No
final da década de 50, recém formado em farmácia, o Sr. Pio retornava ao estado
para pedir ao pai Sebastião dinheiro para abrir uma farmácia. Vendo que o
pai se encontrava em dificuldades, resolveu assumir os negócios, foram anos
difíceis. Pio fez uma parceria com o IBC, que trouxe técnicas do plantio em
curva de nível, adubação e tratos culturais, uma inovação para a época.
Adquiriu sementes do catuai 99 vermelho do IAC (Instituto Agronômico de
Campinas) e tornou-se produtor de sementes, para o Espírito Santo e
demais estados. Mas adiante resolveu ingressar no descascamento de café
arábica, 1960, obteve grande qualidade. O que permitiu ser o primeiro capixaba
a exportar café para Alemanha e Copenhague. Nunca mais parou de despolpar café.
Até aqui somente o café arábica, mas o conilon veio e convive na mesma
altitude, na faixa de 500 metros, em Santa Teresa.
Em
2010 resolvemos descascar o conilon, 200 sacas e obtivemos um ágio de
R$30,00 por saca. Levamos a novidade para a Associação de Produtores Rurais de
Rio Perdido, de imediato aceito pelos produtores Luís Carlos Gomes e
Marcelo Corteletti. Em 2011 chegamos a 2.000 mil sacas. Convidamos a Coopeavi,
Incaper e a Revista Conilon Brasil, para fazerem um movimento sobre a qualidade
do conilon descascado. Em 2011 realizou-se o 1º encontro do conilon descascado,
com a participação de mais de 500 produtores.
Hoje
são 16 associados que sabem que o caminho da qualidade é uma forma de agregar
valor. Através trabalho do seu Pio, os cafés da região estão entre os melhores
cafés robusta do mundo e foram vendidos pela Coopeavi para Rússia.
Um
comprador da Coréia conheceu o produto final o que animou mais associados que
estão acreditando que o negócio irá crescer. O conilon está subindo a montanha,
segundo estudos apresentam uma acidez mais alta e uma doçura acentuada, uma
bebida de melhor qualidade. A Coopeavi tem o concurso de conilon descascado Pio
Corteletti, em homenagem a sua visão
que, colocou os cafés capixabas na vitrine do Mundo;
A
cafeicultura capixaba vai assim sendo construída por ações de produtores
empreendedores que ao encontrar nova forma de trabalhar, nunca a esconde de
forma egoísta, somente para si. Este texto foi construído como resultado de
conversas que mantive com o cafeicultor Sergio Silva, que é genro de Pio
Corteletti, que não mais está no nosso convívio.
ronaldmansur@gmail.com
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