A primeira e principal florada dos cafezais em importante área de produção do café arábica do Brasil deverá ocorrer nos próximos dias, disse nesta quinta-feira um agrônomo da Cooparaiso, cooperativa de cafeicultores de São Sebastião do Paraíso, no sudoeste de Minas Gerais. A florada nos cafezais brasileiros interfere nos preços globais da commodity.
A florada nos cafezais brasileiros interfere nos preços globais da commodity, já que a intensidade da ocorrência das flores, tradicionalmente nesta época, determinará o tamanho da produção no país em 2013. "Dentro de seis a sete dias, vamos ter a primeira florada. Este ano, acredito que vamos ter duas floradas. Em ano que chove muito, às vezes vemos mais floradas. Mas essa primeira deve ser a principal", afirmou à Reuters o engenheiro agrônomo Marcelo de Moura Almeida, consultor técnico da Cooparaiso.
Após um período de mais de 60 dias sem chuvas nas áreas produtoras de Minas Gerais, algo que estava preocupando produtores e o mercado global, a cooperativa registrou bons volumes de precipitações para induzir a florada.
Do dia 20 de setembro até esta última quinta-feira, a cooperativa, que inclui lavouras de associados produtores em parte da Mogiana paulista, registrou chuvas de 130 milímetros, um volume bem acentuado.
"Agora as lavouras estão bem abotoadas", comentou ele, na expectativa da abertura dos botões florais.
O chamado "pegamento" das flores, no entanto, ainda dependerá de algumas condições. "Só depois de 40 a 50 dias, após o pegamento do chumbinho (pequenos frutos), poderemos falar sobre safra. Até virar o chumbinho, chumbão, não podemos falar", afirmou Almeida, lembrando que a próxima colheita será a de baixa do ciclo bianual do café arábica.
A safra de café arábica alterna anos de alta produção com a de baixa. Em 2012, o Brasil colheu um recorde acima de 50 milhões de sacas. O fato de a safra 2013/14 ser a de baixa no ciclo bianual torna as floradas mais importantes.
Antes da chegada das chuvas, o presidente da Cooxupé (maior cooperativa de cafeicultores do mundo), Carlos Paulino da Costa, afirmou à Reuters no final de semana que havia grande expectativa sobre as floradas, após um longo período de seca, comentando também a ocorrência vai direcionar os preços no mercado global.
O Estado de Minas Gerais, onde estão situadas as principais cooperativas, produz cerca de metade da safra nacional.
Situação Adversa
Embora as floradas devam ocorrer em um período que está dentro da normalidade, as chuvas atípicas de junho e início de julho trazem uma incerteza sobre o resultado. "Tivemos algumas precipitações diferentes dos outros anos. Este ano tivemos bastante chuva em junho, a média geralmente é 30-36 milímetros, este ano foi 142 mm. Em julho, geralmente não tem chuva, e tivemos 40 mm primeira quinzena", disse o agrônomo da Cooparaiso.
Essas chuvas fora de época geraram uma infestação tardia do fungo da ferrugem, que resultou na queda das folhas de parte das plantações."As lavouras mais n ovas estão boas, mas as mais velhas estão bem desfolhadas (por causa da ferrugem)", disse o consultor técnico da Cooparaiso, observando que 70 por cento da área dos cooperados é composta por pés mais antigos, com cerca de cinco anos.
Segundo ele, o "pegamento" dos frutos depende das temperaturas, de chuvas e também das condições da planta. "A planta enfolhada tem um pegamento melhor, são as folhas que vão dar reserva para fazer o pegamento de chumbinho."
Recentemente, agricultores ligados à Cooparaiso no município de Itamogi sofreram com uma chuva de granizo. Alguns produtores tiveram fortes perdas, mas a área afetada, de 400 hectares, é pequena frente ao total da cooperativa, de 140 mil hectares.
A Cooparaiso recebe anualmente cerca de 1,1 milhão de sacas de café, enquanto a área da cooperativa produz aproximadamente 3 milhões de sacas.
Matéria de Roberto Samora para a Reuters, adaptada pela Equipe CaféPoint.
A florada nos cafezais brasileiros interfere nos preços globais da commodity, já que a intensidade da ocorrência das flores, tradicionalmente nesta época, determinará o tamanho da produção no país em 2013. "Dentro de seis a sete dias, vamos ter a primeira florada. Este ano, acredito que vamos ter duas floradas. Em ano que chove muito, às vezes vemos mais floradas. Mas essa primeira deve ser a principal", afirmou à Reuters o engenheiro agrônomo Marcelo de Moura Almeida, consultor técnico da Cooparaiso.
Após um período de mais de 60 dias sem chuvas nas áreas produtoras de Minas Gerais, algo que estava preocupando produtores e o mercado global, a cooperativa registrou bons volumes de precipitações para induzir a florada.
Do dia 20 de setembro até esta última quinta-feira, a cooperativa, que inclui lavouras de associados produtores em parte da Mogiana paulista, registrou chuvas de 130 milímetros, um volume bem acentuado.
"Agora as lavouras estão bem abotoadas", comentou ele, na expectativa da abertura dos botões florais.
O chamado "pegamento" das flores, no entanto, ainda dependerá de algumas condições. "Só depois de 40 a 50 dias, após o pegamento do chumbinho (pequenos frutos), poderemos falar sobre safra. Até virar o chumbinho, chumbão, não podemos falar", afirmou Almeida, lembrando que a próxima colheita será a de baixa do ciclo bianual do café arábica.
A safra de café arábica alterna anos de alta produção com a de baixa. Em 2012, o Brasil colheu um recorde acima de 50 milhões de sacas. O fato de a safra 2013/14 ser a de baixa no ciclo bianual torna as floradas mais importantes.
Antes da chegada das chuvas, o presidente da Cooxupé (maior cooperativa de cafeicultores do mundo), Carlos Paulino da Costa, afirmou à Reuters no final de semana que havia grande expectativa sobre as floradas, após um longo período de seca, comentando também a ocorrência vai direcionar os preços no mercado global.
O Estado de Minas Gerais, onde estão situadas as principais cooperativas, produz cerca de metade da safra nacional.
Situação Adversa
Embora as floradas devam ocorrer em um período que está dentro da normalidade, as chuvas atípicas de junho e início de julho trazem uma incerteza sobre o resultado. "Tivemos algumas precipitações diferentes dos outros anos. Este ano tivemos bastante chuva em junho, a média geralmente é 30-36 milímetros, este ano foi 142 mm. Em julho, geralmente não tem chuva, e tivemos 40 mm primeira quinzena", disse o agrônomo da Cooparaiso.
Essas chuvas fora de época geraram uma infestação tardia do fungo da ferrugem, que resultou na queda das folhas de parte das plantações."As lavouras mais n ovas estão boas, mas as mais velhas estão bem desfolhadas (por causa da ferrugem)", disse o consultor técnico da Cooparaiso, observando que 70 por cento da área dos cooperados é composta por pés mais antigos, com cerca de cinco anos.
Segundo ele, o "pegamento" dos frutos depende das temperaturas, de chuvas e também das condições da planta. "A planta enfolhada tem um pegamento melhor, são as folhas que vão dar reserva para fazer o pegamento de chumbinho."
Recentemente, agricultores ligados à Cooparaiso no município de Itamogi sofreram com uma chuva de granizo. Alguns produtores tiveram fortes perdas, mas a área afetada, de 400 hectares, é pequena frente ao total da cooperativa, de 140 mil hectares.
A Cooparaiso recebe anualmente cerca de 1,1 milhão de sacas de café, enquanto a área da cooperativa produz aproximadamente 3 milhões de sacas.
Matéria de Roberto Samora para a Reuters, adaptada pela Equipe CaféPoint.
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