Sob acusação de plágio, ministra da Educação da Alemanha renuncia

BERLIM - A ministra da Educação da Alemanha, Annette Schavan, renunciou neste sábado, após a revogação de seu doutorado em razão da acusação de plágio. É a segunda vez que um ministro do gabinete de Angela Merkel acaba forçado a deixar o cargo sob a acusação de trapacear em uma tese. 

"A função (de ministro da Educação) não pode ser prejudicada", disse uma comovida Annette durante coletiva de imprensa. 

Com a aproximação das eleições nacionais, em setembro, a decisão de Annette é vista como uma tentativa de limitar qualquer impacto no governo Merkel e de limitar a discussão sobre se a ministra poderia ou não seguir no cargo.

Annette defende que sua tese, que foi concluída mais de três décadas atrás sobre a "formação da consciência", não foi plagiada e vai à Justiça contra a Universidade Heinrich Heine, em Duesseldorf, pela revogação de seu doutorado.

Em 2011, a coalizão alemã passou por uma situação semelhante, quando o ministro da Defesa Karl-Theodor zu Guttenberg perdeu seu doutorado por plágio. Apesar de sua grande popularidade, Zu Guttenberg foi forçado a deixar o cargo. 

Annette Schavan é uma pessoa próxima da premiê Angela Merkel e sua saída é entendida na Alemanha como um golpe pessoal à primeira-ministra. "Eu aceitei sua renúncia com o coração pesado", afirmou Merkel, que anunciou Johanna Wanka, ministra de Ciência e Cultura do Estado da Baixa Saxônia, para ocupar a vaga de Annette.

O título de doutorado é um símbolo de status importante para a elite política e de negócios da Alemanha. Mais da metade dos 14 outros ministros do gabinete de Merkel possui esse grau acadêmico.

(Dow Jones Newswires)

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