quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Melhoramento do cafeeiro: Híbridos de Conilon e Robusta




Portal do Agronegócio - Viçosa/MG 
Nos programas de melhoramento genético do cafeeiro, além da produtividade de grãos, outras características também são consideradas importantes na seleção de plantas superiores. A espécie Coffea canephora possui dois subgrupos diferentes conhecidos como Conilon e Robusta 
Embrapa Rondônia 
As plantas do subgrupo ‘Conilon’ são baixas, de folhas menores, suscetíveis à ferrugem alaranjada, alto teor de cafeína, menor tamanho de grãos, internódios curtos e maturação precoce. As características de maior interesse desse subgrupo para o melhoramento são o menor porte das plantas, maior tolerância à seca e maior facilidade de brotação na formação de mudas. Já o ‘Robusta’ é composto por plantas mais altas, vigorosas, de folhas maiores, sensíveis a períodos de seca, médio teor de cafeína, internódios longos e maturação tardia. O diferencial desse subgrupo em relação ao outro é a resistência à ferrugem alaranjada, tolerância a nematoides e o maior tamanho de seus grãos. 
Levando em consideração as diferenças citadas, o programa de melhoramento de café da Embrapa Rondônia investe na realização de cruzamentos entre plantas de ‘Conilon’ e ‘Robusta’, com o objetivo de reunir várias características de interesse em uma mesma planta. Por meio desses cruzamentos obteve-se uma população de plantas híbridas com variabilidade para algumas características. Após quatro anos de avaliação, foi possível selecionar plantas de porte baixo altamente produtivas (acima de 100 sacas por hectare), que apresentavam ainda maior tamanho dos grãos e resistência à ferrugem. Essas plantas estão sendo utilizadas para compor ensaios de competição em diferentes municípios de Rondônia. A previsão é que os próximos lançamentos de Coffea canephora, para o estado, sejam formados por clones híbridos que reúnam todas essas características de interesse na mesma cultivar.
Panorama da cafeicultura 
Na safra atual, os preços do café Conilon (Coffea canephora) e, principalmente, do café arábica subiram além do esperado, devido à escassez de cafés nos mercados interno e internacional. O Brasil se apresenta como maior produtor mundial de café, com 44 milhões de sacas produzidas em 2011. No mesmo ano, Rondônia se enquadrou como sexto maior produtor de café do país com 1,43 milhões de sacas, sendo o segundo maior produtor da espécie C. canephora. Enquanto a produtividade média no estado do Espírito Santo chega a 25 sacas/ha, em Rondônia essa produtividade não ultrapassa as 10 sacas/ha.
Grande parte das lavouras comerciais de Coffea canephora implantadas no estado são originárias de introduções feitas pelos próprios agricultores, sem origem genética definida. Essas plantas são resultantes da recombinação natural e seleção realizada pelos mesmos em plantios do Espírito Santo. Por outro lado, pesquisas recentes mostram que essa realidade está mudando com a adoção de novas tecnologias por parte dos cafeicultores e a implantação de novas lavouras clonais, o que proporcionará maiores ganhos na produtividade de grãos, diminuição no uso de defensivos e redução dos custos de produção.
ABIC

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