quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Venda de produtos para Pnae fortalece estrutura econômica de assentamentos catarinenses


Uma alimentação saudável e variada, com verduras e frutas orgânicas, carne de frango e peixe frescos, ovos, pão, leite e derivados, todos com origem nos assentamentos da reforma agrária. Este é o cardápio de milhares de crianças matriculadas nas escolas públicas municipais catarinenses e instituições filantrópicas, que aderiram ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Administrada por seis cooperativas de assentados, a distribuição dos alimentos rendeu às famílias fornecedoras uma quantia superior a R$ 3,3 milhões, apenas no ano de 2011.

O Pnae é um programa do Ministério da Educação que garante, por meio de repasse de recursos financeiros aos municípios, o atendimento das necessidades nutricionais dos alunos durante a permanência na escola, com oferta de alimentação nutritiva e criação de hábitos alimentares saudáveis.  Para tanto, 30% dos alimentos devem ser adquiridos diretamente da agricultura familiar e assentamentos da reforma agrária, medida que estimula o desenvolvimento das comunidades.
De acordo com o superintendente regional do Incra em Santa Catarina, João Paulo Strapazzon, o fornecimento de produtos ao Pnae fortalece a estrutura econômica dos assentamentos. Para ele, a viabilidade dos assentamentos não decorre apenas da inserção em um único programa de incentivo à produção. É necessário que as famílias assentadas organizem-se em cadeias produtivas, a exemplo do que ocorre em Santa Catarina, e explorem as oportunidades. “Somados aos recursos obtidos com o fornecimento ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), os assentamentos catarinenses obtiveram uma renda adicional superior a R$ 10,8 milhões, em 2011”, disse Strapazzon.
Contratos
Os contratos de fornecimento para o Pnae foram formalizados por seis cooperativas de assentados, cada qual com suas especialidades de produção. São verduras e legumes variados, frutas, mel, conservas, leite e achocolatados, frangos e peixes, entre outros alimentos básicos. Os contratos são realizados diretamente pelas prefeituras e as cooperativas participam das concorrências públicas, assim como qualquer outra organização de produtores, sem qualquer vantagem para as partes, sendo considerados como parâmetros de compra, apenas a qualidade dos alimentos e os preços praticados.
Dos municípios de Garuva e Rio Negrinho, a Cooperativa Regional de Industrialização e Comercialização Dolcimar Luiz Bruneto (Cooperdotchi) forneceu hortifrutigranjeiros e recebeu mais de R$ 917,4 mil com a venda dos produtos para as prefeituras de sua região de atuação, que corresponde ao norte e litoral de Santa Catarina.
Negócios
A Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste (Cooperoeste) forneceu leite integral, bebidas lácteas, achocolatados, queijo e conservas às escolas da região de São Miguel do Oeste. Esses contratos renderam às famílias R$ 1,9 milhão, enquanto no município de Campos Novos e região, a Cooperativa dos Assentados da Região do Contestado (Coopercontestado) recebeu R$ 75,5 mil pelo fornecimento de verduras e legumes, pão e biscoitos.
A Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização Edson Adão Lins (Coopeal), que reúne famílias de Abelardo Luz, recebeu R$ 140 mil pelo fornecimento de dez mil quilos de filés de tilápia. Já a Cooperativa de Produção Agropecuária União do Oeste (Cooperunião), que atua na região de Dionísio Cerqueira, próximo à divisa com a Argentina, forneceu 8,6 toneladas de frango congelado, pelos quais recebeu R$ 31 mil.
Por fim, a Cooperativa Regional Agropecuário Terra Livre (Coopertel), com sede no município de Ponte Alta, região meio oeste de Santa Catarina, forneceu uma gama variada de verduras e legumes, além de ovos e biscoitos, recebendo um total de R$ 191,9 mil 

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