quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Está faltando mão de obra nos cafezais


Rogério Recco
Café só tem futuro se não depender de mão de obra. Sob essa premissa é que a família Rosseto, dona de um sítio em Mandaguari investe na modernização da atividade. Recentemente, desembolsou R$ 380 mil para comprar uma colhedeira, o que reduziu a quantidade de trabalhadores necessária para o serviço.
Nos últimos anos, por falta de gente para a colheita, os Rosseto vêm enfrentando dificuldades, o que é comum em toda a região de Maringá. De quebra, como eles não queriam mais ficar à mercê das intempéries, diminuíram o risco das estiagens implantando um sistema de irrigação em grande parte dos cafezais.
"Agora ficou muito melhor", afirma o produtor Marcelo Gonçalves Rosseto, contente com os resultados. Segundo ele, a irrigação favorece a produtividade do café e a máquina - que colhe 16 pés por minuto -, economiza tempo e reduz em 25% os custos.
A mecanização é um dos assuntos do 8º Encontro de Cafeicultores organizado pela cooperativa Cocari, em Mandaguari. O evento que começa às 14 horas de hoje no Centro de Convenções Décio da Silva Bacelar, deve reunir centenas de participantes.
O tema é recorrente em quase todas as regiões produtoras de café do Paraná. No noroeste do Estado, cafeicultores têm se unido para trazer colheitadeira alugada de Minas Gerais. A mecanização só não é possível em municípios montanhosos, onde as máquinas são inviáveis.

Preço menor
A queda dos preços do café este ano não desanima os produtores. "Cabe ao cafeicultor reduzir custos e investir em produtividade", afirma o técnico da Cocari, Simões Rodrigues, explicando que a atividade é uma das mais rentáveis principalmente para pequenas e médias propriedades. De janeiro a setembro, segundo números da agência Bloomberg, as cotações do produto caíram 23%, porcentual que sobe para 33% se considerados os últimos 12 meses.
As notícias sobre o futuro próximo da cafeicultura, em nível mundial, são pouco auspiciosas. A Organização Internacional do Café (OIC) revisou para cima sua estimativa para a produção global de café 2011/12 para 134,3 milhões de sacas de 60 kg. O volume é superior à projeção do mês passado, de 132,7 milhões de sacas.
A OIC atribui o aumento, em parte, a uma safra vietnamita maior que o esperado, o que também acontece na Colômbia. E safra brasileira, superior a 50 milhões de sacas, é a maior de todos os tempos. Em contrapartida, o consumo está aumentando. A entidade estima o consumo global em 139 milhões de sacas, acima das 137,2 milhões do ano anterior.

Café de qualidade 
O encontro em Mandaguari também vai divulgar os vencedores da etapa regional do Concurso Café Qualidade Paraná 2012. Os produtores da região têm ficado, quase sempre, entre os melhores do Estado.
Os próprios Rosseto, com longo histórico na cultura, são considerados uma referência em qualidade. No ano passado, um dos representantes da família, Ademir Antônio Rosseto, foi o campeão estadual da categoria café natural.
Por destacar-se com seus cafés, o Paraná vai sediar pelo segundo ano consecutivo a cerimônia de premiação do 13º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil - Cup of Excellence - 2012. Será na Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, nos dias 7, 8 e 9 de novembro em Jacarezinho.

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