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A “Potencialidade de produção do café na Amazônia” foi o tema da palestra do pesquisador da Embrapa Rondônia Alexsandro (foto) Lara Teixeira no Amazontech 2012, em Macapá. Segundo o pesquisador, a produção de café na região Norte passa por uma rápida e crescente transformação. Ele explica que as condições edafoclimáticas da região são mais favoráveis ao cultivo da espécie Coffea canephora (‘Conilon’ e ‘Robusta’), plantas mais rústicas que suportam as altas temperaturas. AEmbrapa Rondônia é instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café- Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa, vinculada ao Ministério da Agrocultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa.
Grande parte das lavouras comerciais de Coffea canephora implantadas em Rondônia - estado da região Norte que apresenta a produção de café mais expressiva – são provenientes de mudas produzidas por sementes. Além disso, essas plantas são originárias de introduções feitas pelos próprios agricultores, sem origem genética definida. Esses são apenas alguns dos fatores que explicam as baixas produtividades alcançadas na região. Pesquisas recentes mostram que essa realidade está mudando com a adoção de novas tecnologias por parte dos cafeicultores e a implantação de lavouras clonais.
“Esses aspectos, associados à adoção de novas tecnologias, como cultivares melhoradas, manejo adequado, adubação e irrigação, proporcionam altos ganhos de produtividade, redução do uso de agrotóxicos e dos custos de produção”, destaca Alexsandro, acrescentando que “outro fator favorável ao cultivo na Amazônia é a disponibilidade de mão de obra no campo, diferentemente do que ocorre nos grandes centros produtores de café. Por mais que seja tecnificada, a cafeicultura é uma atividade voltada à agricultura familiar, baseada no cultivo de uma espécie perene e passível de ser cultivada com sustentabilidade”.
Demanda - A crescente demanda mundial de café, inclusive pelos “especiais”, associada aos melhores preços pagos ao cafeicultor, mostra a oportunidade de investimentos no setor, proporcionando geração de emprego, aumento da renda e fixação do homem no campo. Esse novo cenário cria, também, oportunidades para o cultivo do café arábica na região.
O pesquisador destaca que, somente em Rondônia, são consumidos anualmente sete milhões de quilos de café moído com um consumo per capita de 4,8 quilos. Como 98% da produção do estado é composta por grãos da espécie canephora, as indústrias locais produzem blends de café com uma porcentagem mínima de arábica. “Ou seja, muitos cafés disponíveis para o consumidor local são, na prática, 100% canéfora, sendo que em outros mercados essa porcentagem é dividida meio a meio entre arábica e canéfora”, diz.
O consumo mensal em Rondônia é de 714 mil sacas. As indústrias locais participam de 45 a 50% desse total. Considerando toda a região Norte, esses valores podem chegar a cinco milhões de sacas. A seleção de plantas de arábica para as condições climáticas locais superam as expectativas com produtividades de 60 sacas por hectare em plantios irrigados. O lançamento de cultivares adaptadas às condições de temperaturas elevadas atenderá à demanda de café arábica para toda a região Norte, visto que as cultivares atualmente em uso não expressam todo o seu potencial produtivo, pois são originárias de lugares com altitudes elevadas e temperaturas amenas.
Além da produtividade, parâmetros como qualidade de bebida estão sendo utilizados como critério de seleção para o lançamento das novas cultivares. “O objetivo é oferecer ao cafeicultor plantas de alta produtividade, resistentes a pragas e doenças e, principalmente, com potencial para produção de cafés especiais”, conclui Alexsandro.
Fonte: Embrapa Rondônia
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