quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Incaper participa de livro sobre tecnologias que evitam perdas após a colheita



Incaper

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) participou do lançamento do livro “Avanços tecnológicos na patologia pós-colheita” durante o 1º Congresso Brasileiro de Patologia Pós-Colheita, entre os dias 8 e 11 de outubro, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O Instituto, por meio dos pesquisadores José Aires Ventura e Hélcio Costa, teve participação em um capítulo da obra, que trata das “Estratégias de manejo de patógenos em pós-colheita por métodos culturais”.

De acordo com o pesquisador e chefe da área de pesquisa do Incaper, José Aires Ventura, a temática abordada pelo livro é de extrema importância social. “As doenças vegetais na pós-colheita, ou seja, depois que frutas e verduras são colhidas, geram perdas significativas de alimentos. Estima-se que ocorram mais de 30% de perdas causadas por doenças que danificam os produtos para o comércio interno ou para a exportação”, explicou José Aires.

Ele também informou que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), aproximadamente um terço dos alimentos produzidos no mundo para o consumo humano é desperdiçado ou perdido. “Nos países desenvolvidos, a perda de alimentos após a colheita é um pouco menor, sendo de 24%. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a perda é de 30%. Já na África, chega a ser de 40 a 50%”, falou Aires.

Para o pesquisador, o livro, que contém 23 capítulos, reúne um conjunto de informações para evitar a perda de verduras e frutas após a colheita. “Com estratégias de manejo, pode haver uma redução nas perdas de até 90%. Com essa redução, é possível alimentar cerca de 900 milhões de pessoas que têm fome no mundo, sem a ampliação da área plantada”, falou José Aires.

Durante o 1º Congresso Brasileiro de Patologia Pós-Colheita, do qual participaram pesquisadores de vários países, como Chile, Costa Rica, Israel, Uruguai e Brasil, o pesquisador do Incaper, José Aires Ventura, também ministrou uma palestra sobre as modernas tecnologias aplicadas no manejo cultural das doenças em pós-colheita.

Capítulo do livro dos pesquisadores do Incaper aborda estratégias de manejo de patógenos em pós-colheita

O capítulo do livro escrito pelos pesquisadores do Incaper aborda várias técnicas simples que podem reduzir as perdas de alimentos após a colheita. “Os consumidores estão exigindo cada vez mais alimentos livres de resíduos químicos. Por isso, é fundamental buscar alternativas ao controle químico das doenças das plantas, sobretudo em pós-colheita”, afirmou o pesquisador José Aires Ventura.


 

Livro foi lançado no 1º Congresso Brasileiro de Patologia Pós-Colheita.


Uma das estratégias que podem ser usadas para redução de perdas começa antes mesmo da colheita, pela chamada “redução do inóculo inicial”. Por meio dessa medida, as hortaliças ou frutos doentes devem ser retirados do contato com os vegetais sadios. “Podem ser feitas inspeções periódicas semanais nos pomares ou hortas para eliminar as plantas ou frutos doentes assim que os primeiros sintomas sejam detectados”, exemplificou José Aires.

Outra medida que pode ser adotada é a escolha correta da época de colheita. Os vegetais não devem ser colhidos nem antes e nem após o ponto de maturação. Deve-se, evitar, por exemplo, a colheita de frutos muito maduros e em horários impróprios, como próximo ao meio dia, quando a temperatura é muito alta.

O manuseio das frutas e lavagem de frutos e hortaliças também é uma ação importante. Sem ferimentos e com a remoção de resíduos, as doenças são mais difíceis de comprometerem os vegetais. A lavagem e assepsia das ferramentas e equipamentos agrícolas de colheita contribuem para evitar a contaminação de frutas e verduras.

Por fim, outra medida significativa é o tipo de transporte e armazenamento dos produtos. “Qualquer processo no manuseio dos frutos que provoque cortes, arranhões ou efeito abrasivo na casca favorece a entrada de patógenos em condições de temperatura e umidade favoráveis. Deve-se evitar, por exemplo, colocar muitos frutos nas caixas de colheita”, explicou José Aires.

Em termos de armazenamento, a cadeia de frio e refrigeração auxilia a conservação dos vegetais, prolongando a vida útil das plantas. Outra forma bastante simples, no caso da banana, é o uso de “cabides” de plástico ao invés da sobreposição das frutas em caixas. Essa medida facilita o arejamento, reduzindo as perdas pós-colheita.

“Essas tecnologias oferecem grande potencial de desenvolvimento futuro na qualidade de frutas e vegetais, com a possibilidade de altos retornos. Porém, muitas pesquisas ainda precisam ser feitas nessa área. Nesse sentido, o Incaper tem realizado várias ações para contribuir com esse debate. O capítulo do livro é uma demonstração desses resultados”, afirmou José Aires Ventura.

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Texto: Luciana Silvestre
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