segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Papa e crise do catolicismo fazem semanais derrubarem chamadas de exclusivas das manchetes



Assunto que tomou conta dos noticiários na última semana, a renúncia de Bento XVI foi responsável pela mudança de pauta das semanais, que derrubaram as reportagens exclusivas da capa e deram espaço para especiais sobre a crise no catolicismo. Com capas que trazem a figura do Papa, Veja, IstoÉ e Carta Capital chegaram às bancas com a chamada do conteúdo inédito na parte superior da revista. Da Editora Globo, a Época tratou de outros assuntos além do especial, mas nenhum deles era "exclusivo".
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Renúncia do Papa Bento XVI ganhou os noticiários na última semana (Imagem: AFP)

Veja
 
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Veículo da Editora Abril deixou Bento XVI à frente do fundo preto (Imagem: Divulgação/Veja)
Papa
Cores escuras e fontes em vermelho marcaram a capa da Veja desta semana. A revista focou a cobertura na discussão sobre os bastidores da igreja e trouxe para o especial temas como a crise dos cardeais brasileiros, pedofilia, a rede de intrigas do Vaticano e o perfil ideal do próximo pontífice. O impresso afirma que a atitude de Bento XVI "deu um sopro de vida a uma instituição erguida há 2000 anos, adoecida neste momento por padres pedófilos, escândalos financeiros, choque de egos e vazamentos de documentos". As próximas 18 páginas mostram os papas que já renunciaram e a experiência brasileira, já que é o país com maior número de católicos no mundo. Reinaldo Azevedo é o jornalista que assina o artigo do especial, que fala sobre renovação.

Exclusiva

Já a matéria exclusiva, que poderia ganhar a capa não fosse a renúncia de Joseph Ratzinger, fala sobre a "conspiração cubano-petista contra a blogueira Yoani Sánchez". O texto afirma que o PT, o governo cubano e um funcionário do Palácio do Planalto estão envolvidos numa conspiração para espionar e tentar desqualificar a jornalista conhecida por denunciar a ditadura dos irmãos Castro. 
IstoÉ 
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Revista da Editora Três levanta a possibilidade de o próximo Papa ser um não-europeu
(Imagem: Divulgação/IstoÉ)
Papa
IstoÉ também falou sobre intrigas e escândalos que, para a semanal, levaram Bento XVI à decisão de renúncia. O especial traz no início um infográfico que mostra a rede do Vaticano, os personagens e o envolvimento de cada um no esquema que resulta em desvios e traições. A trajetória de Josepj Ratzinger, desde o seu nascimento até o último dia 11, foi reconstituída e os pontos mais marcantes da vida dele foram ilustrados com fotos. A revista também reporta que o momento é oportuno para a escolha de um papa do terceiro mundo, mais próximo de seus "numerosos rebanhos".

Exclusiva
A identificação da ossada de Preto Chaves, o guerrilheiro do Araguaia, foi tema da reportagem exclusiva. "O ex-marinheiro Francisco Manoel Chaves é o personagem mais misterioso da Guerrilha do Araguaia. Ele viveu quase toda a vida adulta na clandestinidade e morreu, aos 66 anos, emboscado na selva num combate com militares, em 1972", explica o texto.
Carta Capital
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Na capa, publicação de Mino Carta critica postura da Igreja Católica (Imagem: Divulgação/Carta Capital)
Papa
"A renúncia de Bento XVI expõe uma Igreja retrógada, corrupta, acuada por escândalos sexuais e incapaz de se adaptar ao mundo contemporâneo", diz a chamada de capa da Carta Capital. Comandada por Mino Carta, a revista explica que os conservadores tentam dar o caso como "normal, mas óbvio que não é". "No caso de Joseph Ratzinger não houve pressão visível por sua renúncia. Ao contrário, sua decisão apanhou todos de surpresa, com a possível exceção de seu irmão mais velho, o padre e maestro Georg Ratzinger", reporta. O impresso apresenta dentro do especial a entrevista com Marco Damilano, vaticanista e principal jornalista político do L'Espresso, que afirmou que a renúncia abre espaço para um reforma.

Exclusiva

O projeto de Dilma Rousseff em aumentar o imposto das mineradoras e investir o dinheiro em educação foi o assunto inédito abordado pela revista. Maccado com a traja exclusivo, o conteúdo perdeu espaço para o especial da abdicação papal. A matéria mostra que a ideia da presidente é trabalhar o projeto via Medida Provisória, a ser enviada ao Congresso em março deste ano, e traz exemplos de como o sistema de mineração funciona em outros países. 
Época
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Impresso da Editora Globo pergunta se o sucessor de Bento XVI será um brasileiro
(Imagem: Divulgação/Época)
Papa
Publicada pela Editora Globo, Época apresenta na capa um questionamento que sustenta o especial sobre a renúncia: "Um Papa brasileiro?". A reportagem levanta diversas questões como o futuro da igreja no próximo papado, a força católica no mundo, como será a escolha do líder da Igreja Católica, por que não um papa brasileiro e quem são os 117 cardeais que escolherão o próximo papa. "Bento XVI despedia-se dos fiéis depois de chocar o mundo com sua renúncia, anunciada no dia 11. Suas palavras falavam da chegada da Quaresma, quando os católicos devem refletir sobre suas atitudes e os ensinamentos cristãos. Nada mais simbólico. Até a escolha de um novo pontífice, a própria Igreja terá de refletir sobre seus compromissos, suas ideias e seu futuro", disse a revista.

Exclusiva

A revista Época foi a única das quatro semanais a não trazer na parte superior de sua capa uma chamada para uma notícia marcada com o termo "exclusivo".

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