quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Brasil renova acordo com Argentina para importação de leite em pó



postado há 1 dia atrás

Representantes do setor lácteo do Brasil e da Argentina fecharam, nesta segunda-feira (28/01), em Buenos Aires, um acordo de cotas para exportação de lácteos da Argentina para o mercado brasileiro. A Argentina poderá exportar 3,6 mil toneladas mensais de leite em pó para o Brasil, mantendo a cota anterior. O acordo valerá de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014.

Ao propor ao governo brasileiro e à Argentina a definição das cotas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) visa defender o mercado interno de surtos de importações de lácteos que costumam ocorrer em pleno período de safra da produção. Esse movimento pressionaria ainda mais os preços pagos pelo litro de leite no mercado interno, comprometendo a rentabilidade da atividade, já reduzida em função do aumento dos custos de produção. Em 2012, enquanto o preço do litro de leite aumentou 4,3%, os custos de produção subiram 20%, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

As cotas para importação de lácteos da Argentina foram definidas em 2009, quando o país exportou, em um único mês, 10 mil toneladas de leite em pó para o Brasil, prejudicando o mercado nacional. As importações do produto da Argentina e do Uruguai dobraram entre 2008 e 2009, crescimento que levou a CNA a pedir ao governo o estabelecimento de uma política de licenças não automáticas para importação de lácteos, que resultou no primeiro acordo. Renovado desde então, o acordo atual com a Argentina venceu em outubro de 2012 e foi prorrogado até que as partes chegassem a um novo entendimento, o que aconteceu na reunião realizada em Buenos Aires.

O último acordo fechado com a Argentina estabelece a importação máxima de 3,6 mil toneladas de leite em pó por mês. No ano passado, o Brasil importou 104.122 toneladas de leite em pó, sendo que, desse total, 40.121 toneladas vieram da Argentina. O volume médio de importação foi de 3.343 toneladas. Além da CNA, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), Associação Brasileira das Indústrias de Queijos (ABIQ) e representantes da iniciativa privada da Argentina participaram da reunião.

Abaixo-assinado – Para pedir medidas do Governo federal para controlar as importações de leite em pó do Mercosul, a CNA coletou, no ano passado, 22 mil assinaturas de produtores de leite de todo o País. O abaixo-assinado foi protocolado, em dezembro, na Casa Civil da Presidência da República.

A matéria é da assessoria de imprensa da CNA, adaptada pela Equipe MilkPoint.

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