sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Quando vejo o noticiário das televisões e dos jornais


Quando vejo o noticiário das televisões e dos jornais, principalmente sobre violencia, fica imaginando, poderiam gastar um pouco mais de tempo e nos informar a origem geográfica das pessoas tidas como "bandidos e bandidas".
Falar sobre as famílias destes ditos "bandidos e bandidas".
Enquanto as milhares de famílias que migraram do interior capixaba, mineiro e bahiano, estavam nas suas comunidades, a violencia não era a que temos hoje.
Não estou falando em conte-las no interior, estou falando sobre a forma como elas ''deixaram'' a terra natal, foram na verdade tangidas a migrarem, para dar lugar aos sonhos do milagre economico, de poucos.
Hoje o problema está nas nossas portas e nas ruas da cidade.
Ainda é tempo de uma conversa mais séria por parte da sociedade como um todo.
A imprensa bem que poderia cumprir o seu papel e abrir as suas páginas e as suas câmeras e microfones, para que democraticamente todos segmentos pudessem participar.

As duas visões da diplomacia comercial brasileira


Luis Nassif

Coluna Econômica

31.08.2012 12:07

As duas visões da diplomacia comercial brasileira

Para a velha mídia, Cristina Kirchner, da Argentina, é uma populista irremediável, Hugo Chávez, da Venezuela, um subversivo disposto a colocar fogo no continente e Ollanta Humalla, do Peru, um esquerdista indefinido. E para as grandes empresas brasileiras, os três representam excelentes oportunidades de negócio, muito bem aproveitadas pelo não-alinhamento pragmático da diplomacia brasileira.
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De 2004 a 2009, por exemplo, a Odebrecht mantinha na Argentina um escritório com 15 funcionários. A partir de 2012, tem 15 mil funcionários atuando em projetos de infraestrutura, energia.
A empresa divide grandes obras, entre outros, com a sueca Skanska, com a argentina Hochtief. As contratações são efetuadas, os pagamentos feitos em dia.
O mesmo ocorre no Peru, com investimentos estáveis, apesar das mudanças políticas.
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Nem se fale da Venezuela, que tornou-se grande parceira do Brasil desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
Boquirroto, valentão, impulsivo, vá lá, mas Hugo Chávez assumiu o poder disposto a mudar a realidade do país, dominado pela mais corrupta elite latino-americana.
Sem dispor de quadros técnicos, passou a considerar o Brasil o modelo a ser seguido. Referia-se a Fernando Henrique Cardoso como “mi maestro. No dia em que Lula foi eleito e proferiu o famoso discurso inicial, tornando os pobres o público preferencial, imediatamente ganhou a admiração de Chávez.
No que importa: foram essas afinidades que abriram espaço para as empresas brasileiras conquistarem amplos espaços, especialmente depois da nacionalização de parte da produção petrolífera venezuelana.
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As aventuras da Odebrecht com o Chile e com o Peru são bastante signficativas para entender os efeitos da diplomacia sobre os negócios.
Quando iniciou sua internacionalização, as primeiras investidas da Odebrecht foram em países vizinhos, construindo uma hidrelétrica no Chile, outra no Peru. Ambos os países eram ditaduras militares, o Chile dominado pela direita de Augusto Pinochet; o Peru pela esquerda de Velasco Alvarado.
Politicamente, as afinidades brasileiras eram com a ditadura de Pinochet. Só que o general colocou o Chile sob a órbita dos Estados Unidos. Com isso, abriu uma enorme mercado nos EUA para as frutas chilenas. Mas nenhuma empresa brasileira conseguia entrar no mercado chileno.
Quando Jimmy Carter assumiu a presidência dos EUA, durante um certo período interrompeu toda a ajuda ao Chile, devido aos problemas com direitos humanos. A Odebrecht aproveitou a brecha, ampliou sua presença no país.
Ao assumir a presidência dos EUA, Ronald Reagan reabriu as portas para o Chile, que virou as costas para o Brasil, deixando as empresas brasileiras penduradas com a broxa na mão.
Até hoje o Brasil não tem entrada no Chile.
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Alvarado era apoiado pela URSS.
A convivência com os soviéticos, no Peru, permitiu à Odebrecht ser convidada para construir as obras civis da hidrelétrica de Capanda, em Angola. Era o ano de 1984, em que o país se denominava de República Marxista-Leninista de Angola.
É por isso que, enquanto na velha mídia se pratica o jogo do faz-de-conta, em outros setores trata-se a América Latina com visão pragmática e estratégica.

Cidades-Urgente: colocar a questão urbana na agenda nacional


Cidades-Urgente: colocar a questão urbana na agenda nacional

A Carta Maior abriu um espaço, coordenado pela professora Erminia Maricato para dar à questão urbana o lugar que lhe deveria caber no debate público. "As cidades fornecem destaques diários para a mídia escrita, falada e televisionada. A questão urbana, então, ocupa um espaço prioritário na agenda política nacional. Certo? Muito longe disso, a questão urbana está fora da agenda política nacional. Neste espaço, leremos alguns dos mais informados e experientes profissionais e estudiosos de políticas urbanas no Brasil, que, além dessas virtudes, se classificam como ativistas de direitos sociais e justiça urbana", explica a arquiteta e urbanista no artigo que abre esta seção.

A Carta Maior abriu uma editoria permanente de discussão sobre os problemas centrais das cidades brasileiras hoje. Coordenado por Erminia Maricato, urbanista e professora da USP, o novo espaço servirá para dar à questão urbana o lugar que lhe deveria caber no debate público. “As cidades fornecem destaques diários para a mídia escrita, falada e televisionada. A questão urbana, então, ocupa um espaço prioritário na agenda política nacional. Certo? Muito longe disso, a questão urbana está fora da agenda política nacional. Leremos nesta editoria alguns dos mais informados e experientes profissionais e estudiosos de políticas urbanas no Brasil, que, além dessas virtudes, se classificam como ativistas de direitos sociais e justiça urbana”, explica a arquiteta e urbanista no artigo que introduz esta seção.

Neste especial, chamado de “Cidades em Transe” e que dá a largada para a editoria, artigos de especialistas nos temas relativos às cidades – a própria Ermínia, Nabil Bonduki, Raquel Rolnik, Jeroen Johannes Klink, João Sette Whitaker Ferreira, Marcos Pimentel Bicalho, Nazareno Stanislau Affonso e Jurema Rugani – tratam de questões como direito à moradia, disputa pelo solo urbano, especulação mobiliária, mobilidade e planejamento urbano.

Além disso, matérias e entrevistas realizadas pela redação da Carta Maior em São Paulo e por seus correspondentes e colaboradores em outras cidades brasileiras e internacionais dão um panorama in loco da realidade debatida pelos especialistas.

A editoria de Cidades, claro, seguirá com muito mais artigos, matérias e entrevistas. Inclusive já está sendo preparado um especial sobre trânsito, a ser lançado na próxima semana, com reportagens de várias capitais do Brasil e do exterior.

Leia, a seguir, o artigo de abertura da professora Erminia Maricato.


Erminia Maricato

Enchentes, desmoronamentos com mortes, congestionamentos, crescimento exponencial da população moradora de favelas (ininterruptamente nos últimos 30 anos), aumento da segregação e da dispersão urbana, desmatamentos, ocupação de dunas, mangues, APPs (Áreas de Proteção Permanente) APMs (Áreas de Proteção dos Mananciais), poluição do ar, das praias, córregos, rios, lagos e mananciais de água, impermeabilização do solo (tamponamento de córregos e abertura de avenidas em fundo de vales), ilhas de calor... e mais ainda: aumento da violência, do crime organizado em torno do consumo de drogas, do stress, da depressão, do individualismo, da competição. As cidades fornecem destaques diários para a mídia escrita, falada e televisionada. A questão urbana ocupa espaço prioritário na agenda política nacional. Certo?

Muito longe disso, a questão urbana está fora da agenda política nacional.

As conquistas institucionais nos anos recentes não foram poucas: promulgação do Estatuto das Cidades, aprovação dos marcos regulatórios do saneamento, dos resíduos sólidos, da mobilidade urbana, aprovação de uma enxurrada de Planos Diretores, criação do Ministério das Cidades, retomada das políticas de habitação e saneamento após décadas de ausência do Estado. No entanto, a crise urbana está mais aguda do nunca. Por quê?

Numa sociedade persistentemente desigual as cidades não poderiam expressar o contrário. Mas há algo nas cidades que é central e ignorado. Trata-se do poder sobre o “chão”, ou seja, o poder sobre como se dá a produção e a apropriação do espaço físico. De todas as mazelas relacionadas acima, a primeira parte tem a ver com o “espaço urbano” ou com as formas de uso e ocupação do solo, essa evidência que nos cerca no cotidiano das cidades, mas que está oculta para Estado e sociedade. Assim como no campo, a terra urbana (pedaço de cidade) é o nó na sociedade patrimonialista.

A importância do espaço urbano como ativo econômico e financeiro escapa à percepção da maior parte dos urbanistas, engenheiros e economistas no Brasil (exceto dos que trabalham para o capital imobiliário). O valor da terra e dos imóveis varia de acordo com as leis ou investimentos realizados nas proximidades. Poderosos lobbies atuam sobre os orçamentos públicos dirigindo os investimentos e os destinos das cidades. Trata-se do que os americanos, Logan e Molotch, chamaram de “máquina do crescimento”: a reunião de interessados na obtenção de rendas, lucros, juros e... recursos para o financiamento de campanhas, acrescentamos nós. O planejamento urbano é o fetiche que encobre o verdadeiro negócio. É comum que um conjunto de obras contrarie o Plano Diretor. O mais frequente é vermos obras sem planos e planos sem obras.

O governo federal retomou as políticas de habitação e saneamento e se propõe a retomar a política de mobilidade urbana após décadas de ausência promovida pelo ideário neoliberal. Mas a retomada desses investimentos sem a reforma fundiária e imobiliária urbana (de competência municipal) traz consequências cruéis como a explosão dos preços dos imóveis. Durante os 50 anos em que urbanistas e movimentos sociais defenderam a Reforma Urbana, a exclusão territorial foi reinventada, em duas ocasiões, pelos que lucram com a produção da cidade: quando o BNH carreou recursos para o financiamento residencial e, novamente, quando isso aconteceu, recentemente, com o Minha Casa Minha Vida. Em ambas as ocasiões, o PIB foi insuflado pela atividade da construção.

Ao contrário de um desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente equilibrado, um dinâmico crescimento imobiliário reproduz características históricas de desigualdade e predação ambiental que, somadas ao grande número de carros que entopem a cada dia os sistemas viários, apontam para um rumo de consequências trágicas. Esse tema deveria ter ocupado um lugar central na Rio +20.

Pesquisas recentes da USP ampliaram o conhecimento sobre o número de patologias causadas, na RM de São Paulo, pela poluição do ar, do som, ou pelos congestionamentos de tráfego: doenças cardíacas, transtornos mentais, ansiedade, depressão, estresse. O tempo médio das viagens diárias está próximo das três horas, sendo que para um terço da população passa disso. 30% das famílias são chefiadas por mulheres que após a jornada de trabalho chegam em casa e têm que dar conta dos filhos e do serviço doméstico. Tanto sofrimento exigiria repensar a prioridade dada ao automóvel em detrimento do transporte coletivo. Deve haver outras formas de criar empregos e aumentar o PIB sem gerar tal irracionalidade (do ponto de vista social e ambiental) urbana.

Os megaeventos (Copa, Olimpíadas) acrescentam alguns graus nessa febre. Por isso, os despejos de comunidades pobres que estão (e sempre estão) no caminho das grandes obras está ganhando dimensões não conhecidas até agora.

Embora a agenda social tenha mudado nos últimos nove anos favorecendo ex-indigentes, ex-miseráveis ou simplesmente pobres (bolsa família, crédito consignado, aumento do salário mínimo, Prouni), embora as obras urbanas se multipliquem a partir do PAC e do MCMV, ambos por iniciativa do governo federal, as cidades pioram a cada dia. Distribuição de renda não basta para termos cidades mais justas, menos ainda a ampliação do consumo pelo aumento do acesso ao crédito. É preciso “distribuir cidade”, ou seja, distribuir terra urbanizada, melhores localizações urbanas que implicam melhores oportunidades. Enfim, é preciso entender a especificidade das cidades onde moram mais de 80% da população do país e representam algumas das maiores metrópoles do mundo.

A Carta Maior oferece um espaço permanente para dar à questão urbana o lugar que lhe deveria caber na agenda política nacional. Leremos nesta editoria alguns dos mais informados e experientes profissionais e estudiosos de políticas urbanas no Brasil, que, além dessas virtudes, se classificam como ativistas de direitos sociais e justiça urbana. Serão objeto dessas análises várias das maiores cidades brasileiras que estão sofrendo com esse processo, bem como ficará evidente a resistência oferecida pelos movimentos dos despejados que se multiplicam em todo o Brasil.

Para seguir a trilha do desenvolvimento urbano, e não apenas crescimento urbano, revertendo o rumo atual, há conhecimento técnico, há propostas, há planos, há leis e até mesmo experiência profissional acumulada no Brasil. Ainda que no espaço de uma sociedade do capitalismo periférico ou “emergente”, como quer o main stream, é possível diminuir um pouco as selvagens relações sociais, econômicas e ambientais que vivemos nas cidades. Antes de apresentar propostas, que são rapidamente repetidas para serem também rapidamente esquecidas, é preciso mostrar porque a formulação de propostas, planos e leis não bastam. A questão é essencialmente política. É preciso mostrar a lógica do caos aparente, ou seja, a lógica dos que ganham com tanto sofrimento e suposta irracionalidade. As próximas eleições se referem ao poder local, ao qual cabe a competência sobre o desenvolvimento urbano de acordo com a Constituição Federal. Esperamos colaborar para diminuir o analfabetismo urbanístico e cobrar dos candidatos a prefeitos e vereadores maior conhecimento e compromisso com a justiça urbana.

(*) Erminia Maricato, arquiteta-urbanista, professora titular aposentada da FAU USP e professora da Unicamp, é coordenadora desta editoria.


A Colômbia, de novo, fala em paz


A Colômbia, de novo, fala em paz

Após décadas de violência desmesurada e incontrolável, o governo da Colômbia e as FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a mais antiga guerrilha em atividade na América Latina – estão, uma vez mais, mantendo conversações de paz. Acaba de ser anunciado que no dia 5 de outubro, uma sexta-feira, esse processo que vem sendo levado a fogo lento será formalmente oficializado em Oslo, a capital da Noruega. Os termos da negociação parecem bem esboçados. Mas ainda falta muita coisa. O artigo é de Eric Nepomuceno.

Ninguém sabe ao certo quando tudo começou – e quem sabe não conta –, mas não deve ter sido há muitos meses. Após décadas de violência desmesurada e incontrolável, o governo da Colômbia e as FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a mais antiga guerrilha em atividade na América Latina – estão, uma vez mais, mantendo conversações de paz. Acaba de ser anunciado que no dia 5 de outubro, uma sexta-feira, esse processo que vem sendo levado a fogo lento será formalmente oficializado em Oslo, a capital da Noruega.

Houve, em ocasiões anteriores, disposição para levar o assunto adiante, apesar de todas as muitas dificuldades. Em 1984, por exemplo, o presidente Belisario Betancur chegou a assinar um cessar-fogo com Pedro Antonio Marin, o lendário fundador das FARC, que também usava o codinome de Manuel Marulanda e o apelido de ‘Tirofijo’. Acabou dando em nada. Anos mais tarde, outro presidente, Andrés Pastrana, negociou com as FARC. De novo, deu em nada. E se acabaram as tentativas. 

Com Álvaro Uribe, aconteceu o contrário. Nada de diálogo: uma repressão sem precedentes foi desatada país afora, dizimando parte considerável das FARC e levando junto um número até hoje não determinado de vítimas civis, causando traumas profundos. Vale recordar que à frente do banho de sangue desatado por Uribe estava o seu ministro da Defesa, o mesmo Juan Manuel Santos que agora preside a Colômbia. Durante esse período as FARC sofreram suas baixas mais dramáticas. O número dois da organização, Raúl Reyes, foi morto enquanto dormia, num acampamento clandestino no Equador. Três meses depois, morreu, de causas naturais, Tirofijo, ícone da cruenta luta armada na Colômbia desde 1964. 

Juan Manuel Santos se elegeu pela mão de Uribe. Entre suas promessas de campanha estava a busca a paz – coisa que todo candidato colombiano vem fazendo há décadas. Por que dessa vez seria diferente? Por uma série de razões.

Do lado das FARC, o deterioro é inegável. Nos últimos oito anos, a organização perdeu a metade dos seus 18 mil homens. Nem todos foram mortos: o número de desertores e arrependidos, alguns de grosso calibre, aumentou rapidamente após a morte de Tirofijo. Em 2010, dois golpes tremendos abalaram ainda mais os já carcomidos alicerces das FARC. Primeiro, foi morto seu chefe militar, Mono Jojoy. E três meses depois, caiu outra lenda, Alfonso Cano, sucessor de Tirofijo.

Além disso, desde o começo dos anos 90 as FARC foram perdendo apoio externo. Com dificuldade crescente para financiar sua enorme estrutura (o grupo chegou a estar presente em todo o país, e controlava áreas imensas), desatou uma gigantesca maré de seqüestros, inclusive de pequenos comerciantes e sitiantes. Isso corroeu sua imagem, e significou perda de simpatia na população, principalmente do interior. Para culminar, os vínculos entre guerrilha e cartéis de drogas, cujos primeiros indícios surgiram no começo dos anos 80, se tornaram mais e mais visíveis. Assim corroeu-se também o parco apoio que as FARC ainda recebiam do exterior. 

Nada disso, porém, estancou o poder da organização. Se já não dominava áreas do interior, sua capacidade de ação se manteve elevada. Agora mesmo, em maio passado, uma série de atentados em Bogotá e em várias regiões do país serviu para mostrar que as FARC ainda podem causar grandes estragos. 

Para arrematar, nem mesmo as dramáticas distâncias e abismos sociais da Colômbia foram suficientes para justificar, aos olhos da opinião pública, a luta anacrônica de uma guerrilha que perdeu sua aura revolucionária.
Claro que os últimos governos colombianos fizeram de tudo para realçar além dos limites essa imagem negativa, como forma, inclusive, de diluir seu próprio braço podre – o dos paramilitares igualmente seqüestradores, igualmente associados ao narcotráfico. Muitos dos assassinatos cometidos por eles foram atribuídos, acobertados pelo silêncio cúmplice dos presidentes e da imprensa, às FARC.

Já do lado do governo, o deterioro também é inegável. Não há como prosseguir com o banho de sangue praticado com o argumento de combate à guerrilha. Juan Manuel Santos entendeu isso, e resolveu mudar o cenário.
Não que se trate de um humanista preocupado com a pacificação do país e a reconciliação entre os colombianos. Trata-se de um tecnocrata frio e pragmático, que ainda acredita piamente nas crenças neoliberais, tanto assim que está esquartejando a Colômbia e privatizando tudo a preço de ocasião. Mas que sabe que nada disso terá futuro nesse turbilhão de sangue e fogo.

Assumiu a presidência e abriu diálogo com Rafael Correa, presidente do Equador, com Hugo Chávez, na Venezuela, e com Raúl Castro em Cuba. Enquanto Uribe, seu mentor, espumava de ódio, Santos continuou avançando. Implantou leis que poderão afetar a concentração de terras em mãos dos grandes latifúndios, e outras, que poderão esclarecer crimes cometidos pelos paramilitares. 

O país continua, é verdade, absurdamente desigual. A economia cresce muito acima da média latino-americana (5,9% no ano passado, por exemplo), mas a miséria não diminui. Faltam obras de infra-estrutura, falta um mundo de coisas por fazer. Como preencher essas lacunas entre nuvens de horror e violência? 

Os termos da negociação parecem bem esboçados. A cada passo, a Colômbia consultou discretamente os governos de Cuba, da Venezuela e do Equador. Mas ainda falta muita coisa.

Por exemplo: chegar a um acordo aceitável para os dois lados, de maneira que as FARC se desmobilizem e seus remanescentes se integrem à vida civil. 

Há um antecedente importante: o Exército M-19, que nos anos 70 e 80 chegou a rivalizar, em poder de ação, com as FARC, se desmobilizou depois de delicadas negociações de paz. 

Hoje, o prefeito de Bogotá é um ex-integrante do M-19, que faz uma administração dinâmica e de profundo cunho social. 

Não deixa de ser uma esperança.

PIB varia 0,4% em relação ao 1º trimestre e chega a R$ 1,10 trilhão



Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) a preços de mercado do segundo trimestre teve variação positiva de 0,4%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal.
Na comparação com o segundo trimestre de 2011, o PIB cresceu 0,5% e, entre as atividades econômicas, destaca-se a Agropecuária (1,7%).
No acumulado nos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2012 (12 meses), a expansão foi de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No primeiro semestre o PIB apresentou aumento de 0,6%. O PIB em valores correntes alcançou R$ 1,10 trilhão no segundo trimestre.
A publicação completa pode ser acessada na páginahttp://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/defaultcnt.shtm.
Em relação ao 1º tri de 2012, PIB cresce 0,4%
Na comparação com o primeiro trimestre do ano, o destaque positivo foi a Agropecuária, que teve crescimento de 4,9% no volume do valor adicionado. Nos Serviços houve aumento de 0,7%, enquanto que a Indústria registrou queda de 2,5%.
Entre os Serviços, destaca-se o crescimento das atividades de Intermediação financeira e seguros (1,8%), Serviços de informação(1,0%), Administração, saúde e educação pública (0,8%) e Outros serviços (0,8%). Atividades imobiliárias e aluguel apresentou variação positiva de 0,4%, enquanto que o Comércio (-0,1%) se manteve praticamente estável em relação ao trimestre anterior. Por fim, a atividade Transporte, armazenagem e correio registrou queda de 1,2%.
Na Indústria (-2,5%), três das quatro atividades registraram taxas de variação negativas. Destaque para a queda de 2,5% observada naIndústria de transformação, seguida por Extrativa mineral (-2,3%) e pela Construção civil (-0,7%). Já em Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, houve crescimento de 1,6%.
Pela ótica do gasto, a Despesa de Consumo da Administração Pública e a Despesa de Consumo Das Famílias cresceram, respectivamente, 1,1% e 0,6% no segundo trimestre de 2012. Já o outro componente da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo, teve queda de 0,7%.
No que se refere ao setor externo, as importações de bens e serviços cresceram 1,9%, enquanto que as exportações tiveram queda de 3,9%.
Em relação ao mesmo trimestre de 2011, Serviços crescem 1,5%
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 0,5% no segundo trimestre de 2012. O valor adicionado a preços básicos cresceu 0,5% e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios, 0,7%.
Entre as atividades que contribuem para a geração do valor adicionado, a Agropecuária cresceu 1,7% neste trimestre em relação a igual período de 2011. Este resultado pode ser explicado pelo desempenho de produtos da lavoura com safra relevante no 2º trimestre e que apresentaram crescimento nas estimativas de produção anual e da produtividade. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE - julho 2012), esse é o caso do milho (27,0%), café (4,9%) e algodão (4,9%). Por outro lado, a soja, o arroz e a mandioca registraram queda de produção da ordem de 12,2%, 14,9% e 1,9%, respectivamente.
A Indústria, após manter-se praticamente estável no primeiro trimestre do ano, voltou a registrar taxa negativa (-2,4%). Destaca-se a queda de 5,3% da Indústria de transformação, cujo resultado foi influenciado, principalmente, pela redução da produção de materiais eletrônicos e equipamentos de comunicações; veículos automotores; artigos do vestuário e calçados; produtos farmacêuticos; e máquinas e materiais elétricos. Também na Extrativa mineral observou-se redução, em volume, do valor adicionado: -1,8%. Já nas demais atividades industriais, houve crescimento: Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,3%) e Construção civil (1,5%).
O valor adicionado de Serviços cresceu 1,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. À exceção de Transporte, armazenagem e correio, onde houve queda de 0,6%, as demais atividades que o compõem registraram variações positivas. Destaque para Administração, saúde e educação pública, que apresentou crescimento de 3,3%, e Serviços de informação – onde houve aumento de 2,6%. Intermediação financeira e seguros teve expansão de 1,8%, seguida por Serviços imobiliários e aluguel (1,4%) e Outros serviços(1,0%). Já o Comércio, por sua vez, apresentou variação positiva de 0,2% no trimestre.
Entre os componentes da demanda interna, a Despesa de Consumo Das Famílias apresentou crescimento de 2,4%, sendo esta a trigésima quinta variação positiva consecutiva nessa base de comparação. Contribuíram para esse aumento o crescimento da massa salarial e aumento do crédito.
A Formação Bruta de Capital fixo registrou redução de 3,7% em relação a igual período do ano anterior, puxada pela queda da produção interna de máquinas e equipamentos. A Despesa de Consumo da Administração Pública, por sua vez, cresceu 3,1% na comparação com o mesmo período de 2011.
Pelo lado da demanda externa, as importações de bens e serviços apresentaram crescimento de 1,6%, enquanto que as exportações registraram queda de 2,5%.
Em 12 meses, PIB cresce 1,2%
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2012 apresentou crescimento de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Pelo lado da oferta, o resultado decorreu dos seguintes desempenhos, por atividade: Agropecuária (1,5%), Indústria (-0,4%) e Serviços (1,6%).
Na análise da demanda, a Despesa de Consumo ds Famílias cresceu 2,5%, seguida pela Despesa de Consumo da Administração Pública (2,2%). A Formação Bruta de Capital Fixo, por sua vez, variou negativamente em 0,3%.
Já no âmbito do setor externo, tanto as Exportações de Bens e Serviços como as Importações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 2,8% e 5,0%, respectivamente.
PIB cresce 0,6% no primeiro semestre
O PIB no 1º semestre de 2012 apresentou crescimento de 0,6%, em relação a igual período de 2011.
PIB chega a R$ 1.101,6 bilhões no segundo trimestre
O PIB no segundo trimestre de 2012 alcançou R$ 1.101,6 bilhões, sendo R$ 938,2 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 163,3 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2012 foi de 17,9% do PIB, inferior à taxa referente a igual período do ano anterior (18,8%). Essa redução foi influenciada, principalmente, pela queda, em volume, da formação bruta de capital fixo no trimestre. A taxa de poupança ficou em 16,9% no segundo trimestre de 2012 (ante 19,0% no mesmo trimestre de 2011).
Comunicação Social
31 de agosto de 2012

POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ESPIRITO SANTO 2012- IBGE


POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ESPIRITO SANTO 2012- IBGE

Afonso Cláudio 30.919
 Água Doce do Norte 11.624
 Águia Branca 9.507
 Alegre 30.626
 Alfredo Chaves 14.007
 Alto Rio Novo 7.371
 Anchieta 24.616
 Apiacá 7.497
 Aracruz 84.429
 Atilio Vivacqua 10.080
 Baixo Guandu 29.272
 Barra de São Francisco 41.110
 Boa Esperança 14.278
 Bom Jesus do Norte 9.514
 Brejetuba 11.950
 Cachoeiro de Itapemirim 192.156
 Cariacica 352.431
 Castelo 35.048
 Colatina 113.054
 Conceição da Barra 28.745
 Conceição do Castelo 11.798
 Divino de São Lourenço 4.471
 Domingos Martins 32.042
 Dores do Rio Preto 6.429
 Ecoporanga 23.097
 Fundão 17.632
 Governador Lindenberg 11.106
 Guaçuí 28.208
 Guarapari 107.836
 Ibatiba 22.843
 Ibiraçu 11.335
 Ibitirama 8.919
 Iconha 12.681
 Irupi 11.930
 Itaguaçu 14.080
 Itapemirim 31.421
 Itarana 10.799
 Iúna 27.512
Jaguaré 25.454
 Jerônimo Monteiro 10.984
 João Neiva 15.886
 Laranja da Terra 10.810
 Linhares 145.639
 Mantenópolis 13.826
 Marataízes 34.675
 Marechal Floriano 14.576
 Marilândia 11.286
 Mimoso do Sul 25.858
 Montanha 17.938
 Mucurici 5.619
 Muniz Freire 18.202
 Muqui 14.506
 Nova Venécia 46.487
 Pancas 21.722
 Pedro Canário 24.071
 Pinheiros 24.284
 Piúma 18.597
 Ponto Belo 7.088
Presidente Kennedy 10.429
 Rio Bananal 17.713
 Rio Novo do Sul 11.334
 Santa Leopoldina 12.207
 Santa Maria de Jetibá 34.992
 Santa Teresa 22.005
 São Domingos do Norte 8.070
 São Gabriel da Palha 32.655
 São José do Calçado 10.397
 São Mateus 111.832
 São Roque do Canaã 11.406
 Serra 422.569
 Sooretama 24.685
 Vargem Alta 19.395
 Venda Nova do Imigrante 21.094
 Viana 66.745
 Vila Pavão 8.724
 Vila Valério 13.824
 Vila Velha 424.948
 Vitória 333.162

PIB fraco reforça a necessidade de ampliação da taxa de investimento


IBGE aponta que economia brasileira cresceu apenas 1,2% nos doze meses anteriores a junho. Como medidas de estímulo, governo federal foca em redução de juro e ampliação do consumo das famílias. Economista do Ipea ouvido pela Carta Maior defende queda do superávit e aumento da taxa de investimento público, que caiu no governo Dilma.

São Paulo – O IBGE divulgou nesta sexta-feira (31) que o PIB do país cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre de 2012 em relação aos primeiros três meses do ano, sinalizando que a recuperação da economia ainda está longe de acontecer. No acumulado de doze meses, o crescimento é de 1,2%.

O desempenho poderia ser pior não fosse o grande avanço da agropecuária, com expansão de 4,9%, na onda da alta dos preços internacionais das commodities. O setor de serviços, que compõe a maior parte do PIB (cerca de 58%), avançou apenas 0,7%, e o setor industrial despencou 2,5%.

O problema é que há poucos sinais de recuperação no horizonte. Isso é revelado por um outro indicador divulgado pelo IBGE junto com o PIB: a Formação Bruta de Capital Fixo. Esse índice, que mede quanto as empresas gastaram com bens de capital, como máquinas e equipamentos, caiu 0,7% no trimestre, acumulando recuo de 0,3% em doze meses.

Todos esses números apontam que será difícil que o país cresça a uma taxa acima de 4% em dezembro, como gostaria o governo. É com esse objetivo que a equipe econômica tem apostado em pacotes pró-consumo e o Banco Central, no corte das taxas de juro, reduzidas pena nona vez consecutiva nesta semana.

Ao comentar os dados do PIB, o ministro Guido Mantega (Fazenda) se mostrou otimista. “Acredito numa recuperação da indústria. A redução do IPI está surtindo efeito e deverá ser anunciada uma venda recorde do setor automobilístico”, disse. “Algumas mudanças podem demorar a fazer efeito, mas a indústria toda se adaptará a juros menores”, completou.

Mas, além de juros mais baixos e incentivos ao consumo, há quem aposte na necessidade de novas estratégias. O macroeconomista Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea, diz que o governo federal precisa aumentar seus gastos se quiser acelerar a economia.

“É complicado esperar que o crescimento se sustente no consumo das famílias, porque chega uma hora em que as pessoas têm de pagar as dívidas”, disse ele à Carta Maior, referindo-se a uma das principais estratégias do governo nos últimos anos. No segundo trimestre, esse consumo subiu apenas 0,6%, um dado também divulgado pelo IBGE junto com o PIB.

O caminho, portanto, estaria na ampliação dos investimentos, inclusive pelo setor público. Segundo o Ipea, de janeiro a maio de 2012 os investimentos do governo federal foram de R$ 8,5 bilhões, volume menor que os R$ 8,8 bilhões de igual período do ano passado. Em 2011, primeiro ano do governo Dilma, o investimento público também havia caído. Conforme o próprio Ipea, a taxa chegou em dezembro na casa dos 2,5%, ante 2,9% um ano antes.

Messenberg avalia que o pacote de concessões no setor de transportes, anunciado recentemente, é um passo importante para sinalizar que o governo deseja ampliar os investimentos.

“O setor privado pode se animar, e isso é positivo, mas é preciso ver como o programa será implantado”, afirmou. Ele defende, ainda, a redução do superávit, cuja meta é de 3,1% do PIB neste ano, com o objetivo de cacifar o governo com recursos para mais investimentos.


Fotos: Arquivo 

Transporte Escolar: qualificação gratuita para dois mil motoristas



Dois mil motoristas de transporte escolar de todo o Espírito Santo serão requalificadosgraças a umaparceira entre o Governo do Estadopor meio do Detran|ESSecretaria de Estado da Ciência,TecnologiaInovaçãoEducação Profissional e Trabalho (SECTTI) e Fetransportespor meio do SestSenat.
assinatura do convênio para elaboração do curso foi realizada nesta sexta-feira (31), no PalácioAnchieta, em VitóriaEstiveram presentes o governador Renato Casagrande; o diretor geral doDetran|ESFábio Nielsen; o secretário de Estado da Ciência e TecnologiaJadir Pela e o presidente daFetransportes, Wagner Chieppe.
 
Durante o encontro, o governador também assinou decreto que trata de isençöes de ICMS paradesonerar o setor de transportes no Espirito Santo. "As nossas ações própriasaliadas às parcerias,säo determinantes para a redução das desigualdades no EstadoVamos seguir formando, e hoje acumulamos quase 163 mil vagas para aperfeiçoamento profissionalpara fazermoscada vez mais, omelhor para a qualidade de vida dos capixabasdestacou Casagrande.
 
Atualmente existem 4.800 condutores de transporte escolar cadastrados no Detran|ES. Destes, 1.150 estão com a credencial para conduzir transporte escolar vencida, sendo necessário passar pela requalificação para renovar o documento.
 
O diretor geral do Detran|ES, Fábio Nielsen, explica que a realização do curso de qualificação profissional é de extrema importância para a qualidade do serviço prestado. “Uma das nossas preocupações durante a fiscalização do transporte escolar é a formação do condutor e vamos poder oferecer gratuitamente um curso que custaria em torno de R$ 150 a R$ 230 reais, caso o motorista tivesse que pagar”, disse.
 
A fiscalização ao transporte escolar é feita pelo Detran|ES juntamente com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. Só em 2012 já foram feitas 1.500 abordagens.
 
Para o presidente da Fetransportes, Wagner Chieppe, a parceria representa o investimento em melhoria do serviço dos condutores e segurança do transporte escolar. “Há uma responsabilidade social muito grande por parte do Sest Senat e temos capacidade de contribuir na formação desses profissionais que transportam a carga mais valiosa de todas: nossas crianças”, destacou.
 
Após assinatura do convênio, os órgãos envolvidos atuarão no planejamento integrado das ações para que, em seguida, sejam divulgadas as informações de seleção e inscrição dos candidatos ao curso.
 
Alterações de ICMS
 
Durante o encontro, o governador Renato Casagrande também assinou decreto elaborado pela secretaria de Fazenda para a modificação no regulamento do ICMS para o setor, estendendo o benefício dos atacadistas para as transportadoras, quando foram destinatárias da mercadoria. A redução da base de cálculo em sete por cento alcançará empresas de construção civil, hospitais e os próprios prestadores de serviço de transportes, levando à redução do custo operacional.
 
Outra modificação aumentará o quantitativo de itens que permitem a apropriação de créditos do imposto. Hoje, aquisições de combustível, lubrificantes, pneus e câmaras de ar de reposição geram crédito de ICMS. Com o aumento do número de itens, o ICMS encolherá e o setor de transportes se tornará mais competitivo.
 
A listagem dos produtos atingidos pela modificação:
 
Combustíveis;∙        Lubrificantes;∙        Pneus;∙        Câmaras-de-ar de reposição;∙        Lonas de freio;∙        Filtros de ar;∙        Lâmpadas;∙        Correias em geral;∙        Ajustadores automáticos de freio (catraca);∙        Bombas d’água O-500;∙        Bombas de óleo diesel OM 475;∙        Bombas hidráulicas;∙        Eixos dianteiros;∙        Eixos traseiros;∙        Polias estriadas O-500;∙        Polias lisas O-500;∙        Polias tensoras,∙        Servo de embreagem. 


Informações à imprensa: Assessoria de Comunicação do Detran|ES Karyna Amorim Tel: 3137-2627 karyna.amorim@detran.es.gov.br Vinícius Yungtay viniciusyungtay@detran.es.gov.br

Força da agricultura familiar ganha destaque na abertura oficial da Expointer


A abertura oficial da Expointer 2012, que ocorre em Esteio/RS, foi realizada sob o céu claro do segundo dia de sol desde o início da feira. A solenidade contou com a presença de produtores, visitantes e autoridades, como os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro; e o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Entre histórias, expectativas e estatísticas, a agricultura familiar ganhou destaque nos discursos.

Pepe Vargas frisou a importância das agroindústrias para o dinamismo da exposição e o comprometimento do governo federal para o desenvolvimento no campo. “Quem visitou a Feira da Agricultura, o Pavilhão da Agricultura Familiar, viu todo o dinamismo, toda a diversidade da produção das agroindústrias familiares do Rio Grande. Assim como todo o dinamismo que a linha de crédito Pronaf Mais Alimentos empresta ao setor de máquinas e alimentos do estado”, avaliou o ministro ao afirmar que a presença da agricultura familiar com a empresarial revela a visão do governo em fortalecer o segmento agrícola do país.

Para o governador Tarso Genro os resultados obtidos, até o momento, são frutos, de um trabalho conjunto para o desenvolvimento da economia produtiva do estado e da afinidade com a União, entre outros. "O Rio Grande do Sul tem lugar para todos que querem produzir, trabalhar e evoluir, seja micro, pequeno, médio ou grande produtor, e isso só pode ser conseguido com dois instrumentos: a lei e o diálogo", pontuou.
Em consonância com o ministro Pepe, o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, ressaltou a importância que a agricultura familiar conquistou na exposição, desde sua primeira participação com 30 expositores, em 1999. “Chegamos aqui há 14 anos e hoje temos o orgulho de comemorar que o pavilhão da agricultura familiar é uma das grandes vitrines desta Expointer”, disse. Para ele, isso se deve ao reconhecimento dado ao modelo de produção que precisa ser estimulado para crescer cada vez mais.
Entre as ações que estão permitindo a ampliação do setor, o secretário citou a organização dos produtores por meio de cooperativas e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – financiamento com baixas taxas de juros disponibilizado, para agricultores familiares, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul, Cláudio Bier, reconhece a relevância do Programa Mais Alimentos no desenvolvimento da produção familiar, permitindo o acesso do setor às tecnologias agropecuárias. Segundo ele, faltando três dias para o fim da feira, já foi vendido um valor recorde em máquinas e equipamentos, mais de R$ 1 bilhão, do qual 25% foi a partir de negócios fechados com agricultores familiares por meio do Programa Mais Alimentos.
Pepe Vargas destacou o fortalecimento da produção familiar brasileira, por meio de políticas de acesso ao crédito, assistência técnica e garantia de renda e apontou o trabalho das famílias do campo como estratégico para garantir “a soberania alimentar do nosso povo, uma produção importante para o desenvolvimento econômico e social do País”.

Feira Café com Leite movimenta os dois segmentos do agronegócio em Santa Teresa




Divulgação

Bebida matinal muito apreciada no Estado e no mundo, o café com leite tem por trás do sabor presente nas mesas de café da manhã, duas das principais atividades do agronegócio capixaba: a cafeicultura e a pecuária de leite. É para discutir temas relacionados a essas produções que o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e parceiros, realizará a Feira Café com Leite, pela primeira vez unindo os dois segmentos, entre os dias 04 e 09 de setembro, no Parque de Exposições e Eventos Frei Estevão Corteletti, em Santa Teresa.

O evento é voltado para produtores, consumidores, empresas, toda cadeia envolvida com produção leiteira e cafeicultura. A principal finalidade é apresentar novas tecnologias que possam aumentar a qualidade e a lucratividade dessas atividades. O chefe do Escritório do Incaper em Santa Teresa, Carlos Sangali, comentou sobre o objetivo da feira: “A nossa expectativa é de que a Feira capacite e treine cerca de mil produtores por meio das mais de 20 palestras e cursos que compõem a programação. A participação de um grande público também deve garantir a oportunidade dos participantes realizarem negócios”.

Uma das atividades, ministrada pela economista doméstica do Incaper Rita Zanúncio, será o curso “preparação básica e culinária do café” que ensinará receitas de produtos derivados do café, como bolos e doces. Esse tipo de produção também é uma alternativa proporcionada pela cafeicultura, que não esgota suas possibilidades com o cultivo do grão. Segundo Rita, os participantes aprenderão como confeccionar produtos de qualidade: “Será abordada a forma correta de preparo que mantém a qualidade do grão, tanto na bebida quanto em bolos ou doces. É um trabalho que objetiva ampliar o consumo e as aplicações do grão de café”.

Haverá palestras técnicas, cursos, workshops, concurso de queijos, festival de micro lotes de cafés especiais conilon e arábica do Espírito Santo, torneio leiteiro, shows, entre outras atividades que contemplam os dois ramos do agronegócio. O Festival de Micro Lotes de Cafés Especiais Conilon e Arábica do Espírito Santo premiará os três primeiros colocados das duas categorias. Os cafés que ficarem até a décima posição serão adquiridos com um ágio de R$ 40 a R$ 100. Também será proporcionado aos três primeiros micro lotes das duas variedades participação na 7ª edição do Espaço Café Brasil, realizado em São Paulo de 04 a 06 de outubro, com a presença de toda cadeia cafeeira e possibilidade de bons negócios.

A Feira Café com Leite tem entrada franca e a inscrição das atividades será no local. O evento é uma realização do Governo do Estado do Espírito Santo por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), do Incaper, juntamente com a Prefeitura Municipal de Santa Teresa, do Sindicato Patronal de Santa Teresa, da Associação de Criadores e Produtores de Gado de Leite do Espírito Santo e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal.

Informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
Eduardo Brinco/Juliana Esteves/Luciana Silvestre
Texto: Mariana Bergamini
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Incaper recebe pesquisador da Embrapa para intercâmbio entre bancos genéticos de plantas medicinais




Incaper
Pesquisador visita banco genético do Incaper na Fazenda de Jucuruaba, em Viana
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) recebeu, entre os dias 27 e 29 de agosto, a visita do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Recursos Genéticos e Biotecnologia, Roberto Fontes Vieira. O objetivo da visita foi coletar amostras de plantas medicinais do Espírito Santo para integrar ao banco genético da Embrapa, que desenvolve um projeto de aprimoramento da qualidade de matérias-primas para o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Estamos realizando a coleta de material em várias regiões do Brasil a partir dos locais onde as plantas já estão identificadas e catalogadas, como é o caso do Incaper. Também recorremos a lugares onde existem programas de fitoterapia”, explicou Roberto Fontes Vieira. Ele disse que a intenção desse projeto é analisar as matérias-primas coletadas a fim de melhorar a qualidade das plantas medicinais que irão atender aos usuários da saúde pública.

Durante a visita, o pesquisador coletou amostras de Bidens pilosa (Picão), Lippia sidoides (Alecrim-pimenta), Mikania glomerata e M. laevigata (Guaco) e Phyllanthus amarus, P. niruri, P. tenellus, P. sellowianus (Quebra-pedra), plantas já utilizadas no SUS e sobre as quais há poucos estudos clínicos avançados. Os locais de coleta foram as Fazendas Experimentais de Jucuruaba, em Viana e a de Venda Nova do Imigrante, e a Associação Central de Saúde Alternativa (Acesa), em Vila Pavão.



Área de plantas medicinais em Vila Pavão.


Na Fazenda de Jucuruaba, há o banco de germoplasmas de plantas medicinais, condimentares, aromáticas e nutracêuticas do Incaper, com mais de 130 espécies já identificadas e catalogadas. “Nesse banco, as plantas não são usadas apenas no mostruário. Produzimos em maior escala para fornecimento a produtores rurais, pastorais da saúde, comunidades indígenas, assentamentos rurais e para atividades de educação ambiental, pesquisas e oficinas de chás e xaropes”, explicou a bióloga do Incaper, Fabiana Ruas.

Já na Fazenda de Venda Nova do Imigrante, o pesquisador pode conhecer o cultivo orgânico de plantas medicinais, bem como as instalações da Pastoral da Saúde do município, que possui uma experiência de 23 anos com processamentos de fitoterápicos. As plantas fornecidas para realização desse trabalho voluntário são do Incaper. Em Vila Pavão, foram coletadas amostras na Acesa, que possui uma área de plantas medicinais há mais de 20 anos e distribui fitoterápicos para a comunidade. A entidade é vinculada à Pastoral da Saúde, Prefeitura Municipal de Vila Pavão, Igreja Católica e Luterana.




Medicamentos fitoterápicos de Venda Nova são feitos com plantas fornecidas pelo Incaper.


Para o pesquisador da Embrapa, a visita foi enriquecedora. “Pude conhecer a diversidade de situações das plantas medicinais no Espírito Santo e o interessante trabalho de longo prazo das pastorais sociais. Nossa perspectiva é de continuidade desse intercâmbio, por meio da formalização de uma parceria. Queremos organizar uma rede nacional para inserir coleções nos bancos de germoplasmas e será importante a contribuição de cada Estado”, avaliou Roberto Fontes Vieira.

A visita também foi considerada positiva pela bióloga do Incaper. “Foi uma oportunidade maravilhosa de consolidar a participação de uma instituição pública do Espírito Santo no banco genético da Embrapa. Também pretendemos adquirir plantas cuja identificação botânica seja assegurada, o que irá enriquecer nosso banco de germoplasmas. Dessa forma, garantimos a troca e o acesso ao material genético”, disse Fabiana.

Para discutir as possibilidades de uma parceria formal entre a Embrapa e o Incaper no que se refere ao banco genético de plantas medicinais, houve uma reunião entre o pesquisador Roberto Fontes Vieira e o diretor Técnico do Incaper, Aureliano Nogueira da Costa. “Discutimos a perspectiva de oficializar um acordo de cooperação técnica entre as instituições envolvidas para dar continuidade ao intercâmbio iniciado com a visita do pesquisador. Queremos estabelecer uma parceria maior com entidades que possuem recursos genéticos e a Embrapa é uma referência no contexto nacional”, reiterou Aureliano.

Informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
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Texto: Luciana Silvestre
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Medidas de estímulo ao crescimento econômico terão efeito no segundo semestre, diz presidente da CNI


O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje (31), após ser recebido pela presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, que as medidas tomadas pelo governo para estimular o crescimento econômico terão efeito a partir do segundo semestre. Segundo ele, a indústria está se recuperando e há expectativa de crescimento do setor nos próximos meses.

“Nós enfrentamos muitas dificuldades no primeiro semestre, a presidenta conhece bem nossas dificuldades. As políticas que o governo tem adotado e apresentado como desoneração de folha de pagamento, desonerações tributárias, redução da taxa de juros, melhoria do câmbio, isso certamente vai dar um efeito agora a partir do segundo semestre. A expectativa que nós temos, por pesquisas realizadas com a indústria brasileira, é que a partir do ano que vem vamos estar crescendo em torno de 4,5%”, disse Andrade.

Neoliberalismo, um dogma inabalável?


Neoliberalismo, um dogma inabalável?

O corpus neoliberal é um conjunto “de ideias mortas que ainda caminham entre nós”, explica John Quiggin num livro notável. A crise deveria tê-las reduzido a pó, mas as ideias neoliberais são constantemente renovadas, segundo um processo de produção permanente, no seio de verdadeiras fábricas que funcionam como aparelhos ideológicos: instituições internacionais, universidades, think tanks. A sua legitimidade assenta na ideia de que a economia é uma ciência de leis incontornáveis. O artigo é de Michel Husson.

Na França, centenas de economistas reuniram-se para dizer até que ponto estavam “perplexos” em razão das políticas levadas a cabo na Europa. Diante da crise, as medidas de apoio à atividade depressa foram substituídas por uma austeridade generalizada. Ora, esta desencadeia uma espiral recessiva que não pode resolver a questão da dívida, e muito menos do desemprego. Esta vontade cega de voltar ao business as usual vem acompanhada de uma aplicação brutal das receitas neoliberais, que se parece muito a uma terapia de choque.

Podemos falar aqui de dogma, no sentido de que o corpus neoliberal é um conjunto “de ideias mortas que passeiam ainda entre nós”, como explica John Quiggin num livro notável [1]. Ele cita cinco, entre as quais a hipótese da “eficiência dos mercados” (os preços determinados pelos mercados financeiros representam a melhor estimativa possível de um investimento) ou a “teoria do escoamento” (trickle down economics) segundo a qual o bem-estar dos “1%” acaba por beneficiar o conjunto da população.

A crise, e o aumento das desigualdades que a precedeu, deveriam ter reduzido a pó estas ideias: mas elas sobrevivem, como testemunham a ausência de medidas significativas de regulação financeira ou de redução das desigualdades. Isto acontece porque o dogma neoliberal é constantemente renovado segundo um processo de produção permanente, no seio de verdadeiras fábricas: instituições internacionais, universidades, think tanks. Estes “aparelhos ideológicos” são ricamente dotados de meios e tendem a marginalizar todo o programa de investigação heterodoxa. A sua legitimidade assenta na ideia de que a economia é uma ciência de leis incontornáveis, tão intangíveis quanto as leis da física. Este cientifismo é o fundamento sobre o qual pode construir-se o crescimento econômico. 

Eis porque certos economistas podem sinceramente pensar que são depositários da razão econômica. Mas nem todos. Um grupo de economistas tomou recentemente posição “sem opção ideológica” a favor de Nicolas Sarkozy, precisando que “nem de direita nem de esquerda, a ciência econômica ajuda a deliberar as escolhas [sic]”.

Angela Merkel enunciou de maneira muito clara as “reformas estruturais” que deveriam acompanhar o “pacto do crescimento” proposto por Mário Draghi, presidente do BCE: “os custos salariais não devem ser muito elevados, as barreiras no mercado de trabalho devem ser baixas, para que cada qual possa conseguir um emprego”. Aqui temos dois artigos essenciais do dogma: o desemprego resulta de um “custo do trabalho” muito elevado e da rigidez do mercado de trabalho. Temos o direito de falar aqui de um dogma, porque esta causalidade nunca foi estabelecida. No entanto, muito se investiu para consegui-lo e a OCDE construiu mesmo toda uma bateria de indicadores com este fim.

Mas o resultado foi um fracasso: apesar dos estudos truncados, dos “consensos” duvidosos e das regras de três abusivas, nenhum resultado sólido pôde ser identificado. O último relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) consagra um capítulo ao balanço desta literatura e conclui assim: “Os dados empíricos confirmam a conclusão de estudos anteriores: não existe ligação clara entre a legislação protetora do emprego e o nível de emprego”.

Promover políticas cujos efeitos contraproducentes são comprovados (recessão e precariedade) demonstra uma obstinação dogmática de que Jacques Freyssinet deu a chave: “Quando a situação melhora, isso prova a eficácia das reformas realizadas; quando a situação se degrada, isso prova a necessidade de acelerar o seu ritmo”. 

Mas o dogma não é simplesmente irracional. Ele funda uma irracionalidade restrita, fornecendo elementos de legitimidade a políticas que procuram preservar os privilégios de uma camada social estreita. Neste sentido, o dogma é um dos instrumentos que permitem reforçar o poder do capital. Mas esta arma ideológica não é suficiente para contornar o grande dilema que a crise fez aparecer: o capitalismo neoliberal já não pode funcionar nas mesmas bases, mas não aceita espontaneamente outras regras de funcionamento. Só um grau suplementar de afundamento na crise e/ou uma pressão social suficiente poderia afastá-lo do dogma neoliberal.

Retirado de Salut et Fraternité, PDF no site hussonet.

Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net


NOTA
[1] John Quiggin, “Zombie Economics. How Dead Ideas Still Walk among Us”, Princeton University Press, 2010.