Na sexta-feira os ânimos esfriaram com as revisões negativas da criação de postos de trabalho no mês de abril, e dos números de maio que vieram bem abaixo do esperado.
No café a estória não foi diferente, fundos mais uma vez liquidaram compras e colocaram vendas novas nos livros (em NY). A queda no arábica foi de US$ 13.62 por saca em cinco dias, e no robusta US$ 4.50 por saca.
Curioso notar que os comerciais, leia-se torradores e dealers, corajosamente compraram mais de 1 milhão de sacas entre os dias 23 e 29 de maio – e provavelmente compraram um pouco mais na quarta, quinta e sexta também.
Por outro lado, no físico não se fala de muitos negócios. A demanda para cafés suaves é muito retraída e a procura pelos naturais é feita com parcimônia – dada a crença de que a entrada da safra brasileira pressionará os diferenciais.
No robusta os preços mesmo estando altos encontram melhor interesse. A arbitragem entre LIFFE e ICE beira os US$ 60 centavos por libra, nível que poderemos encontrar um suporte momentâneo dada a posição bem comprada dos fundos em Londres, e bem vendida dos mesmos em Nova Iorque.
Mais números sobre produção divulgados na semana chamaram a atenção dos baixistas. O USDA disse que a safra 12/13 do Vietnã pode chagar a 22.45 milhões de sacas. No Brasil a agência Safras fala de uma produção de 54.9 milhões de sacas, sendo 14.5 milhões de conillon. Os que batem o pé dizendo que a produção do conillon será de 17 milhões, adicionam outros 2.5 aos 54.9, ou seja 57.4 – olha a confusão que se cria...
Dados de que as exportações mais baixas dos países membros da OIC, menor em 12.77% em abril comparado com o mesmo mês de 2011, nos faz crer em estoques ainda mais baixos nos destinos. Em algum momento isto será positivo, mas para tanto a indústria tem que usar mais do que está nas mãos dos intermediários (que não se incomodam em carregar estoques em função da estrutura do mercado).
A saca do café no Brasil a R$ 380.00 a bica causa desconforto aos que achavam que venderiam a R$ 600.00. Não dá para falar muita coisa a não ser o que sempre escrevemos por aqui, que só sabemos qual foi a alta depois que ela passou, e aí é tarde demais, portanto a disciplina é a regra do jogo.
A deterioração dos mercados internacionais pode pesar um pouco mais para o “C”, eventualmente fazendo o mesmo testar os US$ 150 centavos por libra.
O “limite” da alta por ora ficará ao redor de 170/175 centavos.
Uma excelente semana a todos e muito bons negócios.
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
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