Já com 100 anos que chegou ao Espírito Santo, o café Conilon certamente é o indivíduo que melhor e mais contribuiu para a nossa economia, passando pelo lado social, econômico e histórico. Ele, o Conilon, veio pelas mãos do Governador Jeronimo de Souza Monteiro.
Hoje é conduzido pelas mãos de milhares de produtores e produtoras rurais. Está em boas mãos e bem conduzido. Nestes 100 como morador no nosso Estado, o Conilon que chegou de navio, como fizeram os imigrantes e como eles, da capital Vitória tomou o rumo do interior, indo para as regiões central e sul do Estado.
A pequena cidade de São Gabriel da Palha, localizada na região noroeste é quem marcou a história de cultivo da variedade no início da década de70, através da iniciativa de pessoas dotadas de nobres atitudes e que viram o Conilon de outra forma, como um indivíduo normal e que poderia ser útil a toda coletividade capixaba. O Conilon praticamente viveu como um clandestino até o ano de 1975, quando o Instituto Brasileiro do Café (IBC) fez a previsão de safra e indicou uma produção de 200 mil sacas, na safra deste ano a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de 8,5 milhões.
Acabo de receber do presidente do Sicoob, Bento Venturim, uma embalagem com 250 gramas do puro Conilon, produzido na propriedade Damar, de Dário Martinelli, em São Gabriel da Palha. O café foi descascado e seco pelo sistema de fogo indireto. No verso da embalagem aparece um texto assinado por Bento Venturim, que segue abaixo:
- O Espírito Santo, maior produtor de Conilon do País, é referência mundial em tecnologia e em cultivo desse café. O Estado responde por 70% do Conilon nacional que a cada dia ganha mais espaço no mercado.
- Hoje, existem marcas no Brasil de grande aceitação onde o Conilon vem sendo adicionado ao Arábica, na proporção de 50%, ou mais, influenciando positiva- mente na qualidade dos cafés comercializados.
- Ainda não existe no mercado marcas que utilizam 100% o café Conilon. Algumas marcas de café solúvel chegam a utilizar 80% em suas misturas. O Conilon tem características especiais que enriquecem o sabor e o aroma da bebida.
- Esta embalagem contém o puro café Conilon especial. O preparo da bebida exige dosagem diferente dos cafés tradicionais.
- O Sicoob do Espírito Santo, como principal repassador de recursos do Funcafé no Estado, incentiva e apóia o aprimoramento da qualidade do café Conilon. Afinal, a cafeicultura é a mais importante atividade agrícola do Espírito Santo e está presente em praticamente todos municípios capixaba.
Parceira incondicional do café Conilon, a Cooabriel dá o apoio à iniciativa no fornecimento das mudas do referido café. A Cooabriel estabeleceu como meta movimentar um milhão de sacas de café neste ano que daqui a pouco vai terminar. Ainda não se chegou a meta, atingiu 903.377 sacas (dados dia 05/12). Se imaginarmos o tamanho e a importância da Cooabriel, veremos que ela movimenta 11% da nossa safra. Mas a presença da Cooabriel é como uma grande árvore que acoberta e protege não somente os seus associados, mas milhares de produtores que mesmo não sendo associados ganham com a estabilidade do mercado. É ela que é a referência no café conilon no Brasil quando o Globo Rural divulga a cotação do café, é a Cooabriel quem fornece o preço. Isto não acontece por acaso. Acontece porque a Cooabriel tem credibilidade, confiança e capacidade.
Que outras iniciativas deste quilate apareçam. O Espírito Santo é muito mais do que imaginamos. Parabéns a Bento Venturim e ao Sicoob. Parabéns Antônio Joaquim de Souza Neto e a Cooabriel. É destes exemplos que o Espírito Santo precisa.
Ronaldmansur@gmail.com
Publicado em dezembro 2011, no jornal da Cooabriel.
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