Para muitos Augusto Ruschi foi o profeta do caos.
Ele antecipou os desastres ecológicos que vivemos.
Hoje já se vão quase quatro anos que ele foi descansar em Santa Lúcia.
Foram anos e an os de duro trabalho.
Foram tempos difíceis e de deboche das autoridades e dos poderosos.
Ousou com poucos ao desafiar o Sistema.
Foi duro contra os destruidores do meio ambiente.
Desafiou o Poder.
Foi apedrejado pelos inconsequentes e pela claque dos poderosos.
Foi impar na defesa do meio ambiente.
Foi o primeiro na defesa da vida.
Sofreu como ninguém, ao ver as suas palavras se perderem no tempo.
Viu as frondosas florestas do Estado e as viu cair uma a uma, sempre
em nome do progresso e da ganancia.
Salvou muitas áreas, por isto é que temos algumas reservas hoje.
Braniu a todos cantos, mas a destruição foi maior.
Foi proibido de falar na Universidade Federal do Espírito Santo,
porque iria condenar a localização da Siderurgica de Tubarão,
que hoje empesteia a Grande Vitória com seus poluentes.
Chorou pela mordaça que a Universidade tentou colocar na sua boca.
Falou.
Falou.
E lá se foi o fantástico Augusto Ruschi.
Repousa em Santa Lúcia.
Falou em ecologia, meio ambiente e na vida, enquanto muitos riam.
Falou nestes assuntos quando eles não eram moda, eram proibidos.
Eram assuntos de loucos e cientistas desocupados,
como um governante da época disse.
Hoje é bem mais facil falar e defender o meio ambiente e em ecologia,
Augusto Ruschi abriu o caminho.
Até mesmo os algozes de ontem esqueceram a violencia contra
o mais ilustre capixaba.
Muitos hoje estão na sombra da frondosa árvore que foi Augusto Ruschi.
É assim mesmo a natureza humana.
Feliz é quem pode beber na fonte da sabedoria.
Felis é quem conviveu com o grande profeta do Paraíso.
Feliz é quem com ele andou pelas alamedas do Museu Mello Leitão,
pelas matas e pela vida.
Feliz é quem o viu dar boas gargalhadas e também irar-se contra as
ações devastadoras contra o meio ambiente.
Feliz é quem ouviu as suas palavras carregas de emoção e amor a Natureza.
Feliz será quem levar adiante a bandeira de Augusto Ruschi.
Feliz será quem fizer eco na defesa do meio ambiente.
Feliz será quem não se omitir nunca.
Feliz será quem não se acovardar.
Feliz será quem cultuar sempre a memória e o trabalho de Ruschi./
Feliz será quem tiver coragem de perdoar,
de reconhecer o seu erro,
de colocar o seu ombro para levar
em frente o ideal de Augusto Ruschi.
Eu sou feliz.
Augusto Ruschi vive.
12 de fevereiro de 1990, Vila Velha.
Ronald Mansur
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