Brígida Salgado
Quero compartilhar com vocês a experiência vivida durante dois dias no Festival Vale do Café, que acontece na região do vale do Paraíba no Estado do Rio de Janeiro.
A região é conhecida como Vale do Café, pois suas fazendas coloniais são da época do Ciclo Econômico do Café, no século XVIII. Com a queda do ciclo do café, as fazendas passaram a criar gado e hoje os plantios de eucalipto predominam.
O que observamos é que os solos ficaram muito degradados, com a derrubada da mata atlântica para plantar o café, depois tirou-se o café foi substituído pelas pastagens e estas, agora pelo eucalipto e não se produz mais café na região.
Para se manterem as fazendas buscaram uma nova atividade econômica que é o Turismo Rural Histórico e Cultural. As fazendas foram restauradas, mantendo os móveis e estilos da época colonial. Em cada fazenda há um pouco da história do Brasil.
O festival é um evento cultural, tendo como idealizadora a musicista Cristina Braga e já existe há dez anos.
Hoje a produção do evento é feita por empresa especializada em realização de eventos, tendo muitos patrocinadores e apoiadores como o MinC, a Light, a Sec. de Cultura do Estado do RJ, Petrobras, dentre outras empresas importantes de renome.
É um festival de música, que acontece nos vários municípios do Vale. Tem cursos e oficinas diversas e apresentações artisticas em cada fazenda que se abre para o turista. Dessa forma concilia a história com a música de qualidade !
O SEBRAE-RJ sendo um dos apoiadores do evento, teve a boa ideia de convidar produtores de cafés especiais para apresentarem seus cafés para degustação, motivando assim o retorno da produção de café na região.
O evento foi organizado em diversas fazendas da região, onde cafés especiais oriundos de outras regiões produtoras, eram degustados pelos turistas e apreciadores de café, antes das apresentações musicais.
Foram apresentados seis produtores de cafés especiais de diversas regiões para essa degustação: Café Serras da Chapada – da Cooperbio, da região da Chapada Diamantina – Bahia; Pronova Cafés Especiais - da região de Venda Nova do Imigrante – Espírito Santo; Café Nuance - da região do Cerrado Mineiro – Minas Gerais; Café Bazili - da região de Caconde – São Paulo; Café Terra Preta - da região de Alta Mogiana- São Paulo; Café Tassinari – do estado do Rio de Janeiro.
A emoção de estar em locais históricos não só para a vida econômica e social brasileira, mas, sobretudo para a cafeicultura brasileira é enorme!!
O encontro com outros produtores e torrefadores de outras regiões do brasileiras, também foi muito importante e já propusemos ao Sebrae-RJ, que promova paralelamente ao evento, encontros técnicos entre produtores de cafés especiais e rodadas de negócios entre os produtores, os hotéis, as lojas e as fazendas da região."
Para a COOPERBIO foi uma experiência muito rica, aprendemos um pouco mais sobre a história do café e as conversas com os outros produtores, torrefadores e baristas que lá estavam proporcionaram uma troca de conhecimentos importantes para todos
Brígida Salgado
Diretora Presidente da Cooperbio – Cooperativa de Produtores Orgânicos e Biodinâmicos da Chapada Diamantina
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