quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mercado de cafés especiais no Brasil dobra em três anos



Em 2008, o consumo nacional de cafés gourmet era de apenas 500 mil sacas; no ano passado, o número dobrou e os brasileiros consumiram 1 milhão de sacas

Filho de inglês, Dennis Freeman viveu na Califórnia, se casou com uma italiana, e decidiu ser um empresário brasileiro. No Itaim, em São Paulo, abriu uma pequena padaria orgânica, um estabelecimento de apenas 80 metros quadrados, onde decidiu investir em cafés especiais. “O café gourmet caiu do céu para mim”, diz ele ao explicar que vende o produto “que nem água”. Por semana, a padaria comercializa cerca de 3 mil xícaras de café, “bastante se você considerar nosso tamanho”. Porém, para vender tanto, Dennis fixou o preço de cada xícara em R$ 4,50, muito abaixo do valor praticado pelos concorrentes da região (uma xícara de expresso gourmet pode custar até R$ 10). Por enquanto, ele quer que os clientes experimentem o produto, “quando você prova um café desses, sente a diferença e vai querer tomar de novo”.
Parece que Dennis está certo. Os números do mercado interno mostram que o café especial está caindo no gosto do brasileiro. Em 2008, das 17 milhões de sacas de café consumidas no país, apenas 500mil eram especiais ou gourmet. Em 2011, das 20 milhões de sacas consumidas por aqui, 1 milhão era especial. “O hábito de ir a cafeterias ainda não é popular no Brasil, mas pode ser difundido para a nova classe média”, diz Vanúsia Nogueira, diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). “Houve um aumento de cafeterias em shoppings, essa é a porta de entrada para a classe C”, diz.

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