Mãe denuncia morte de filho por suposto grupo de extermínio formado por policiais
Familiares de vítimas da onda de violência no estado de São Paulo seguem buscando explicações sobre a morte de seus parentes. Este é o caso de Elizabete de Oliveira Xavier, mãe de Anderson Fernandes Alves de 26 anos, assassinado no dia 23 de julho em Pirituba, Zona Norte de SP, por dois homens encapuzados. A Carta Maior entrevistou Elizabete durante seu depoimento à Defensoria Pública de São Paulo.
Redação
Familiares de vítimas da onda de violência no estado de São Paulo seguem buscando explicações sobre a morte de seus parentes. Este é o caso de Elizabete de Oliveira Xavier, mãe de Anderson Fernandes Alves de 26 anos, assassinado no dia 23 de julho em Pirituba, Zona Norte de SP, por dois homens encapuzados. A Carta Maior entrevistou Elizabete em conjunto com a coleta de seu depoimento à Defensoria Pública de São Paulo, com a presença de defensora Daniela Skromov, do Núcleo de Direitos Humanos.
Anderson Fernandes Alves, dias antes de sua morte, teve uma discussão de transito com uma suposta policial. Entre a discussão de trânsito e sua morte, Anderson foi espancado, levado à delegacia no bagageiro do carro da PM junto com seus familiares – incluindo uma criança -, humilhado e ameaçado por policiais fardados na própria delegacia. No dia seguinte foi morto por duas pessoas de moto, na frente de seu filho. A mesma mulher que se dizia policial compareceu ao local quando o corpo era retirado, cumprimentou os soldados presentes e foi embora aos risos.
Entre os dias 28 de maio a 26 de julho ao menos 400 pessoas foram assassinadas em São Paulo e região, segundo levantamento feito por entidades de direitos humanos. A entrevista de Elizabete remete a este contexto violento pelo qual o procurador Matheus Baraldi Magnani do Ministério Público Federal propôs o afastamento da direção do comando da Policia Militar de São Paulo. Nas palavras dele, “o ‘praça’ não está sob controle, foram ensinados a praticar violência em patamares excessivos”. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), além de criticar a posição do MPF, afirmou em entrevistas que a polícia não iria “retroceder um milímetro”. “Quem enfrentar a polícia vai levar a pior”, disse o governador.
A frase revolta Elizabete, que questiona se a polícia não deveria proteger as pessoas. “Eles estão usando esta farda para matar as pessoas, não para ajudar”, disse, com a sensação de que o atual momento se assemelha à violência praticada no período da ditadura militar.
Assista o depoimento no vídeo acima.
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