, que envolvem ainda mais outros filhos na linha de produção da propriedade. 
Além de valorizar a produção agrícola familiar, o Selo permite que o consumidor tenha acesso a alimentos de qualidade produzidos em um meio rural mais justo e por meio de uma produção sustentável. Com validade de cinco anos, é concedido para identificar produtos como verduras, legumes, polpas de frutas e laticínios, entre outros. Além de garantir mais informações e segurança alimentar ao consumidor, o Selo veio para estimular a economia nacional a partir da ampliação da comercialização de produtos da agricultura familiar. 
O principal critério para adesão ao Selo estabelece que 51% dos gastos da principal matéria-prima do produto tenham origem na agricultura familiar, setor que responde por 70% dos alimentos que chegam diariamente à mesa dos brasileiros. Os agricultores com Declaração de Aptidão ao Pronaf -DAP também terão direito automático ao Selo, conforme divulgou o site do MDA. 
Produção
Numa rotina frenética de trabalho, a família Lorenção mantém um cronograma de atividades para dar conta de manter os alimentos na prateleira e nos pontos de venda. A produção de socol, por exemplo, envolve vários dias, sendo que a carne precisa ser temperada e colocada para descanso durante dois dias e só depois ser embalada para futura comercialização. Para esta parte final, a terça-feira é reservada.
As receitas com berinjela também envolvem vários dias, pois o vegetal precisa ser desidratado para só depois receber o azeite. Dete explica que a matéria-prima mofa se não passar por este processo. Um dia da semana é reservado somente para a produção dos alimentos que vão para Vitória, menos o envoltine (um enroladinho feito com berinjela e recheado com socol, tomate seco e gengibre) e os pestos que levam manjericão e o tomate seco. Sábado e domingo são dias exclusivos para o atendimento ao público, que também é recebido nos dias de produção.
Com essa rotina sob observação, pois é preciso otimizar o tempo e respeitar a natureza das matérias-primas, Dete já percebeu o público de acordo com os dias da semana. ”As segundas e terças-feiras aparecem os casais em lua de mel. Já as quartas, os autoguiados, isto é, os que chegam por conta própria, sem a interferência de guias ou indicação de hotéis. Já os representantes comerciais preferem as quintas, quando se preparam para voltar para casa. As sextas, sábados e domingo são turistas de eventos, encontros e de pacotes de viagem, além é claro das famílias que saem de suas cidades para conhecer mais de perto a região”. 
Saiba mais sobre as iguarias
Abobrinha com peperonata: feito no azeite, é um antepasto que leva ervas, alho e abobrinha e pimentão italiano. Vai bem com torrada e como entrada. 
Antepasto de berinjela- feito com o vegetal, como o próprio nome sugere, também leva sete ervas, alho, pimenta calabresa e azeite. 
Pimentão recheado- receita criada no ano passado, que leva o vegetal italiano (em tamanho pequeno) recheado com macadâmia, tomate seco, alcaparras, alho e outros temperos.
Tomate seco- é feito com tomate italiano cultivado na propriedade. Leva alho, azeite, loro, alcaparras, ervas e azeite. 
Caponata- antepasto com macadâmia, ervas de Provance, pimentão vermelho e amarelo.

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