sábado, 24 de novembro de 2012

Feira Nacional da Agricultura Familiar, oportunidade de negócios para produtores rurais em situação de extrema pobreza


Description: magem

23/11/2012 19:40
MDS montou cesta de produtos comercializados por agricultores de baixa renda para divulgá-los a empresários e representantes do segmento de supermercados e atacadistas. Ação faz parte da estratégia do Plano Brasil Sem Miséria
Rio de Janeiro, 23 – Mais do que um espaço para comercializar produtos da agricultura familiar, a VIII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo (Fenafra), que prossegue até domingo (25) no Rio de Janeiro, representa uma oportunidade para futuros negócios e para melhorar a vida de milhares de famílias pobres e em situação de extrema pobreza que vivem da produção rural.

Dos cerca de 650 expositores que participam da feira, ao menos 25 representam o público-alvo do Plano Brasil Sem Miséria. Para facilitar o contato desses produtores com empresários e representantes de grandes redes de atacadistas e varejistas, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) montou cestas com produtos vendidos na feira por essas famílias, como forma de divulgar a produção e abrir caminho para vendas em supermercados de todo o país.

Compostas por 13 produtos alimentícios, as cestas do Plano Brasil Sem Miséria estão sendo entregues a pessoas que podem promover uma grande mudança na vida das famílias que vivem dessa produção. “Escolhemos para a cesta produtos que estão prontos para ir ao mercado, com volume de produção que pode atender à demanda das redes”, explica Hetel Santos, da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.

Responsável pelo contato entre produtores e empresários, Hetel montou uma agenda de visitas guiadas pela Fenafra pelos estandes de produtos das famílias do Brasil Sem Miséria. Até domingo, mais de dez representantes dos ramos atacadista e varejista, parceiros do plano, conhecerão os produtos da cesta e terão a chance de conversar com os responsáveis pela produção. “Essa é uma agenda mais política. Pode ser que não saiam grandes vendas imediatas, mas é um contato que pode abrir portas muito importantes para esses produtores futuramente.”

Trabalho e renda – Edmilson Selarin Júnior, representante do braço social da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), foi o primeiro a receber a cesta de produtos do Brasil Sem Miséria. Para ele, a parceria com o Plano Brasil Sem Miséria representa uma oportunidade de negócio para as empresas e, ao mesmo tempo, a chance de levar geração de emprego e renda às comunidades rurais de baixa renda. “Vários produtos da cesta se encaixam no nosso ramo de atuação. Mas também temos aí pessoas que podem ser capacitadas para trabalhar nos nossos empreendimentos. São duas vertentes em que podemos atuar”, assinala ele.

Um dos produtos da cesta é o açafrão produzido por 102 famílias do município goiano de Mara Rosa. Organizadas desde 2003 em uma cooperativa, chamada Cooperaçafrão, essas famílias têm renda mensal média de R$ 800 e chamaram a atenção, durante a Fenafra, de empresários do setor varejista, que pretendem colocar seus produtos nas gôndolas para venda direta ao consumidor.

O presidente da Cooperaçafrão, Dalmo Modesto da Silva, aposta na rentabilidade da produção para ajudar as famílias de agricultores a aumentar sua renda. “Ao longo dos anos, muitas dessas famílias já mudaram de vida, já têm os filhos em boas escolas e casas bem montadas e equipadas. Só precisamos de apoio para organizar melhor a produção e ampliar os clientes”, diz Silva.

Cartão de visitas - Outro produto da cesta que está pronto para ir às gôndolas é o arroz integral produzido por famílias ligadas à Associação Rural de Desenvolvimento Sustentável da Lagoa do Saco (ARDSLS), no município de Felipe Guerra, no Rio Grande do Norte. Essas famílias contam com a ajuda da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural e Sustentável para comercializar o arroz em feiras e eventos. “Costumamos fechar bons negócios em eventos como este e já participamos de todas as edições da Fenafra. Os contatos com empresários são tão importantes quanto as vendas que fazemos aos clientes”, destaca o produtor Reginaldo Câmara da Costa.

“Cada cartão de visitas que a gente entrega a um empresário representa uma chance de negócio”, confirma o agricultor João Pereira dos Santos, de Rondônia. Junto com outras 300 famílias, ele faz parte do projeto de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca). Essas famílias aprenderam técnicas de produção sustentável de palmito de pupunha, outro produto escolhido para compor a cesta de alimentos do Plano Brasil Sem Miséria.

A produção do palmito, antes condenada por agredir a natureza, hoje é feita com técnicas que protegem o meio ambiente e geram renda para as famílias que dependem dessa produção. A qualidade do palmito rendeu elogios de vários visitantes da feira. Mas o que interessa, para João, é divulgar o produto a grandes compradores. “Quando acaba uma feira como esta, sempre recebemos telefonemas e fazemos boas vendas.” Otimista, ele afirma que as famílias do projeto Reca estão se organizando cada vez mais. “Nossa meta é, até 2016, podermos produzir em grande escala, suficiente para atender a todo o país.”

Valéria Feitoza
Ascom/MDS
(61) 3433 1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

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