sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ditador Duvalier deberá comparecer perante tribunal haitiano



 
Adital
O ditador haitiano Jean Claude Duvalier deverá apresentar-se nesta quinta-feira perante o Tribunal de Apelação de Porto Príncipe (capital) por crimes de lesa humanidade e desvio de fundos. Ele se negou a comparecer em duas ocasiões anteriores.Duvalier, objeto de uma série de denúncias desde o início de 2011, terá que recorrer à corte segundo o estabelecido em uma audiência ocorrida no dia 7 de fevereiro, na qual o ditador foi representado por seus advogados.
O Tribunal decidirá se é válida a decisão adotada em primeira instância de tramitar a causa contra Jean Claude Duvalier apenas por desfalque de fundos e não por crimes de lesa humanidade, como reclamam os afetados pelos delitos do ditador e organizações de direitos humanos.
Segundo as agências de notícias, o também conhecido como "Baby Doc” poderia ter desviado entre 300 milhões de dólares (em torno de 228 milhões de euros) e 800 milhões de dólares (610 milhões de euros) enquanto esteve à frente do país caribenho.
Na véspera o Comitê contra a Impunidade, que tem apresentado queixas contra o ditador, manifestou que espera seu comparecimento. Os líderes do movimento perguntaram se "a justiça haitiana aceitará que Duvalier ignore impunemente” as ordens judiciais.
Organizações nacionais e internacionais têm se mobilizado para assistir à sessão desta quinta-feira. Desde o Movimento Democrático Popular (Modep) e a União dos Pequenos Campesinos (Tèt kole Ti peyizan), argumentaram que se não se mobilizam "as vítimas do regime não obterão justiça”.
Duvalier herdou o poder de seu pai, François Duvalier, pseudônimo "Papa Doc” em 1971 e governou o Haiti por 15 anos até que foi deposto por um golpe militar. Durante as ditaduras de pai e filho morreram milhares de pessoas e outras foram torturadas.
"Baby Doc”, que atualmente tem 61 anos, voltou em 16 de janeiro de 2011 ao Haiti depois de permanecer por 25 anos em exílio na França. Quando regressou, as autoridades haitianas abriram uma investigação pelas denúncias e acusações que o envolvem a casos de violações dos direitos humanos.
No final de janeiro de 2012, o juiz Jean Carves se negou a processar Duvalier por essas acusações, sendo declarados crimes prescritos, e indicou que o ditador iria aos tribunais somente pelos delitos de corrupção e desvio de fundos.
A notícia é da TeleSUR

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