Aos poucos, as cadeiras do Anfiteatro Pe. Werner, na Unisinos, foram ocupadas por pessoas de diferentes países, mas o conferencista da noite, Prof. Francisco Whitaker, não precisou viajar muito para estar presente. O cofundador do Fórum Social Mundial é natural do Brasil, mais precisamente, do interior de São Paulo.
Luana Taís Nyland
Luana Taís Nyland
Chico Whitaker (foto abaixo), já concedeu entrevista à IHU On-Line, inclusive ao completar 80 anos, em 2011. O tema central de sua conferência no Congresso Continental de Teologia, ontem à noite, intitulada “Outro mundo possível e o contexto latino-americano”, foi o Fórum Social Mundial.
Um breve histórico do Fórum Social Mundial
“Não pretendíamos fazer a mudança no mundo. Queríamos uma nova maneira de fazer política, essa era uma das nossas orientações, e essa maneira nova implicava em uma série de aplicações”, aponta. No segundo Fórum compareceram 50 mil pessoas, no terceiro, que ainda foi realizado no Brasil, compareceram 100 mil pessoas. “Em 2004 conseguimos que organizações indianas fizessem o Fórum lá na Índia, com 120 mil pessoas e em 2005 participaram 155 mil pessoas cadastradas, novamente em Porto Alegre. “Todo o processo do Fórum é realizado de “baixo para cima”, os temas são trazidos pelos participantes”, comenta o cofundador.
Outro mundo é possível, necessário e urgente
De acordo com Whitaker, se perguntarmos para as pessoas se outro mundo é possível, a maioria delas vai responder que não, pois “é uma mensagem que ainda não chegou em toda a parte”. “A consciência do necessário e urgente não existe para muitos”, frisa o professor. “Muitos têm pressa, porque esperam do Fórum Social mais do que ele pode dar. A luta do mundo vai ser o resultado da ação de muitos atores, inclusive ações individuais de muitas pessoas”, desabafa.
“E como fica a tal de mudança do mundo? Onde fica a superação do capitalismo?”, questiona o conferencista. O problema nosso é “como chegar lá, pois nós não estamos sabendo como fazer isto”. Para Whitaker, muitos governos se dobram para serem eleitos e existem para fazer dinheiro, “é um sistema centrado no "Rei" dinheiro”. Visto que um ponto muito enfatizado é o problema do consumismo. “Na verdade, a queda do muro de Berlim foi apresentada como a quebra da democracia, vitória do socialismo real, mas a grande vitória que houve foi a da lógica do sistema capitalista e essa lógica é impessoal, não é uma classe social, mas à serviço de uma classe social dominante”, frisa o arquiteto.
O luxo dentro do consumismo
O professor frisa que há uma competição impiedosa entre todos que estão tentando ganhar dinheiro. “Os mesmos produtos de luxo que sãovendidos aqui, também são vendidos em todos os outros países do mundo. A publicidade se tornou uma enorme máquina de produção do consumo. O que importa não é mais o planeta Terra, mas fazer e ganhar dinheiro”, salienta.
“Passamos pela máquina do consumo sem perceber, mas a indústria maior é a da moda. É incrível a quantidade de roupas que as pessoas precisam trocar nos seus armários todos os anos. Queremos ganhar cada vez mais para consumir mais. Somos escravos dessa lógica, tanto os ricos, quanto os pobres”, menciona Whitaker.
Infelizmente, a propaganda do sistema faz com que o “ter” seja mais importante do que o “ser”, e atualmente tudo é feito para durar menos. Essa é a opinião de Francisco Whitaker, que finaliza sua conferência questionando-nos: “Liberarmo-nos do consumismo não é a melhor maneira para tornar mais claro como funciona o sistema e a urgência de substituí-lo?”.
O luxo dentro do consumismo
“Passamos pela máquina do consumo sem perceber, mas a indústria maior é a da moda. É incrível a quantidade de roupas que as pessoas precisam trocar nos seus armários todos os anos. Queremos ganhar cada vez mais para consumir mais. Somos escravos dessa lógica, tanto os ricos, quanto os pobres”, menciona Whitaker.
Infelizmente, a propaganda do sistema faz com que o “ter” seja mais importante do que o “ser”, e atualmente tudo é feito para durar menos. Essa é a opinião de Francisco Whitaker, que finaliza sua conferência questionando-nos: “Liberarmo-nos do consumismo não é a melhor maneira para tornar mais claro como funciona o sistema e a urgência de substituí-lo?”.
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