sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Criando jardins no deserto



Isaura Danielisaura.daniel@anba.com.br
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Weichert: nos jardins do Oriente
São Paulo – Uma brasileira chamada Cláudia Weichert está ajudando a tornar mais belos os jardins de uma terra desértica: Dubai. A arquiteta foi morar no emirado há seis anos e há cerca de dois anos começou a fazer projetos de jardins em residências. De lá para cá, Weichert criou mais de dez jardins, todos adaptados ao solo árido. “Vim para cá e senti que era um desafio transformar esse deserto num oásis, a areia desértica num jardim”, diz a brasileira, nascida na cidade do Rio de Janeiro.

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Curso para cuidar dos jardins
Weichert se mudou para Dubai com o marido, que trabalha no setor aéreo, e logo percebeu que faltavam profissionais para desenvolver os espaços para plantas e flores nas residências. “As áreas públicas aqui são bem cuidadas, mas os jardins nas residências são um pouco pobres, as pessoas não sabem como fazer”, explica a arquiteta, que já tinha experiência com paisagismo no Brasil. Foi aí que a carioca começou a oferecer o trabalho, primeiro a moradores brasileiros dos Emirados.

Para começar o trabalho, Weichert vai até a residência, conhece o local, os gostos dos proprietários, as suas necessidades e depois faz o projeto. Uma das dificuldades, aliás, conta a arquiteta, é a mão de obra, já que normalmente quem trabalha nesta área em Dubai são paquistaneses e indianos, que não falam bem o inglês e não são especializados em jardins. Para amenizar esse problema, a arquiteta executa o projeto em parceria com uma empresa local de jardinagem, com pessoal da empresa.

Para entender melhor o deserto e suas possibilidades de jardins, Weichert contou com a ajuda do engenheiro agrônomo e paisagista Guilherme Coelho, com quem trabalhava no Brasil. O engenheiro e a arquiteta, aliás, acabaram na quarta-feira (20) de ministrar um curso de paisagismo para brasileiros residentes em Dubai cuidarem dos seus jardins. O curso, chamado “Mãos na Terra”, é uma adaptação do que Coelho oferece no Brasil e inclui noções de solo, clima, iluminação, irrigação, nutrição das plantas, pragas e doenças, entre outros. Foram sete dias de aulas programados para aproveitar o passeio de Coelho a Dubai.

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Weichert e Coelho: parceria em plantas
Coelho tem planos de voltar a Dubai para oferecer uma segunda fase do curso, um estágio avançado, ou até mesmo uma nova edição para quem não conseguiu participar deste último. Ele afirma que apesar dos alunos terem sido todos brasileiros, nada impede que locais também façam o curso. Coelho trabalha em Niterói, de onde também se mudou Weichert para os Emirados. O engenheiro explica que isso facilitou trabalhar com Dubai, já que Niterói e seus arredores também ficam em uma região um pouco árida que precisa de plantas com mais resistência ao calor.

A arquiteta brasileira explica que uma das deficiências do solo em Dubai é o ferro. Essa e outras deficiências estão entre os motivos pelos quais a adubação precisa ser reforçada para plantar flores e plantas por lá. Também os jardins normalmente têm irrigação automática. Entre as flores que se dão bem nas áreas externas das casas de Dubai estão bromélias e vedélias. “Há uma variedade muito grande que se pode usar aqui”, afirma ela.

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