Numa viagem aérea entre Vitória e Belo Horizonte no dia 20 de agosto fui um dos últimos a desembarcar. Ao exercitar um velho e salutar hábito, pegar algumas revistas de bordo, junto um livro de autoria de Mário Sérgio Cortella: Qual é a tua obra – inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética - Editora Vozes. Para não perder a viagem, levei os dois. Confesso que a revista não tinha muita coisa que fosse de meu agrado. Agora, do livro não tenha nada a reclamar, pelo contrário. São 141 páginas que falam do dia a dia das pessoas, embora a primeira vista pareça ser uma publicação apenas para gerentes e diretores de empresas. Puro engano.
A leitura é muito agradável e interessante, porque enfoca os temas Gestão, Liderança e Ética, com textos curtos, mas andando entre fatos do cotidiano. Textos instigantes, do tipo que somos às vezes obrigados a fazer uma pausa, para poder ir adiante. Não é uma linguagem complicada, são colocações que nos leva a reflexões. Destaco quatro pontos que me chamaram a atenção:
- Quando dois homens vêm andando na estrada, cada um carregando um pão, e os pães quando se encontram, cada um vai embora com um pão. Mas quando os dois vêm andando na estrada, cada um com uma idéia, e ao se cruzarem trocam as idéias, cada um vai embora com duas idéias.
- De onde vem o stress? De duas fontes: primeiro de não enxergar o resultado da obra e, segundo de não conseguir compartilhar o processo de trabalho ou responsabilizar os outros. No saldo final, perde-se a visão de equipe, esvai-se o sentido, fraqueja a razão de ser obscurece a obra.
- Somos todos anjos com uma asa só, e só podemos voar quando abraçados uns aos outros.
- O líder tem de abrir a mente (ficar atento àquilo que muda e estar sempre disposto a aprender), elevar a equipe (o liderado percebe claramente quando voce é capaz de, ao crescer, levá-lo junto), recrear o espírito (as pessoas devem se sentir bem e ter alegria onde estão. Seriedade não é sinônimo de tristeza. Tristeza é sinônimo de problema), inovar a obra (liderar pressupõe a capacidade de se reinventar, de buscar novos métodos e soluções) e empreender o futuro (não nascemos prontos, também não somos inéditos, não somos ilhas).
Toda pessoa é no mínimo líder de si. Em tempo, dentro do livro encontrei uma passagem com o nome de José Marques, a quem farei a devolução, basta comunicar com o endereço indicado no alto página. Você que veio até aqui na leitura deste texto, deixo uma pergunta: qual é a tua obra?
ronaldmansur@gmail.com
Muito bom.
ResponderExcluirConheço o Cortella de uma palestra na Caixa e de alguns depoimentos na Televisão. Ele é muito bom.
Conhecendo-o melhor conseguimos entender sua obra, digna de um colaborador de Paulo Freire.
Parabéns.
Como dizia o velho Raul, "Não sei onde estou indo, mas sei que estou no meu caminho". E eu completo, minha obra está no caminho e não apenas no fim.
Abraços.