quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Embrapa e Abic promovem Workshop Café & Saúde


 
O workshop Café & Saúde, realizado na terça-feira (16/10), no Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo, reuniu especialistas no assunto, entre pesquisadores e instituições da cafeicultura, para debater o estado da arte do tema no Brasil e nivelar conhecimentos. O workshop marcou a retomada de estratégias de divulgação e marketing do projeto Café & Saúde no País e o estímulo a novas pesquisas na área, assim como a continuidade das já existentes. O evento foi uma realização da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), do Sindicafé-SP, com apoio da Embrapa Café, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 
Além de maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor, o Brasil também vem se destacando nas pesquisas sobre os efeitos do café na saúde humana. Durante o workshop, quatro pesquisadores apresentaram seus trabalhos e resultados já alcançados em mais de uma década de estudos. O café e sua relação com o coração, com o cérebro, seus componentes, como os antioxidantes, e a sua contribuição nas funções cognitivas foram temas debatidos.
 
A Abic também fez um retrospecto de estratégias desenvolvidas nos últimos anos que resultaram em mais conscientização e informação do consumidor, principal interessado nos benefícios do café para saúde. “Pela falta de entendimento da sociedade quanto aos benefícios do café, queríamos desmistificar essa história de que o café faz mal pra saúde”, explicou o presidente da Abic, Américo Takamitsu Sato. Para isso, além de divulgação sobre o tema, foi preciso também contar com o apoio da comunidade médica, divulgando também resultados de pesquisas nacionais e internacionais que comprovavam a veracidade da contribuição do consumo moderado de café para a saúde humana.
 
Ao final do workshop, os participantes discutiram os conteúdos apresentados e lançaram propostas para estratégias de pesquisa e divulgação de Café & Saúde. A intenção é manter esse grupo de trabalho formado durante o workshop unido em prol do tema e da execução das propostas apresentadas. A possibilidade do apoio do Consórcio Pesquisa Café, cuja coordenação é feita pela Embrapa Café, nas pesquisas na área de Café & Saúde, também foi um dos pontos discutidos. O gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, falou sobre como funcionarão as linhas de pesquisa do Consórcio agora com uma o modelo de governança coorporativa entre as instituições de pesquisas que o integram. Para Bartholo, o tema Café & Saúde pode se inserir entre as chamadas pesquisas induzidas do Consórcio Pesquisa Café. Outra possibilidade é a de estimular a união da pesquisa agronômica com a biomédica, integrando os estudos que envolvem a planta de café no campo com os interesses do tema Café & Saúde, no âmbito do consumo da bebida.
 
Saiba mais sobre as pesquisas apresentadas do Workshop Café & Saúde.
 
Café e metacognição – A neuropsicóloga Carla Verônica Machado Marques, presidente da Associação Brasileira de Problemas de Aprendizagem (Abrapa) e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre a pesquisa realizada com um grupo de crianças do projeto “Café com Merenda”, onde foi constatado o efeito positivo do café no aprendizado das crianças, tendo melhoras na função congnitiva, no que consiste: conhecimento, moralidade, letramento, lógica, atenção etc. Fundadora da ONG Abrapa, a pesquisadora já criou mais de um milhão de jogos voltados para crianças com dificuldade de aprendizado.
 
Café e cérebro – O médico neurologista Jorge Moll Neto, presidente do Instituto D’Or Pesquisa e Ensino, falou sobre a pesquisa que desenvolve desde 2008 para entender os efeitos sensoriais, causados pelo aroma do café, no cérebro, especificamente nos chamados mecanismos de recompensa e motivação. Moll constatou que o aroma do café tem um efeito poderoso sobre as regiões cognitivas e de recompensa do cérebro. O médico pretende ainda, dando continuidade à pesquisa, descobrir se existem compostos químicos mais seletivos no café, ou seja, determinados compostos que estimulariam experiências específicas no cérebro.
 
Café e antioxidantes – A nutricionista, professora do Instituto de Nutrição da UFRJ e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Carlos Trugo da UFRJ, Adriana Farah, apresentou os resultados já alcançados com a pesquisa sobre a importância dos compostos antioxidantes do café, entre eles, os ácidos clorogênicos, contidos nos grãos verde e torrado. A pesquisadora falou sobre como os antioxidantes interferem no organismo, mostrando alguns resultados como a ação preventiva na hipertensão e diabetes. Adriana disse ainda que o café é o maior responsável, no Brasil, pela ingestão de compostos antioxidantes pelos brasileiros, visto que os grãos verdes do produto são uma das maiores fontes de antioxidantes na natureza. A forma como o café é feito e o tipo de torra influenciam diretamente na conservação desses componentes na bebida. Segunda a pesquisadora, os cafés de torra mais clara são os que mais conservam antioxidantes. Entre propriedades adicionais encontradas, Adriana citou ainda ação antibacteriana, antidesmineralizante, a regulação glicêmica, ação no controle do peso, antiviral e imuno-estimulante.
 
Café e coração – Apresentada pelo médico Luiz Antonio Machado Cesar, Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a pesquisa com vem avaliando os efeitos do café sobre variáveis que envolvem o sistema cardiovascular. Segundo o médico, considerando os estudos realizados até hoje, não há evidências que o café seja ruim para pessoas com problemas no coração. Os estudos são desenvolvidos há quatro anos na Unidade Café e Coração, instalada no InCor, por meio de parceria com o Consórcio Pesquisa Café. A pesquisa analisou o comportamento de mais de cem pessoas, durante diferentes baterias de exames feitas periodicamente após um período de consumo do café (três a quatro xícaras grandes de café ao dia), os tipos de torra também eram alteradas a cada período. O resultado parcial, já apresentado em congressos nacionais e internacionais, não mostrou alteração que poderia trazer malefício a doentes coronarianos. “Não houve interferência na glicemia, nem houve taquicardia ou arritmia de nenhum voluntário”.
 
As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café contam com o apoio do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé/Mapa).
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa CaféTexto: Cristiane Vasconcelos (MTb 1639/CE).
Fone: (61) 3448-4566
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com.br

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