O
TEXTO ABAIXO MOSTRA QUE JÁ EXISTE NOVAMENTE UMA MOVIMENTAÇÃO PARA IMPORTAR CAFÉ
E PREJUDICAR OS CAFEICULTORES DO ESPIRITO SANTO. VAMOS DAR UM BASTA NESTAS
AÇÕES.
ESTE
TIPO DE NOTICIA SEMPRE APARECE NA CALADA DA NOITE. AGORA NA VÉSPERA DO
CARNAVAL. ACORDA CAPIXABA, ESTÃO QUERENDO TE DERRUBAR.
SEGUE
O TEXTO:
Depois de dois anos sem
se reunir, o Conselho Deliberativo da PolíticaCafeeira - CDPC foi convocado para uma
reunião ordinária no dia de hoje (15/02), com início às 17h, em Brasília. O
Coffee Break, ao tomar conhecimento da pauta da reunião, observou que um dos
itens é a questão do drawback, tema que será discutido na reunião de hoje.
“O
drawback para trazer café robusta para a indústria do solúvel e café arábica
para a indústria do torrado e moído, em uma proporção extremamente elevada no
que toca ao arábica, e numa proporção de 20% no que toca o café robusta ara o
solúvel. Em nada isso resolve o problema do solúvel, que não é só um problema
de competitividade, mas é um problema de falta de acesso ao
mercado, à prateleira do consumidor dos países importadores”, explicou o
especialista Francisco Ourique, convidado pelo site a falar sobre este tema em
pauta na reunião do CDPC.
Na
visão de Ourique “o Brasil sabe que em todos os setores do agronegócio, mesmo
na área industrial, a dificuldade de se colocar produtos brasileiros na
prateleira dos supermercados dos países importadores, particularmente da
Europa. Esse conjunto de países representa quase 30% do consumo mundial de
café. Não é uma questão de dogma o drawback para nós do Brasil. Sabemos que
existe café mais barato no mundo, de pior qualidade, ou café que é barato
porque o valor da
mão de obra, o valor da terra e o valor da energia são totalmente inferiores ao
custo brasileiro”.
Perguntado sobre os impactos do drawback no setor cafeeiro nacional, Francisco Ourique foi taxativo ao destacar que “as autoridades públicas têm que ter a consciência que o drawback de café vai sim regular e influenciar a vitalidade da cafeicultura brasileira, sem resolver o problema de competitividade do café solúvel”. Ainda segundo Ourique “no que toca o café torrado e moído não é um problema de competitividade, nós somos competitivos. Nós não precisamos desse tipo de mecanismo para ter acesso ao mercado internacional, quer do ponto de vista de custo, quer do ponto de vista de qualidade do blend (do produto). A nossa dificuldade de acesso ao mercado é o poder e o custo de acesso às redes de supermercado”.
Para
o especialista em café, o tema a ser discutido hoje na reunião do CDPC não
avaliou tecnicamente todos os aspetos que a medida envolve, todos o embates que
ela pode ter. “O Brasil, depois de mais de 150 anos de atividade cafeeira, vai
de uma hora para outra, pela primeira vez na história da República, permitir a
importação de café sem um plano estratégico, sem metas, sem objetivos, sem
avaliar quer os impactos internos, quer os compromissos internacionais que esse tipo de mecanismo poderia
permitir”, alerta.
Outro ponto abordado diz respeito à matéria prima. “A Suíça é o país que mais opera com drawback porque não tem matéria prima. A Alemanha entrou na União Europeia para ter acesso à matéria prima dos países vizinhos, porque a Alemanha não tem matéria prima. O Brasil tem matéria prima e vai permitir a importação de matéria prima, achando que isso vai resolver o problema da exportações de produto com maior valor agregado”.
Para Ourique “esse é um tema extremamente complexo e de repercussões extremamente sérias. Uma avaliação pontual de ameaças e sucessos tem que ser feita antes de qualquer medida. A medida não pode ser tomada, simplesmente, para tentar fazer uma redução pífia de custo de alguns segmentos da indústria; segmento este, no que toca ao solúvel, que mercê um programa e um projeto de governo a altura de permitir que essa indústria, de fato, penetre nos mercados importadores”.
“O drawback de 20% não vai ter esse impacto e vai gerar no mercado mundial uma extrema perplexidade, de que o Brasil, maior produtor de café, vai começar a importar matéria prima de qualidade inferior como potencial alavanca para tentar o acesso a mercado, quando o problema não é esse e não se reduz a isso. É muito mais complexo”, sinaliza.
Perguntado sobre os impactos do drawback no setor cafeeiro nacional, Francisco Ourique foi taxativo ao destacar que “as autoridades públicas têm que ter a consciência que o drawback de café vai sim regular e influenciar a vitalidade da cafeicultura brasileira, sem resolver o problema de competitividade do café solúvel”. Ainda segundo Ourique “no que toca o café torrado e moído não é um problema de competitividade, nós somos competitivos. Nós não precisamos desse tipo de mecanismo para ter acesso ao mercado internacional, quer do ponto de vista de custo, quer do ponto de vista de qualidade do blend (do produto). A nossa dificuldade de acesso ao mercado é o poder e o custo de acesso às redes de supermercado”.
Outro ponto abordado diz respeito à matéria prima. “A Suíça é o país que mais opera com drawback porque não tem matéria prima. A Alemanha entrou na União Europeia para ter acesso à matéria prima dos países vizinhos, porque a Alemanha não tem matéria prima. O Brasil tem matéria prima e vai permitir a importação de matéria prima, achando que isso vai resolver o problema da exportações de produto com maior valor agregado”.
Para Ourique “esse é um tema extremamente complexo e de repercussões extremamente sérias. Uma avaliação pontual de ameaças e sucessos tem que ser feita antes de qualquer medida. A medida não pode ser tomada, simplesmente, para tentar fazer uma redução pífia de custo de alguns segmentos da indústria; segmento este, no que toca ao solúvel, que mercê um programa e um projeto de governo a altura de permitir que essa indústria, de fato, penetre nos mercados importadores”.
“O drawback de 20% não vai ter esse impacto e vai gerar no mercado mundial uma extrema perplexidade, de que o Brasil, maior produtor de café, vai começar a importar matéria prima de qualidade inferior como potencial alavanca para tentar o acesso a mercado, quando o problema não é esse e não se reduz a isso. É muito mais complexo”, sinaliza.
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