sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Colômbia "blinda" produtores com preços mais altos para café especial




Cafés especiais ganham mais mercado e 40% da área cafeeira da Colômbia já produz esse tipo de grão. Enquanto o preço mundial continua em um nível abaixo dos 2 dólares por libra, para 130 mil cafeicultores colombianos esse preço é apenas uma referência mínima. Eles são cerca de 23% dos 563 mil cafeicultores do país. E qual a razão para essa "indiferença" em relação aos preços? É que eles vendem muito acima do valor de referência, pois seus cafés são catalogados como "especiais" e, portanto, possuem um sobrepreço no mercado mundial.
 
Alguns, como Arnulfo Leguízamo, cafeicultor de Huila, já tem vendida suas duas próximas safras a uma cadeia de supermercados dos Estados Unidos. Além disso, por apenas uma libra pagarão 45 dólares, resultante de um processo de venda através de um leilão de cafés especiais, realizado pela Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) no final do ano passado. "Oxalá esse país tivesse 800 mil 'Leguízamos'", disse Luis Genaro Muñoz, diretor executivo da Federação, em referência aos preços de venda e da qualidade do grão.
 
Hoje, dos 921 mil hectares plantados com café no país, ao menos 40% (370 mil hectares) estão dedicados à produção de cafés especiais, sendo que o dirigente espera que esse volume tenha um incremento de mais 100 mil hectares, atingindo 50% da área cafeeira do país. "Assim, a maior produção de cafés especiais se explica, principalmente, por um aumento no número de cafeicultores vinculados, o que permite esperar que a tendência seja de ano nos anos vindouros", disse Muñoz.
 
Segundo Andrés Valencia, diretor comercial da entidade, "no mercado externo, 71% das exportações da Federação são cafés especiais e com valor agregado — processados e industrializados —, que somam 1,6 milhão de sacas, das 2,3 milhões embarcadas pela Federacafe", sustentou.
 
Valencia destacou o caso da Holanda, onde está por ser estabelecido que todo o café que ali se consome tenha algum grau de certificação, ou seja, que seja especial por alguns de seus processos de produção e benefício.
 
A Europa é o destino preferencial, pois o mercado exige cafés que sejam sustentáveis social e economicamente e, além disso, com certificação. Esse tipo de procedimento é realizado por entidades como Rainforest AllianceFair Trade, 4C, Nespresso, UTZ, entre outras, que asseguram que os processos de produção ou o café cumpram com as condições estabelecidas pelos compradores, como uso moderado de praguicidas, conservação de águas e dos solos e o descarte correto dos resíduos da produção.
 
Hoje, a Colômbia conta com compradores com que tem uma relação comercial de longa data, como a Emeral Mountain, do Japão, Nespresso, da Suíça, e Starbucks, dos Estados Unidos, que naturalmente têm forte demanda por cafés especiais. O diretor executivo também destacou a necessidade de que existam mais cafeicultores envolvidos, já que o futuro, segundo ele, é mais otimista, já que a demanda por café continua a crescer de forma sustentada.
 
CNC Café

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