segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Filme tenta desvendar acusações contra Assange na Suécia; assista


Filme tenta desvendar acusações contra Assange na Suécia; assista

O filme, com reportagem de Andrew Fowler a apresentação de Kerry O'Brien, busca esclarecer as questões judiciais e políticas envolvidas na acusação a Julian Assange, fundador do Wikileaks, como quem são as acusadoras do suposto estupro e por que razão levaram meses para apresentar queixa contra o jornalista.

São Paulo – A legislação sueca sobre relações sexuais sem preservativo, os detalhes da acusação a Julian Assange, criador do Wikileaks, e os interesses dos Estados Unidos no processo judicial foram os temas da discussão promovida após a exibição do filme “Sex, Lies and Julian Assange”, na Sala Crisantempo, na cidade de São Paulo.

O filme, com reportagem de Andrew Fowler a apresentação de Kerry O'Brien, busca esclarecer as questões judiciais e políticas envolvidas na acusação a Assange, como quem são as acusadoras do fundador do Wikileaks e por que razão levaram meses para apresentar queixa contra o jornalista, “uma das pessoas mais legais do mundo”, segundo mensagens de uma das acusadoras. 

Participaram do debate, após a apresentação do filme, os jornalistas Lino Bocchini, editor-chefe da revista Trip e criador do blog fAlha de S. Paulo, e Natália Viana, fundadora da agência Pública de jornalismo investigativo e parceira do Wikileaks no Brasil, além de Pedro Abramovay, professor de Direito na FGV-Rio.

“Sem fazer julgamento de [a acusação] ser ou não ser uma fraude, o filme deixa claro que ele não terá nenhuma liberdade se extraditado para a Suécia”, disse Natália Viana. A jornalista também levanta alguns pontos sobre três fatos ocorridos nos últimos dias. Primeiramente, Natália falou sobre a relação de grande proximidade entre a acusação britânica e a promotoria sueca.

Falou ainda sobre o fato de a administração do presidente dos EUA, Barack Obama, ter sido “o governo que mais processou os vazadores de informação, mais do que todos os governos anteriores juntos”, aparentemente uma bandeira importante para os norte-americanos. O último ponto levantado por ela foi a prisão preventiva de um hacker, acusado de ser fonte dos documentos da Stratfor, empresa que vende serviços de inteligência e espionagem.

“Transparência é para os governos e as grandes corporações, privacidade é para os indivíduos”, disse Lino Bocchini. Já Pedro Abramovay demonstrou preocupação com a interpretação de que o Wikileaks invada a privacidade do indivíduo. “Uma coisa é o Estado lidando com o civil, outra coisa é o civil lidando com o Estado”, afirmou.

Natália Viana questionou a concentração midiática (“a cobertura da Reuters [sobre o caso Assange] é assustadora!”) e elogiou a atitude presidente equatoriano Rafael Correa, que vem lutando contra a concentração de informações do bloco midiático de seu país. Nesse sentido, assim como Abramovay, a jornalista colocou sob reflexão a concepção de democracia.

“No Brasil, a gente tem uma visão antiquada de que o governo manda na gente, mas é a gente que manda no governo”, e foi complementada pela colocação de Pedro: “Tudo que o Wikileaks representa hoje é fundamental para uma concepção de democracia. Não dá mais para tolerar uma concepção de democracia que governa pelos outros”.

O filme e o debate estão disponíveis no link:http://www.ustream.tv/recorded/25388358, sendo que a transmissão do filme inicia-se aproximadamente a 00:19:00, enquanto o debate inicia-se por volta de 01:05:00.

Nenhum comentário:

Postar um comentário