No mês de janeiro, quando os estudantes estão longe das salas de aulas, empresas e governos concedem um maior número de férias, algumas fazem recesso, o nosso melhor atleta capixaba de todos os tempos estava em plena ação, estava em campo fazendo o que sempre gostou de fazer, trabalhando duro.
Mas não fique imaginando que o nosso melhor atleta apenas atua no mês de janeiro e que nos demais 11 meses ele fica de perna para o ar, debaixo de uma bela sombra. Muito pelo contrário, nos 11 meses a vida dele é de trabalho puxado e cansativo. Mas ele parece não se importar muito com a sua carga de trabalho. Ele é daqueles que sempre se diz presente e não se omite nunca. Não sei se faz gol, mas o seu time ganha sempre de goleada.
Mas pensando bem já completou 35 anos de atuação como atleta. Num tempo deste tamanho seria o caso, dele atleta, já começar a diminuir o ritmo e atuar de forma mais cadenciada. Tem alguns, com justa razão, que até passam a jogar apenas para a torcida. O nosso melhor atleta não entende desta forma, faz diferente, quer mais e vai em frente. Parece um garoto aproveitando a oportunidade de entrar em campo, como se fosse a única e a última. Veste a camisa e corre o campo todo, joga os dois tempos. Se tiver prorrogação, encara. Se o goleiro for expulso, vai para debaixo das traves. É assim o nosso maior atleta.
Nestes 35 anos de atuação como atleta, nunca entrou em campo pensando em estar sendo observado por olheiro de grandes clubes. A sua missão é a do momento, cumprir o papel que ele mesmo se deu. Ele passa a impressão: cumpre um ato sagrado, estar em campo. Não se preocupa com o gramado e se ele é longe de sua residência. O interesse dele é atender o convite. Chamou, ele não pensa muito, vai atender. Ele me passa a impressão de que é um cumpridor de tarefa. Às vezes fico pensando e indagando: o nosso maior atleta já conhece todos os campos de futebol do Espirito Santo? Será que ele já foi a todos municípios capixabas? Já atendeu a quantos pedidos para entrar em campo?
Mas como uma pessoa pode atuar por 35 anos seguidos como atleta e ainda continuar recebendo convites de norte ao sul e de leste a oeste? Mas até de fora do Espírito Santo ele já recebeu convite. Recebeu, aceitou e foi entrar em campo longe da terra natal. O sucesso foi o de sempre.
Eu estou falando de Janc, que é o seu nome conhecido do público esportista ligado ao futebol. Mas o seu verdadeiro nome é Jose Antonio Nunes do Couto. Janc é uma junção das primeiras letras de sua assinatura. José temos muitos por este mundão, mas Janc, creio que temos apenas um, que eu conheça e que seja competente e visionário como ele.
Lá se vão 35 Copas A Gazetinha. Por elas passaram milhares de atletas. Por elas, certamente filhos dos primeiros atletas vieram atuar. Imagino que netos dos primeiros atletas já tenham participado dela. Quantas crianças que passaram pela Copa Gazetinha? De onde vieram? Onde estão hoje? O arquivo do Janc sabe. Muitos são ou foram atletas reconhecidos no Brasil e no Exterior. graças ao nosso maior atleta estar na ativa, que joga todas partidas e em todos os times, ao mesmo tempo. Diria que até no banco de reserva ele sempre esteve, um atleta completo.
Janc, você merece o título que eu, um autentico perna de pau no futebol, lhe concedi: O MELHOR ATLETA CAPIXABA.
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