segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ministro da Agricultura da Colômbia visita Embrapa



Brasília, 10 de dezembro de 2012 – A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, recebeu hoje (10/12) pela manhã a visita do Ministro da Agricultura da Colômbia, Juan Camilo Restrepo, acompanhado da Embaixadora da Colômbia no Brasil, Maria Elvira Pombo, e do presidente doCorpoica – Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria, Juan Lucas Restrepo, além de uma comitiva de pesquisadores e empresários daquele país. O objetivo da visita ao Brasil, que inclui outras unidades da Embrapa, a Emater – DF e instituições de pesquisa, é estreitar a cooperação técnica entre Brasil e Colômbia, especialmente em prol do desenvolvimento agrícola da região de cerrados. Na quarta-feira, dia 12 de dezembro, o ministro colombiano se reúne com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, e o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.
            Segundo o Chefe da Secretaria de Relações Internacionais – SRI da Embrapa, Márcio Porto, a parceria entre a Embrapa e o Corpoica, que é o órgão similar à Empresa na Colômbia, já é realizada há mais de 20 anos e abrange diferentes áreas de pesquisa agrícola. Mas, desta vez, o interesse é estreitá-la especificamente em prol da região de cerrados.
            Porto explica que os bons resultados alcançados pela Embrapa nessa área, entre os quais se destaca a expansão da cultura da soja para as condições do cerrado fazendo com que hoje esse bioma seja o responsável por cerca de 50% de toda a produção nacional de soja, despertaram interesse dos pesquisadores colombianos. As condições climáticas do cerrado colombiano, chamado por eles de llenos orientales, são muito similares às do nosso e, por isso, eles querem conhecer melhor as pesquisas para poder adequá-las ao seu país.
            O apoio da iniciativa privada é fundamental para a consecução deste objetivo e, por isso, a comitiva que visita o Brasil conta com mais de 20 empresários.

Recursos genéticos, agroecologia e biotecnologia

            Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a comitiva colombiana assistiu a três palestras: a primeira sobre a Plataforma Nacional de Recursos Genéticos foi apresentada pelo pesquisador Arthur Mariante e enfatizou as áreas em que a Embrapa e o Corpoica mantêm parcerias técnicas. Segundo o pesquisador, um dos pontos fortes da interação entre os dois países é a conservação de recursos genéticos animais.
            Mariante destacou que há forte similaridade entre raças crioulas do Brasil e da Colômbia, como por exemplo, entre os bovinos Casanare e Pantaneiro e Romosinuano e Mocho Nacional. “Isso facilita o desenvolvimento de pesquisas em parceria entre os dois países, especialmente no que se refere à documentação e ao comportamento de recursos genéticos animais”, ressaltou.
            A segunda, proferida pela pesquisadora Carmen Pires, apresentou as pesquisas de agroecologia desenvolvidas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no cerrado brasileiro. Pires falou sobre o trabalho de transição agroecológica, desenvolvido em parceria com a Emater-DF, em propriedades rurais do Distrito Federal e entorno, que tem como objetivo ressaltar a importância da agrobiodiversidade como provedora de serviços ecológicos e vem obtendo resultados promissores.
            A última palestra, apresentada pelo pesquisador Elíbio Rech, enfatizou a importância da biotecnologia para a agricultura sustentável. De acordo com o pesquisador, a utilização de plantas transgênicas como biofábricas para produção de moléculas de alto valor agregado reduzem os custos e colaboram para a preservação da biodiversidade. Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, bactérias e plantas transgênicas estão sendo utilizadas para produzir teias de aranha, hormônio do crescimento e proteínas que podem ajudar na prevenção da AIDS na África. Para Rech, esse é o caminho da medicina do futuro.  “Hoje mais de 20 mil crianças esperam na fila pelo hormônio do crescimento e o tratamento custa mais de US$ 2 mil por mês”, afirma o pesquisador, lembrando que, além de reduzir custos, o uso de organismos transgênicos como biorreatores colabora para a preservação da biodiversidade e, portanto, pode ser grande aliado do desenvolvimento sustentável.

Fernanda Diniz
Jornalista
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Fones: (61) 3448-4769 e 3340-3672


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