sábado, 20 de outubro de 2012

Haddad, Pelegrino, Elmano , Vanessa, Pochmann, Fruet...


DEBATE ABERTO

Os sinais indicam que estamos num caminho irreversível de eleger governos mais democráticos, comprometidos com a chamada “agenda social”: com a implantação de políticas públicas voltadas para os mais pobres e para as classes médias.

Candidatos do chamado “campo progressista” estão à frente nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno na maioria das capitais e das grandes cidades. Isso é alvissareiro. Vale ainda lembrar que políticos desse “campo” representam a maioria entre os eleitos no primeiro turno. É uma excelente sinalização: de que a parte mais retrógrada da elite que pretendia ressuscitar o coronelismo, a intolerância aos homossexuais (mas também aos negros, aos pobres e às mulheres), o deletério “patrimonialismo” e a corrupção está perdendo terreno, está ficando no passado, passou. 

Os sinais indicam que estamos num caminho irreversível de eleger governos mais democráticos, comprometidos com a chamada “agenda social”: com a implantação de políticas públicas voltadas para os mais pobres e para as classes médias. O povo brasileiro parece ter finalmente escolhido um caminho e o trilha com passos firmes. Porém, precisamos todos fazer a nossa parte na construção desse novo Brasil. E seremos instados, cada vez mais, a fazê-lo.

Li, recentemente, num texto que me foi enviado, que era preciso educar os filhos da elite. Sim, é preciso que preparemos os nossos filhos e também os filhos da pobreza; que os formemos e eduquemos a que aprendam a viver nesse novo Brasil, e mais ainda, para que estejam prontos para serem cidadãos responsáveis e ciosos de seus direitos e obrigações, agentes da construção de uma Nação generosa para todos os seus filhos. 

Para que aprendam, de verdade, para valer, os princípios e ensinamentos essenciais que possibilitam uma convivência harmoniosa em sociedade; que aprendam a entender e respeitar as diferenças, a ser mais tolerantes. 

Para que aprendam que o honesto não é “o trouxa da história” e tampouco que o inescrupuloso é o virtuoso[desgraçadamente, “princípios como estes eram “regra” até então]; que aprendam que é obrigação, que é “natural” ser justo e honesto; que enriquecer é lícito, desde que seja através dos seus próprios esforços e talentos, e nunca, jamais, corrompendo ( a si ou a outrem), subornando, sabotando ou prejudicando o seu próximo. Sim, precisamos reeducar os nossos filhos. Com urgência.

É preciso que, todos, façamos o nosso papel: médicos, enfermeiros, jornalistas, auditores, educadores, economistas, engenheiros, advogados, servidores públicos, policiais, professores, escritores, padres, pastores, membros do ministério público, magistrados, homens públicos em geral etc. Devemos todos nos submeter à égide de uma ética humanista: “homens e mulheres sobre todas as coisas”.

Sei que essa empreitada não é nada fácil: teremos que recomeçar praticamente “do zero”; trata-se de uma espécie de “refundação” da sociedade, teremos que nos “reinventar”. Reitero, para que fique a marca: “homens e mulheres sobre todas as coisas”.

É esse Brasil que se descortina, passo a passo, eleição após eleição, ano após ano. E, repito, esse parece ser um bom caminho, um caminho irreversível – mas não inexorável, diga-se. É preciso que estejamos atentos, vigilantes. É preciso que sejamos cidadãos.

É hora de começarmos aos poucos a construir esse novo Brasil, com uma gigantesca classe média e uma elite menos egoísta e intolerante.

Alvíssaras! Nós ajudamos a construir essa nova realidade.

P.S. : A citação de Vanessa Grazziotin e Marcio Pochmann no título desse artigo reflete mais um desejo deste articulista, na condição de “humanista”. Oxalá o povo das cidades de Manaus e de Campinas também manifeste esse mesmo desejo “mudancista” e entre nessa corrente que se espalha por todo o país.

Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.

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