domingo, 16 de setembro de 2012

Sebrae planeja ação para micro e pequenas empresas de café


14/09/2012
Como enfrentar um mercado cada vez mais competitivo e dominado por grandes indústrias? Para encontrar respostas, o Sebrae e a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) estão fazendo um levantamento junto às micro e pequenas empresas (MPE) do setor para identificação dos gargalos enfrentados.

Das 416 empresas associadas à ABIC, 83% estão enquadradas como torrefadoras de pequeno porte, com faturamento médio mensal de R$ 191 mil e em sua maioria geridas pela família dos proprietários. Mesmo em menor número, as grandes companhias dominam 75% da venda de café no país.

“Para enfrentar essa situação, as pequenas torrefadoras precisam adotar soluções de gestão, inovação tecnológica e estratégias de acesso a mercados. Oferecer esse apoio é o papel do Sebrae”, aponta o gerente de Agronegócios da instituição, Enio Queijada, que participou de uma reunião promovida pela ABIC em Salvador, com representantes da indústria de café do estado.

Queijada aponta ainda a necessidade de agregar valor ao produto das MPE do setor para enfrentar a concorrência das grandes. Por isso, os cafés especiais, chamados de cafés gourmets, aparecem como a principal alternativa para as pequenas indústrias que buscam melhorar sua participação na preferência dos consumidores. “Precisamos trabalhar o mercado local, a promoção visual das embalagens, a gestão financeira, de pessoal, enfim, todo o planejamento estratégico. Pensamos num banho de modernidade para o setor”, planeja Enio.

A afirmação do gerente do Sebrae tem referência nos preços alcançados pelo produto e confirma que a aposta na qualidade é um diferencial. Enquanto o quilo do café tradicional, que representa 80% da oferta, vale R$ 11,72, o café superior, com 5% de participação no mercado, é remunerado a R$ 18,90. Já o quilo dos cafés gourmet, que tem 12% do mercado, é remunerado a R$ 43,46 em média.

Os dados da ABIC indicam que entre 2002 e 2010 houve aumento da concentração das vendas nas mãos das 10 maiores indústrias de café do país. No início da década de 2000, essas empresas detinham 41,69% do mercado. Em 2010, o índice havia pulado para 75,2%.

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