segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sob olhar de brasileiros, Angola tem dificuldades



Por De São Paulo | Valor Econômico

Embora Angola não esteja na lista dos países com maior potencial de aumentar a produção de café, na avaliação da P&A Marketing Internacional, a nação - que já foi uma grande produtora do grão no passado-, também pretende recuperar a cultura, prejudicada por conflitos civis. A produção em 2011 foi de apenas 29 mil sacas, segundo a Organização Internacional do Café (OIC).
No entanto, os movimentos de empresas brasileiras na exploração desse mercado nos últimos tempos foram frustrados. Carlos Brando, sócio-diretor da P&A, diz que chegou a fazer "dois ou três" estudos para empresas brasileiras e estrangeiras que tentavam investir na cafeicultura do país há cerca de dois anos, mas os projetos não vingaram.
Apesar disso, o consultor e assessor técnico, João Romero, que já trabalhou em um projeto na Etiópia para uma empresa americana - a BD Food Corporation -, iniciou serviço para uma empresa brasileira que pretende investir no cultivo de mil hectares de café em Angola.
Sem revelar o nome da companhia, ele diz que o projeto, ainda em fase inicial, espera pelo aval do governo angolano.
Romero afirma que existe potencial para a cafeicultura em Angola, com terras relativamente boas, menos exigências na área ambiental e possibilidade de cultivo das espécies arábica e robusta, apesar da falta de chuvas. Contudo, o consultor admite que o café pode não ser importante para as nações de um continente "faminto", que prioriza alimentos como milho, arroz e feijão.
Segundo o consultor, o sistema produtivo da cafeicultura precisa passar por mudanças. "É preciso rever a parte genética, o problema da erosão dos solos, o espaçamento entre as plantas e a adubação, independentemente da região". Ele ressalta a importância do Brasil na cultura do café e em outros produtos. "Ainda vamos ensinar o mundo a produzir comida", enfatiza.
Brando, da P&A, afirma que existe demanda de Angola por consultoria agronômica do Brasil. Atualmente, a maior parte desse serviço no país é oferecido por europeus que, embora não sejam produtores da commodity, aprenderam sobre a cultura com suas colônias. (CF)

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