quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PNAD 2011 -MERCADO DE TRABALHO IPEA


1.       A passagem entre as décadas (2009-2011):
- De modo geral, os indicadores do mercado de trabalho melhoraram de 2009 para 2011: aumentaram a população ocupada e o rendimento médio, caiu a taxa de desemprego. No entanto, mudou a intensidade de melhora de alguns indicadores em relação aos anos anteriores, com uma desaceleração no ritmo de crescimento do total de ocupados e uma redução da taxa de participação no mercado de trabalho, em parte pelo esforço de recuperação da economia após a crise financeira internacional, que afetou negativamente o mercado de trabalho em 2009.
- No contexto internacional, os efeitos da crise sobre a taxa de desemprego em 2009 foram menos significativos no Brasil do que na maioria dos países, e o mercado de trabalho brasileiro foi capaz de reverter e mais do que compensar esses efeitos até 2011, o que não ocorreu na maioria dos países. Retomando a trajetória de redução do desemprego do triênio que antecedeu a crise, a taxa de desemprego em 2011 no país foi a menor dos últimos 15 anos.
- A população ocupada permaneceu crescendo, porém menos que a população em idade ativa (PIA) desde 2008, o que fez a taxa de ocupação (razão entre ocupados e PIA) cair até 2011. A explicação foi uma queda expressiva da taxa de participação, razão entre a população economicamente ativa (PEA) e a PIA. Ou seja, de 2008 a 2011, o mercado criou postos de trabalho em ritmo menor que o crescimento da população em idade de trabalhar, mas, assim mesmo, foi possível diminuir a proporção de desempregados (pessoas que procuram ocupação, mas não encontram) porque, na passagem de 2009 para 2011, uma parcela maior da população decidiu não oferecer sua mão de obra no mercado.
- Essa queda da taxa de participação ocorreu em todas as faixas etárias, mas principalmente nos grupos de até 18 anos e de mais de 63 anos de idade. Mais aposentados se retiraram da força de trabalho e menor proporção de jovens de ambos os sexos procurou emprego. No caso dos jovens, aumentou o percentual que não entra na força de trabalho enquanto frequenta a escola, mas também a parcela que não trabalha nem procura trabalho nem estuda.

2.       A última década (2001-2011):
- Ao longo da última década, o grau de informalidade caiu quase 10 pontos percentuais, a jornada média de trabalho semanal diminuiu 4% (cerca de 1h40min) e as ocupações de baixa qualificação (agrícolas, domésticos, trabalhadores de serviços de transporte, segurança, administração de edifícios, saúde e embelezamento, entre outros) reduziram sua participação no total de postos de trabalho, enquanto as de média e alta qualificação ganharam peso. As mudanças em termos de escolaridade mostram que os trabalhadores com pelo menos o ensino médio já representam mais da metade dos ocupados no país.
- A desigualdade de rendimentos do trabalho caiu continuamente de 2001 a 2011. Já o rendimento real médio caiu de 2001 a 2003, quando passou a subir até 2011, à taxa média de 3,7% ao ano. Os ganhos dos trabalhadores menos escolarizados e mais jovens cresceram mais rapidamente que os demais, reduzindo os prêmios salariais por educação e idade. Os menos escolarizados também reduziram fortemente sua participação no mercado, aumentando a importância de ter escolaridade para estar ocupado.
- Caiu o diferencial de rendimentos entre homens e mulheres entre 2001 e 2011 e as mulheres ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho.
- Os setores da agricultura e da construção civil foram os que apresentaram maiores taxas de crescimento do rendimento real ao longo do período 2001-2011. No que tange à posição na ocupação, trabalhadores sem carteira assinada, por conta própria e funcionários públicos tiveram um aumento do rendimento real maior do que as outras ocupações (trabalhadores com carteira e empregadores).


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