quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Violência na aldeia de Dourados: ódio e desejo de vingança de geração a geração



AJI
Ação dos Jovens Indígenas de Dourados
Adital
Estamos em Fevereiro, na aldeia de Dourados os velhos problemas continuam. Nos últimos dias têm sido muito violento nas estradas da aldeia, jovens sem nenhuma regra saem nas noites com pedaços de pau, foice com cabos longos, facas, facões, a comunidade indígena teme por suas vidas, a Força Nacional está atuando dentro da aldeia, mas a comunidade indígena diz que o policiamento é falho, são poucos policiais para uma população de 13 a 15 mil indígenas Guarani Kaiowá e Terena.
Neste final de semana um indígena foi morto com um golpe de faca no peito, a comunidade indígena faz apelos às autoridades e pede socorro para que se tome providência na aldeia de Dourados. O fato de ter um anel viário e uma rodovia, a MS 156, que liga Dourados a Itaporã facilita o trânsito entre a aldeia e a cidade, para completar estamos a 100 km da fronteira entre Brasil e Paraguai, isso tem um lado bom e ruim, pois isso facilita a entrada de bebidas alcoólicas com frequência na aldeia. Hoje caminhando pela aldeia há vários bares, a polícia ao menos foi ver se está autorizado, há um alvará para que o bar funcione. Nesses bares são vendidos desde cervejas a bebidas mais fortes, e tanto criança quanto adultos podem comprar. Estou falando enquanto uma pessoa que mora dentro da aldeia e vejo de perto a realidade. Neste meio acontecem assaltos, estupros, homicídios. Essas pessoas que usam e abusam de álcool e drogas nem se incomoda mais com a presença da Força Nacional dentro da aldeia.
Eles fazem ronda, somente atendem quando são chamados, poderiam fazer revistas, pedir documentos de motos, bicicletas, pois há muito assalto e o que levam são bicicletas, poderiam estar visitando bares dentro da aldeia. Precisa ser feito um policiamento sério que coloque ordem e respeito.
Isso são apenas detalhes mínimos do que acontece dentro da aldeia, mas é um apelo para as autoridades para que façam algo que tenha utilidade. Que nas escolas os professores comecem a trabalhar cada vez mais a questão da prevenção a bebidas alcoólicas, drogas, e a prevenção à gravidez, e outros. Que o governo e a prefeitura realize projetos dentro da aldeia que incentive o jovem a ir para a escola, que coloquem cursos profissionalizantes, há muitos indígenas desempregados, sem perspectivas de vida que se afundam em drogas, roubos, bebidas alcoólicas.
Precisa ser feito algo urgente para a nossa aldeia, uma realidade fria e cruel onde jovens perdem suas vidas mas que nada é feito. O que gera um ódio, desejo de vingança entre famílias que vai de geração em geração e a violência continua.
Todos estão expostos à violência, drogas e bebidas alcoólicas mas na aldeia de Dourados elas estão tão frequentes entre os indígenas que a situação esta cada vez mais dura.
Os finais de semana que deveriam ser de lazer são de violência nas estradas da aldeia.
"AUTORIDADES, ATÉ QUANDO VÃO FINGIR QUE NADA ESTÁ ACONTECENDO?

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