sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Nasce um novo partido de esquerda no México: Morena


Cerca de 2.500 delegados participaram do Congresso Nacional do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), novo partido político da esquerda mexicana, que tem como uma de suas principais lideranças Andrés Manuel López Obrador. Foi aprovada a participação nas eleições de 2013, a proibição de facções e que os representantes populares deverão destinar 50% de seus vencimentos ao partido.

Enrique Méndez
O congresso nacional do Movimento Regeneração Nacional (Morena) aprovou o projeto de estatutos, declaração de princípios e programa de ação. Também definiu a eleição de 204 dos 300 integrantes do Conselho Nacional, que será presidido por Andrés Manuel López Obrador. Esse conselho definirá, cargo por cargo, os integrantes do Comitê Executivo Nacional, incluídos o presidente e o secretário geral, assim como 17 outras funções. 
Segundo conselheiros que participaram da reunião, realizada a portas fechadas no centro Plano Sexenal, foi aprovada a participação do Morena nas eleições de 2013 e que, como partido político, seja austero, livre de corrupção e de facções. Além disso, decidiu-se fortalecer as atribuições do congresso nacional e dos estados em relação ao Comitê Executivo Nacional e ampliar os requisitos para candidatos a cargos de representação nacional, sobretudo os externos.

Os conselheiros aprovaram ainda que os representantes populares surgidos do Morena serão obrigados a repassar 50% de seus vencimentos ao partido político e que o financiamento público garantido pelo Instituto Federal Eleitoral seja destinado principalmente à capacitação e formação política.

O congresso reduziu de 50 para 25% o número de candidaturas e definiu que aqueles que desejem ser candidatos pelo Morena, mas tenham militado em outro partido ou sido parlamentares, terão que esperar ao menos dois anos antes de solicitar sua indicação. Além disso, propôs-se que eles paguem o equivalente a um ano de cotizações para ter a indicação aprovada.

No início do congresso, Raquel Sosa afirmou que o encontro contava com uma participação de 1.700 dos 2.500 delegados eleitos nos conselhos estatais, que não só tinham direito a sufrágio, como também de ser votados como membros do conselho nacional. Ele também informou do resultado dos congressos sobre o futuro organizativo do Morena. Referiu que nas reuniões se confrontaram opiniões, mas a decisão sobre o perfil da organização foi resolvido com o voto livre e secreto, nas urnas. Assim, informou, 11,2% votou para que o movimento continuasse a ser uma associação civil e 86,2% para que buscasse seu registro como partido político. Vamos dar início à constituição do partido mais importante da esquerda mexicana, expressou.

Os presidentes, secretários gerais e de organização dos estados e do Distrito Federal, que somam 96, automaticamente fazem parte do conselho nacional. A escolha do resto dos integrantes foi resolvida pelo voto dos delegados. Cada um destes podia votar em até 10 candidatos ao conselho e, de acordo com a convocatória, na votação não se admitiram listas ou grupos. Os votos foram depositados nas urnas entre às 12 e às 15 horas e, posteriormente, se iniciou a contagem. Além do comitê nacional, o conselho nacional elegerá a comissão de honestidade e justiça.

Ontem, na abertura dos trabalhos, estiveram presentes legisladores do Partido do Trabalho e do Movimento Cidadão, como Layda Sansores, Manuel Barlett, Jaime Bonilla, Ricardo Monreal e Luisa María Alcalde. Além destes, lá estavam os ex-deputados Jaime Cárdenas, Porfirio Muñoz Ledo, José Augustín Ortiz Pinchetti, Luis Medina (presidente do Morena em Zacatecas) e Victor Quintana. A assembleia fez menção especial ao escritor Paco Ignacio Taibo e a José Eduardo Navarrete. Foi feita também uma breve homenagem in memoriam a Carlos Monsiváis, Luis Javier Garrido e Mónica Obregón, esposa do ex-reitor Juan Ramón de la Fuente.

Tradução: Katarina Peixoto

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