quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TENDENCIAS DEMOGRÁFICAS MOSTRADAS PELA PNAD 2011 - IPEA


1-Fecundidade


Mulheres de 30 a 29 anos são as que têm MENOS filhos.

Gravidez na adolescência diminui

- Manutenção dos valores da taxa de fecundidade total desde 2007 em níveis abaixo dos de reposição: 1,7 filhos por mulher. Isto já está implicando numa desaceleração do ritmo de crescimento da população brasileira. Esta poderá a diminuir a partir de 2030.
- A queda ocorreu em todos os grupos de idades. A menor redução foi verificada para as mulheres de 30 a 39 anos, que já era bastante baixa.
- A taxa de fecundidade das adolescentes tem mantido uma tendência de queda desde 2000. Em 2011, foi de 58 filhos nascidos vivos por 1000 mulheres. Em 1992, havia sido de 91.

 

2-Tendencias do Crescimento Populacional


Grupo com menos de 30 anos já não cresce.

Após 2030, os que têm mais de 45 anos serão o único grupo a crescer

Em 2030, população atinge o máximo: 208 milhões; em 2040 diminui para 205,6 milhões

-Dada a redução da fecundidade, a população brasileira deverá atingir o seu máximo em 2030, um contingente de aproximadamente 208,0 milhões. Espera-se para 2040 um contingente menor, 205,6 milhões (gráfico 3). A redução atingirá também a oferta de força de trabalho, cujo máximo deverá ocorrer, também, em 2030, com valores em torno de 156 milhões. Já em 2040, este valor não deverá ultrapassar 152 milhões
- As perspectivas vislumbradas são de acelerado envelhecimento populacional. Alguns grupos populacionais já estão experimentando taxas negativas de crescimento, aqueles com idade abaixo de 30 anos, e continuarão a experimentar, e outros passarão a experimentar ao longo do período da projeção. A partir de 2030, os únicos grupos populacionais que deverão apresentar crescimento positivo serão os com idade superior a 45 anos.

3- Diferenciais na Fecundidade por Regiões e Níveis de Renda


Região Norte tem a maior queda da taxa de fecundidade: eram 3,6 filhos em 1992 e em 2011 apenas 1,8. Curiosamente foram as que mais tiveram filhos no país.

Nordeste teve a segunda maior queda da fecundidade: 3,3 para 2.0

As mulheres de renda mais baixa são ainda as que têm mais filhos, mas foram elas que tiveram a maior queda da taxa de fecundidade: estão tendo cada vez menos filhos.

-A queda da fecundidade das mulheres brasileiras entre 1992 e 2011 foi observada em todas as regiões do país. Deveu-se principalmente, à queda observada nas regiões Nordeste e Norte. Na primeira, a taxa de fecundidade total passou de 3,6 filhos por mulher para 1,8 e, na segunda variou de 3,3 para 2,0. Todas as regiões brasileiras atingiram níveis abaixo dos de reposição, o que sinaliza para uma redução do crescimento populacional no médio prazo.  
-As mulheres residentes na região Norte apresentaram a mais alta taxa de fecundidade, 2,0 filhos por mulher. A mais baixa foi observada nas regiões Sul e Sudeste, 1,6 e 1,7 filho por mulher, respectivamente.
-Pode-se falar numa tendência à convergência nas taxas de fecundidade entre as regiões do país. O diferencial entre as duas taxas (maior e menor) passou de 1,2 filhos por mulher para 0,5 entre 1992 e 2011.
-Considerando os diferenciais na taxa de fecundidade total por nível de renda familiar per capita, observa-se que foram as mulheres localizadas no quintil de renda mais baixo, as que apresentaram a fecundidade mais elevada. Em 2011, essas mulheres tinham 3,6 filhos e as localizadas no quinto, 0,9. Embora relativamente elevado, este diferencial (2,7 filhos) se reduziu expressivamente no período. Fora de 3,4 filhos em 1992. Isto se deveu porque a queda mais elevada ocorreu entre as mulheres localizadas nos dois quintis de renda mais baixo.

4-Fecundidade na Adolescência por Regiões e Renda


A maior queda na taxa de gravidez na adolescência foi no Nordeste

A região Norte é a que tem a maior taxa de gravidez na adolescência.

-A fecundidade das adolescentes declinou em todas as regiões do país. O maior decréscimo foi observado na região Nordeste. Os diferenciais entre as regiões diminuíram no período.
- A mais alta fecundidade foi verificada na região Norte e a mais baixa nas regiões Sul e Sudeste.
-Com relação aos diferenciais por renda nesse indicador, estes não se alteraram no período. Entre as mulheres no primeiro quintil de renda, a taxa de fecundidade passou de 100 filhos por 1000 mulheres em 1992 para 83 filhos por 1000 em 2011. No grupo de renda mais elevado, a taxa referida passou de 30 filhos por 1000 mulheres para 10 por 1000, no mesmo período.

5-Dentre as adolescentes que tiveram filhos:

Mais da metade vivem na casa dos pais ou avós.

Percentual de mães adolescentes chefes de família aumentou mais de cinco vezes

-37,3% eram cônjuges. Isto significa mulheres que já tinham constituído o seu domicílio, saído da casa dos pais, e viviam com um companheiro.
-aumentou a proporção de mães adolescentes que estavam na condição de filhas e outros parentes (netos) no domicílio. Nestas duas posições, estavam 51,5% das mães adolescentes. Ou seja, mais da metade dessas mães viviam na casa dos pais ou avós.
- A proporção de mães adolescentes que chefiavam família passou de 1,9% para 9,7% entre 1992 e 2011.

6-Os arranjos domiciliares


Dobrou o número de domicílios com apenas um morador

Mais homens vivem sozinhos, ainda que haja mais mulheres nesta condição

- O arranjo domiciliar predominante no Brasil é o do tipo casal com filhos, embora em proporção decrescente. Aí se encontravam 48,3% do total de arranjos. Fora 62,8% em 1992
- Dentre estes predominam as famílias chefiadas por homens, mas cresce as famílias chefiadas por mulheres com o marido na situação de cônjuges.
- Cresceu a proporção de domicílios unipessoais. Passou de 7,6% em 1992 para 17,4% em 2011. Cresceu a proporção de homens morando sós, passou de 5,4% para 7,9%. Ou seja, 4,8 milhões de homens brasileiros viviam sozinhos. No entanto, os domicílios formados por mulheres sozinhas são os mais expressivos. A sua proporção passou de 6,2% em 1992 para 9,5% em 2011; significa 5,8 milhões de mulheres vivendo sozinhas.

7- Novos e velhos papéis das mulheres


¼ dos domicílios são chefiados por mulheres.

Entre os casais houve aumento dos domicílios chefiados por mulheres.

Mesmo assumindo mais o papel de provedora, a mulher ainda é a mais dedicada aos afazeres domésticos (89% contra 46,8% de homens)

Mulheres trabalham  mais que o dobro de horas semanais em tarefas domésticas

- Cresceu a proporção de domicílios chefiados por mulheres. Passou de 19,3% em 1992 para 24,5% em 2011, ou seja, um quarto dos domicílios brasileiros.
- Uma grande mudança em curso é o aumento de domicílios chefiados por mulheres de núcleo composto, ou seja, formado por casais. A proporção de arranjos do tipo casal com e sem filhos chefiados por mulher passou de 0,8% em 1992 para 9,4% em 2011. Neste ano, 5,4 milhões de famílias brasileiras encontravam-se nessa categoria.
- Também aumentou em muito a contribuição da renda das mulheres nas famílias brasileiras. Entre 1992 e 2011, passou de 30,1% para 41,4%. Mais expressivo, foi o aumento da proporção de mulheres cônjuges que contribuem para a renda das suas famílias, que passou de 39,1% para 66,3%.
- Apesar de a mulher brasileira estar assumindo o papel de provedora, ela continua sendo a principal responsável pelo cuidado doméstico. A proporção de mulheres ocupadas que se dedicavam a afazeres domésticos em 2011, foi de 89,0% e a de homens, 46,8%. Mais expressiva foi a diferença no número médio de horas trabalhadas em afazeres domésticos. As mulheres ocupadas dispendiam, em média, 22,0 horas semanais e os homens, 10,3.

8-Envelhecimento Populacional e Condições de Vida da População Idosa


Idosos são menos pobres que os não idosos

Renda dos idosos foi de 28,5 bilhões de reais, 69,5% vindos da Seguridade Social

-A proporção da população idosa passou de 7,9% para 12,1% entre 1992 e 2011. Isto significa aproximadamente 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
-Dos homens idosos, 35,1% participava das atividades econômicas, sendo que aproximadamente a metade destes já era aposentada. 75,3% eram aposentados e 3,7% não tinham rendimento.
-Dentre as mulheres idosas, 12,4% estavam no mercado de trabalho, sendo que aproximadamente a metade deste grupo era aposentada.  Do total de mulheres, 58,3% eram aposentadas e 13,4% não tinham rendimento.
- O total da renda dos idosos em setembro de 2011 foi de aproximadamente 28,5 bilhões de reais, dois quais 69,5% eram oriundos da Seguridade Social. Esse valor correspondia a 19,4% da renda de todos os brasileiros e 64,5% da renda dos domicílios onde residem.
-Consequentemente, os idosos são menos pobres que os não idosos.

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