quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sequenciador que ‘lê’ genomas em tempo recorde chegará ao Brasil


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O Hospital A.C. Camargo, instituição de São Paulo especializada em câncer, foi o primeiro do Brasil a comprar o sequenciador que é capaz de ler genomas humanos em apenas um dia por 1 mil dólares (pouco mais de R$ 2 mil). A máquina, chamada de Ion Proton, tem a condição de acelerar o processo de pesquisas e de análise genômica com a interpretação de um determinado número genomas, até então não possível de sequenciar, em um tempo recorde.
De acordo com a assessoria do hospital, além da instituição em São Paulo, a Fiocruz do Paraná também foi uma das compradoras do aparelho. No total, são apenas cinco disponíveis no mundo inteiro. O preço por genoma, considerando o valor em real e somando os impostos, pode chegar a quase R$ 3 mil. “Ele vai ser importante para pesquisas, mais do que gerar a leitura computadorizada e automatizada das sequências. É importante ter a interpretação correta dos dados”, afirmou a assessoria.
Para o biólogo, bioquímico e pesquisador do Hospital A.C.Camargo, Emmanuel Dias-Neto, o sequenciador vai ajudar a encontrar se existe algo de errado nas células do paciente e, caso seja identificada a presença de um tumor, identificar qual tipo de tratamento seria o mais adequado. “Ele promete ser muito revolucionário por algumas características inerentes a ele, relacionadas principalmente a custo e velocidade com que consegue liberar os dados”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, a nova e mais barata tecnologia custou cerca de 350 mil dólares e tem previsão de chegar ao hospital no final de setembro. Uma equipe dos Estados Unidos vem ao País em outubro para fazer o treinamento adequado.
Dias-Neto conta que há 10 anos, o sequenciamento de genomas de um paciente demoraria 15 anos para ficar pronto, além do preço mais alto. Agora, com o Ion Proton, será possível descobrir detalhes da doença que vão ajudar no tratamento do paciente. “O problema de hoje é que sabemos que pacientes se beneficiam mais com quimioterapia ou radioterapia depois do tratamento. Na medida em que for descoberto o marcador que vai permitir com segurança total e absoluta o tipo de tratamento ao paciente, reduzo o tempo de medicação e de internação, por exemplo”, afirmou.
Segundo ele, a probabilidade de o processo apresentar algum tipo de erro é muito baixa. “O sequenciamento é pesado, cada base do genoma é sequenciada pelo menos 50 vezes”, disse. “Se o aparelho erra em regiões do genoma que são repetidas, vou confirmar com outra tecnologia para ter certeza”, concluiu.
O pesquisador conta ainda que o aparelho será usado inicialmente para casos de tumores específicos. “Os pacientes que estão sendo atendidos no hospital serão contatados e convidados a participar da pesquisa”, disse Dias-Neto.
O hospital também vai servir como um centro de apoio para pesquisas de outras instituições e outras áreas da saúde, como o mal de Alzheimer, o autismo, transtorno bipolar e a esquizofrenia. (Fonte: Portal Terra)
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