terça-feira, 30 de abril de 2013

Um novo horizonte e novas expectativas com o Centro de Estudos e Cultura da América Latina no Líbano



                      Foto:ndu.edu.lb/ Roberto Khatlab ao lado do Presidente do Líbano


A América Latina, principalmente o Brasil, sempre foi a região que mais acolheu a emigração árabe, principalmente do Líbano, em todo o mundo. Estima-se que no Brasil exista um contingente de libaneses e descendentes que soma o dobro da população libanesa, no entanto, os árabes pouco sabem sobre o Brasil.

O que os árabes e especialmente os libaneses conhecem do Brasil é geralmente o que a mídia e a população que volta do Brasil conta: carnaval, futebol, comércio e, para alguns, a admiração pela grande Amazônia.

Infelizmente a cultura, riquezas naturais e industriais, urbanas e rurais, em geral a própria economia de um país imenso como o Brasil, não eram divulgadas.

Até que o grande historiador brasileiro, pesquisador da emigração e imigração (particularmente libanesa no Brasil e brasileira no Libano), notou esse grande vazio e então começou sua luta para desenvolver um centro acadêmico de estudos da América Latina no Líbano.

Estamos falando de Roberto Khatlab: escritor de mais de 17 livros, teólogo, filósofo e fundador da CECAL, Centro de Estudos e Culturas da América Latina na Universidade do Saint-Esprit de Kaslik(USEK).

O CECAL(também denominado como “A Casa da América Latina no Líbano”) foi criado em 2010, após Roberto Katlab ter apresentado o seu projeto para a Universidade.

O CECAL é um centro multidisciplinar na área cultural, histórica, científica,política, econômica, comercial, desportiva, entre outras. Entre suas metas está difundir e estimular o conhecimento sobre a América Latina, promover intercâmbios em todas as áreas de estudo, ser fonte de pesquisas sobre a América Latina para todos que tem algum interesse na região.

Em 2010, o CECAL, iniciou a primeira fase que foi divulgar a América Latina, para os professores e alunos da Universidade, mostrando que o Brasil está longe de ser apenas o país do futebol e carnaval.

Riquíssimo, o Brasil possui Universidades com excelente nivel educacional, exportações de diversas matérias primas, produtos industrializados e uma economia em ascensão.

Desta maneira, o CECAL divulga para os árabes e libaneses a visão real do Brasil atual, fortalecendo os laços entre os países e abrindo as portas para futuras oportunidades entre esses dois mundos, diferentes, mas tão próximos.

Em 2011, o CECAL realizou uma série de conferências, entre elas uma sobre a política externa da América Latina, que contou com os 9 embaixadores da América Latina no Líbano como palestrantes.

Os estudantes da Universidade, de diversas áreas, puderam então entender em pouco tempo, o muito do que a América Latina tem a oferecer. O interesse dos estudantes foi imediato e muitos ficaram surpresos com tantos fatos que até então desconheciam.

Dentro da Universidade foi criado também uma Coleção da América Latina na Biblioteca Central da USEK, com livros em português, espanhol, francês, inglês e árabe sobre diversos assuntos relacionados com a América Latina.

Incentivando ainda mais estas relações, um dos cursos opcionais que valem créditos e, portanto, configuram como matérias no Curriculum da Universidade, é o português e o espanhol.

Em 2012, iniciou-se a segunda fase do CECAL com a organização de cursos sobre a América Latina. Em novembro realizaram o Colóquio Internacional em parceria com a Rede de Pesquisas sobre o Mundo Árabe e América latina, o RIMALL sobre “As relações entre o Oriente Médio e América Latina: Uma década de relações Sul-Sul”. Onde especialistas do Oriente Médio e América Latina se reuniram e diversos representantes de vários países estavam presentes.

O objetivo do colóquio é realçar as regiões em desenvolvimento que procuram fazer valer suas ideias no cenário internacional pondo em relevo as dimensões estratégicas, econômicas, diplomáticas e culturais.

O Programa desenvolve várias análises sobre o intercâmbio, combinando questões econômicas, acordos de intercâmbio cultural e político, as crises no Oriente Médio e no Mundo árabe e islâmico vistas pelas diplomacias latino-americanas e a diferente visão da América do Norte e América Latina sobre o mundo árabe e seus conflitos.

Também em 2012, o CECAL participou do Fórum Árabe-América Latina em Abu Dhabi, Emirados Arabes Unidos, onde fortaleceram os laços de contato para futuras cooperações.

O CECAL também procura assinar convênios, acordos e memorandum com insitituições universitárias da América Latina. A USEK já tem convênio com a Universidade Federal do Paraná e com a Pontífice Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás).

Essa importante ligação não parou aí. O intercâmbio de estudantes já é uma realidade. O estudante vai para outro país por 3 ou 6 meses realizando pesquisas em sua área de forma teórica e prática, mas mantendo o vínculo com a sua universidade de origem.

Um dos estudantes graduados pela USEK em medicina, o Dr. Charbel El Hashem, após aprender a língua portuguesa, está agora fazendo especialização em Cirurgia plástica no famoso Instituto Ivo Pitanguy, Rio de Janeiro.

O instituto é um dos mais concorridos do mundo e oferece apenas 7 vagas por ano para estrangeiros.

Em breve, o plano do CECAL é oferecer Mestrado de Estudos latino-americanos, um curso com dois anos de duração que abrangerá em particular a área de comércio e economia.

Além do comércio e da economia, o estudante terá também matérias de historia, geografia, ciências politicas e culturais e o indispensável estudo de português e/ou espanhol.

O CECAL também realiza outras atividades, como organização de conferências, concertos, seminários, congressos, publicações, mesas redondas, e exposições para a difusão do conhecimento e o incremento das relações entre o Líbano e América Latina.

O CECAL está sendo um sucesso em mostrar outros aspectos da América Latina através do caminho acadêmico revelando ao Oriente Médio que além da Europa e América do Norte, a América Latina, com seus países emergentes e com um enorme potencial, deve ser mais conhecida e melhor explorada pelos árabes.

Assim o CECAL, com apoio das embaixadas da América Latina no Líbano vai aproximando as fronteiras e fortalendo uma antiga união, valorizando o passado, lutando no presente, e moldando um futuro muito mais promissor.

Agradecemos e temos a honra de ter uma personalidade como Roberto Khatlab no Líbano, um orgulho para as duas nações.


Chadia Kobeissi
Edição-Claudio Cavalcante Junior
Gazeta de Beirute

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Leia Mais: http://www.gazetadebeirute.com/2013/01/centro-de-estudos-e-cultura-da-america.html#ixzz2S0Vl90k9
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Globalização neoliberal: agravamento de formas de opressão às mulheres



Manuela Rodríguez Piñeres, que atua no combate à exploração sexual no Brasil e na América Latina, discute as relações entre o neoliberalismo e o tráfico de pessoas

Ricardo Machado

“No Brasil a escravidão que durou mais de 100 anos. São 125 anos que nos separam dessa cultura, onde seres humanos foram tratados como mercadorias. No entanto, na prática até hoje existem situações em que pessoas são submetidas a condições ou práticas similares à escravatura. Com a queda do muro de Berlim e a gestação de uma nova ordem mundial, diversos problemas anteriormente encobertos por certa aura de irrelevância voltam à cena e passam a integrar o rol de esforços da comunidade internacional”, avalia Manuela Rodríguez Piñeres, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. 
Manuela Rodríguez Piñeres é membro das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor. É graduada em Serviço Social pela Universidade Nacional do Comahue, General Roca, Argentina, fez especialização em Comunicação, Diálogo e Gestão Criativa de conflitos na Universidade Federal da Bahia. Sua trajetória de trabalho conta com 20 anos de atuação no acompanhamento a mulheres em situação de prostituição. Atuou também em um programa de retorno voluntário da Organização Internacional de Migrações – OIM, em Buenos Aires, voltado para mulheres dominicanas traficadas para exploração sexual. 
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Que dimensões o tráfico humano tomou no Brasil e na América Latina nos últimos 30 anos? 
Manuela Rodríguez Piñeres – Nos últimos anos, verificou-se o reconhecimento crescente do tráfico de seres humanos e sua dimensão transnacional como um dos problemas mais desafiadores do século XXI. O tema tornou-se elemento crucial nas agendas políticas de muitos países. Falar sobre as dimensões do tráfico é falar de um crime invisibilizado, onde os critérios para defini-lo não são universais, e há ainda um vazio legal muito grande. Igualmente é preciso falar das dimensões de um problema que muitas vezes não é identificado como tal, onde as pessoas vitimadas muitas vezes não o reconhecem ou se negam a denunciá-lo devido aos riscos que correm pela criminalidade das máfias e pelo vazio legal do qual já falamos.
Além disso, para falar das dimensões de um tema tão complexo, nos deparamos também com a falta de um banco de dados oficial. Isso é fundamentado pelo próprio Escritório de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos, órgão da Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa da Cidadania, do governo do estado de São Paulo. Vamos socializar dados extraídos de The protection project Johns Hopkins University School of advanced International Studies Created by Neha Mather (de março de 2002), que afirma haver entre 200 mil e 500 mil mulheres traficadas da América Latina para os Estados Unidos e Europa.
Sabemos que este dado é amplo e genérico devido às próprias características deste crime invisilibilizado e pelas justificativas já explicitadas acima. No entanto, consideramos significativos os dados que a Organização das Nações Unidas informa, segundo os quais se trata de uma rede lucrativa que ocupa o terceiro lugar na economia mercadológica do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. Segundo a Undoc, o tráfico de pessoas movimenta aproximadamente 32 milhões de dólares por ano.
Dimensões no Brasil
Apesar dos limites para falar das dimensões do tráfico humano no Brasil e na América Latina, vamos pincelar algumas questões sempre permeadas pela falta de dados oficiais, isso sem deixar de lado as pesquisas que mostram que o mesmo tem aumentado nos últimos anos. Um estudo realizado pela Organização Internacional para as Migrações – OIM apontou o Brasil como um dos países-fontes de pessoas atingidas pelo tráfico humano, ao lado da Bulgária, China, Índia, Nigéria. 
A Polícia Federal já recebeu quase 700 denúncias sobre sites de falsas agências de modelo que recrutavam mulheres para o tráfico internacional. Alguns anúncios criminosos utilizavam o código “ficha rosa”. Isso quer dizer que eles estavam atrás de modelos que participassem de eventos (como feiras, congressos e festas fechadas) e, ao mesmo tempo, ficassem disponíveis para serviços sexuais. Esse trabalho de investigação foi feito em parceria com a ONG Safernet, que se dedica à defesa dos direitos humanos na internet. Em 2010 ela lançou um formulário para receber denúncias sobre sites relacionados ao tráfico de pessoas . 
Das pesquisas que se multiplicaram nesta última década, tem-se a de 2002 quando foi publicado o levantamento mais completo sobre o tema no país: Pesquisa sobre tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração sexual comercial no Brasil, conhecida como Pestraf. Por meio de inquéritos policiais, processos judiciais, estudos e reportagens relativos ao período de 1996 a 2002, foi possível identificar a existência de 110 rotas em território nacional e 131 para o exterior. Como as rotas são dinâmicas, este mapeamento certamente está desatualizado. Podemos inferir que a participação do Brasil nas redes internacionais do tráfico de pessoas é favorecida pelo baixo custo operacional, pela existência de boas redes de comunicação, de bancos e casas de câmbio e de portos e aeroportos, pelas facilidades de ingresso em vários países sem a formalidade de visto consular, pela tradição hospitaleira com turistas e pela miscigenação racial.
Ministério da Justiça
Um levantamento do Ministério da Justiça, realizado no âmbito do projeto implementado com o Unodc, apurou que os estados em que a situação é mais grave são Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, por serem os principais pontos de saída do país, e Goiás. A maioria destas rotas leva para Europa.
Acrescento mais alguns dados obtidos com uma profissional do Projeto Vagalume, em Santiago de Compostela (Espanha), vinculado ao Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor. Nos últimos cinco anos foram atendidas aproximadamente 160 mulheres de nacionalidade brasileira que migraram para a Espanha, a partir das fichas de triagem, por demanda de assistência psicológica, jurídica, encaminhamentos sociais e oficinas de formação. Constataram-se alguns elementos que configuram o tráfico de pessoas segundo a definição do Protocolo de Palermo . Os resultados apresentados apontaram mais de 60% das mulheres brasileiras entrevistadas, ou seja, um total de 96 mulheres que estavam em situação de tráfico. No ano 2011 houve apenas três denúncias e, no de 2012, apenas uma. Nesses dois últimos anos, por causa da crise financeira que atingiu a Espanha, diminuiu muito significativamente a quantidade de mulheres brasileiras. Sua demanda mais urgente é retornar ao país de origem. Tudo isso tem a ver com as leis de migração, mas também com a grave crise econômica.
Situação na América Latina
Das informações levantadas em diferentes sites e partir de leituras feitas podemos inferir que pobreza e desemprego são os denominadores comuns que tornaram a América Latina uma região vulnerável para redes de crime organizado que lucram com o tráfico de pessoas, sobretudo mulheres, crianças e adolescentes. 
A seguir trazemos alguns dados de países latino-americanos que têm nosso Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, com projetos voltados ao acompanhamento de mulheres em situação de prostituição ou vitimadas pelo tráfico de pessoas. 
A Venezuela continua sendo um país de trânsito para as redes de tráfico de pessoas, apesar dos esforços feitos pelo governo e pelas comunidades organizadas. 
A Colômbia está entre os 33 países que satisfazem completamente os requisitos mínimos para a eliminação do tráfico humano apesar de ser historicamente um país de envio de pessoas para Europa, particularmente nas décadas anteriores e nesta última.
A Argentina é um país de captação, transporte e destino de mulheres para fins de exploração sexual. Não há estatísticas globais sobre o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual neste país. Porém, especialistas afirmam que ele é um dos que mais têm avançado no combate ao tráfico de pessoas. O número de processos judiciais, por exemplo, passou de 78 em 2010 para 195 em 2011, com 39 sentenças condenatórias, conforme a Unidade de Assistência em Sequestros Extorsivos e Tráfico de Pessoas – Ufase. Os casos praticamente dobraram, passando de cerca de 100 investigações em 2010 para 196 em 2011 . 
IHU On-Line – Que mudanças houve nas últimas décadas em relação à situação atual do tráfico humano e da exploração sexual?
Manuela Rodríguez Piñeres – A globalização do capitalismo neoliberal tem marcado o mundo por mudanças de todo tipo que transformaram os aspectos culturais, sociopolíticos, econômicos, assim como a subjetividade e o cotidiano das pessoas, afetando até mesmo o comportamento delas. No que tange à situação atual do tráfico, tem mudado o perfil das pessoas traficadas das quais muitas delas são consideradas migrantes que não tiveram sucesso. Isso se deve em grande parte à abertura das fronteiras e ao crescimento na consciência das pessoas de seus direitos (por exemplo, o direito de ir e vir, de viajar devido às facilidades para obter passagens a custos razoáveis). Por outro lado, atrelado a essa abertura, os países receptores ou de destino de pessoas traficadas para o trabalho escravo, remoção de órgãos ou exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes, e tráfico de bebês para adoções ilegais, não têm mostrado vontade política para criar leis migratórias que garantam efetivamente esses direitos, a fim de que seja tirada das pessoas traficadas sua condição de ilegais. Essas mudanças se visualizam em outras modalidades de aliciadores que atualmente envolvem os familiares ou pessoas próximas, e nas máfias que são organizações eficientíssimas. Também a influência das mídias, que têm mais abrangência e facilitam sua expansão.
IHU On-Line – O trabalho do Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor (www.oblatas.org.br) permite observar qual traço histórico na exploração das mulheres? 
Manuela Rodríguez Piñeres – Em nosso trabalho focado no acompanhamento de mulheres que exercem a prostituição e mulheres vitimadas pelo tráfico para exploração sexual constatamos como o sexo feminino corresponde à maioria das vítimas, nas mais variadas formas de violência sexual praticadas contra crianças e adolescentes. Segundo os dados do Disque Denúncia 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República referentes ao período de janeiro a fevereiro de 2011, elas são 80% das vítimas de exploração sexual, 67% de tráfico de crianças e adolescentes, 77% de abuso sexual e 69% de pornografia. Um mercado que, segundo estimativas da OIT – Organização Internacional do Trabalho, movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano. 
IHU On-Line – Qual o perfil das mulheres vítimas de exploração sexual e tráfico humano?
Manuela Rodríguez Piñeres – Mais que chamá-las de vítimas, opto por falar de mulheres vitimadas pela exploração sexual. Assim, podemos olhar esta realidade através da lente dos condicionamentos, dentre outros, socioeconômicos, políticos e culturais. Incluo nesse último aspecto o patriarcado e o machismo, que perpetuam sistemas de exploração sexual e econômica das mulheres. É um modelo pornográfico que se impõe neste capitalismo neoliberal hegemônico.
Ao falar desse perfil não queremos cair numa revitimização deste setor social. São mulheres com uma grande capacidade de tomar suas próprias decisões, de despertar para um maior empoderamento, são corajosas, com muitos saberes, proativas e lutadoras. São mulheres com sonhos, com projetos de vida, com o direito a sair de cidade ou povoado de origem ou ao exterior em procura de melhorar a sua qualidade de vida, a de seus filhos e demais familiares. Elas, como todo ser humano, convivem com esses potenciais, mas também com aspectos que as tornam vulneráveis e desestruturam suas vidas. Muitas delas são atingidas pela vulnerabilidade da pobreza. Vale salientar que nosso Instituto de Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor tem uma opção e compromisso solidário com as mulheres que exercem prostituição ou são exploradas sexualmente. 
Diante dessa vulnerabilidade elas são atraídas por promessas enganosas de conforto e altos ganhos. Em sua maioria são mulheres com baixo grau de escolaridade, falta de qualificação para o trabalho e, em consequência, de baixa ou nenhuma renda. São migrantes de sua terra de origem, têm filhos e exercem atividades relativas à prestação de serviços domésticos ou ao comércio, dentre outras. São mulheres que sofrem a pressão e a opressão de um estereótipo de gênero que as torna, muitas vezes, submissas e dependentes de seus exploradores.
IHU On-Line – Como se estabelece a relação cultura / mercado / prostituição?
Manuela Rodríguez Piñeres – Dando um passo mais, no capitalismo chamado neoliberal tudo se transformou em mercadoria, incluindo as pessoas. Ouso afirmar que vai se configurando o que podemos chamar da “cultura do consumo e do dinheiro imediato”. Esta cultura está no auge no século XXI e cria vertiginosamente, dentro do marco da globalização, outras diversas e sofisticadas formas de ganhar dinheiro. Este imediatismo permeia a sociedades nos diferentes âmbitos. A dimensão da economia torna-se já não uma forma de administrar a casa e os bens, mas sim uma “regulamentação da exploração dos seres humanos”, ou seja, a legitimação do trabalho escravo.
Nessa cultura, apresentam-se quase como uma exigência a venda e o consumo dos mais variados produtos, e sustenta-se nas mesmas regras de mercado: uma oferta e uma procura de dimensões incontroláveis que atinge também a chamada “indústria do sexo” ou “mercantilização dos corpos dos seres humanos”. Citando a cartilha Copa para quem? (Comitê Popular da Copa, 2012, São Paulo), “a fórmula clássica é M – D – M (mercadoria, dinheiro, mercadoria), transformação da mercadoria em dinheiro e retransformação de dinheiro em mercadoria. A fórmula da prostituição ficaria assim M – D – M (mulher, dinheiro, mercadoria), transformação da mulher em mercadoria. Nessa fórmula, prostituição significa atestar que a mulher é uma mercadoria. O capitalismo neoliberal tornou-se o principal motor do desenvolvimento da indústria do sexo, do tráfico de mulheres e de crianças para fins de exploração sexual.”
Nesse contexto é que a exploração sexual e comercial das mulheres traficadas nestes últimos anos chegou ao topo da coisificação e desumanização: “A droga a gente vende só uma vez, enquanto que as mulheres a gente vende várias vezes, até que não aguentam mais, fiquem loucas, morram de doença ou se matem” (depoimento de um dono de bordel no Canadá em entrevista para a revista Macleans.)
IHU On-Line – Em que medida os grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas refletem na questão do tráfico de mulheres?
Manuela Rodríguez Piñeres – De modo geral, os países que já sediaram a Copa do Mundo passaram por um processo no qual as parcelas mais pobres da população tiveram seus direitos humanos e sociais violados, sofrendo com o aumento da miséria e da desigualdade, como informa a cartilha intitulada Copa para quem? (Comitê Popular da Copa, São Paulo, 2012). Faltam discussão e debate prévio com toda população do país sobre a decisão da realização destes megaeventos, e não só com as elites ou setores interessados em obter lucros volumosos a qualquer preço. E isso leva ao aumento da prostituição, da exploração sexual de mulheres, adolescentes e crianças e, em consequência, leva ao incremento do tráfico. Vale lembrar que, para a Copa da Alemanha, 40 mil mulheres foram levadas para esse país, uma grande parte delas traficadas .
Turismo sexual
Outra constatação é que o turismo sexual está atrelado à exploração sexual das mulheres, crianças e adolescentes. “Segundo o Ministério do Turismo, aproximadamente 500 mil turistas estrangeiros devem visitar o Brasil durante a Copa do Mundo e mais dezenas de milhões de brasileiros devem movimentar-se entre as cidades-sede.” Também pessoas do país vão comprar com antecedência o pacote turístico. Vale salientar que nesse pacote que as agências turísticas divulgam, coloca-se o conjunto: praia, sol e “MULHERES BRASILEIRAS” como se elas fossem um dos três fenômenos da natureza brasileira tão rica e disponível. É uma maneira de promover a mercantilização dos corpos das mulheres. Uma mulher que luta pelo fim da violência contra as mulheres afirma: “Os megaeventos utilizam da mercantilização do corpo da mulher para lucrar com a indústria do sexo e o tráfico de mulheres” .
IHU On-Line – Que políticas públicas existem no sentido de dar suporte e garantias a mulheres em situação de prostituição?
Manuela Rodríguez Piñeres – As políticas existentes que abrangem a população brasileira em geral, com suas fortalezas e suas fragilidades indiretamente beneficiam as mulheres em situação de prostituição. Se partimos de uma concepção que a prostituição é uma forma de violência às mulheres, podemos considerar que houve avanços nesta luta pelo fim da violência com a implantação da Lei Maria da Penha , já que se tem implementado e implantado Centros de Referência e Casas Abrigo em quase todos estados do país. E o trabalho e contribuição dos movimentos de mulheres e dos movimentos feministas tem sido e contínuo e firme. Ainda há muito para fazer porque a morte de mulheres por causa da violência continua acontecendo cotidianamente. 
No entanto não existem políticas públicas implantadas voltadas para as mulheres em situação de prostituição. O preconceito milenar que atinge este setor social está dificultando dar esses passos para se transformarem em Políticas Públicas sólidas e que visem garantia de direitos das mulheres em situação de prostituição. 
A história brasileira registra a existência de alguns projetos de lei anteriores que nunca avançaram em efetivo em beneficio das mulheres que exercem a prostituição, como o do Deputado Federal Adhemar de Barros Filho, de 1987.
A seguir elencamos outros: Projeto de Lei 3.436/1997 do Deputado Wigberto Tartuce, Partido Progressista Brasileiro-Distrito Federal; projeto de lei Nº 98 DE 2003 (Do Sr. Fernando Gabeira); Projeto de Lei PL 4.244/04 DO deputado federal Eduardo Valverde PT/RO). Já se tramitaram no Congresso Nacional sem aprovação.
Por último, cito o Projeto de lei Nº 4211/2012 – Projeto de lei Gabriela Leite, Jean Wyllys, Deputado Federal PSOL/RJ. Este último está sendo impulsionado, sobretudo, frente aos megaeventos (Copa 2014 e Jogos Olímpicos). Ele propõe a regulamentação da prostituição entendida como profissionalização do sexo. Este projeto vem dividindo opiniões tanto pela conjuntura atual (Copa 2014) como a partir das diferentes leituras que fazem da prostituição os diversos grupos e organizações sociais do poder público e da sociedade civil.
IHU On-Line – Qual o principal desafio no combate à exploração de mulheres?
Manuela Rodríguez Piñeres – Há pelo menos dois grandes desafios. A Prevenção com campanhas de qualidade (que cheguem aos mais variados e diversos âmbitos da sociedade) para poder frear este crime transnacional organizado. É preciso, também, fazer uma definição mais clara das explorações que sinaliza o Protocolo de Palermo (para poder avançar numa legislação mais eficaz que garanta os direitos das pessoas vitimadas por essas explorações). 

Tráfico de pessoas, a escravidão de nossa época



Gabriella Bottani, integrante da Rede Grito Pela Vida, que atua com pessoas em situação de prostituição, delineia um panorama do tráfico humano no mundo

Ricardo Machado

“O tráfico de pessoas representa a escravidão de nossa época, a mercantilização da vida. O tráfico de pessoas desvela a ambiguidade e a violência de um modelo econômico de desenvolvimento que, em nome do lucro, considera tudo mercadoria: terra, água, mata, animais e até pessoas”, define Gabriella Bottani, em entrevista por e-mail àIHU On-Line. Italiana de nascimento, irmã Gabriella, como é conhecida no Brasil, é a representante da Rede Grito Pela Vida na Talitha Kum – Rede Internacional da Vida Religiosa contra o Tráfico de Pessoas. A rede Talitha Kum iniciou seus trabalhos em 2004 e integra um projeto de enfrentamento ao tráfico de pessoas juntamente com a União Internacional das Superioras Gerais – UISG em parceria com a Organização Internacional das Migrações – OIM, que busca formar redes de religiosas capacitadas para a prevenção e o atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, sobretudo para fins de exploração sexual. O primeiro curso de capacitação para tratar do tema foi há quase nove anos em Roma. Desde então mais de 650 mulheres participaram dos cursos e, atualmente, 21 redes atuam em 75 países em todas as partes do mundo.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que representa o tráfico humano no âmbito mundial?
Gabriella Bottani – O tráfico de pessoas representa a escravidão de nossa época, a mercantilização da vida. O tráfico de pessoas desvela a ambiguidade e a violência de um modelo econômico de desenvolvimento que, em nome do lucro, considera tudo mercadoria: terra, água, mata, animais e até pessoas. Mundialmente o tráfico de pessoas movimenta grandes quantidades de dinheiro, sendo – junto com tráfico de drogas e armas – um dos três negócios ilícitos mais rentáveis. As principais vítimas pertencem aos grupos mais vulneráveis e discriminados: mulheres, crianças e adolescentes. As estatísticas publicadas no Relatório 2012 da UNODC  confirmam que as mulheres continuam sendo as principais vítimas do tráfico de pessoas representando 76% do total. Outro dado preocupante é o aumento significativo de crianças e adolescentes, principalmente meninas, que caem nas armadilhas dos traficantes de pessoas. A mesma fonte revelou que este grupo aumentou de 20% para 27% do total das vítimas. 
Inquietação
Acredito que o tráfico de pessoas é uma denúncia e uma inquietação que deveria chegar a todos, e que traz para discussão e reflexão questionamentos antigos e novos: a questão de gênero, o racismo, a escravidão e a liberdade, a desigualdade econômica e social, o modelo de desenvolvimento e seu consequente impacto socioambiental, modelos culturais e religiosos, enfim tudo o que nos leva a desvendar as causas que sustentam esta grave violação dos direitos humanos. Se olharmos para o tráfico de pessoas e escutássemos o grito de dor de tantas vítimas, teríamos a possibilidade de tomar cada vez mais consciência de situações e atitudes que tornam corpos e vida mercadoria, objeto de lucro e de prazer.
IHU On-Line – De que maneira a experiência da migração internacional de pessoas e o tráfico humano estão relacionados?
Gabriella Bottani – Antes de responder apresento as definições da Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional, que define o tráfico de pessoas e o de migrantes, documento assinado pela maioria dos países: 
“A expressão ‘tráfico de pessoas’ significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos.” 
Tráfico de migrantes: “A promoção, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, um beneficio financeiro ou outro beneficio material, da entrada ilegal de uma pessoa em um Estado – parte do qual essa pessoa não seja nacional ou residente permanente.” 
Tráfico de pessoas e tráfico de migrantes
Falar de tráfico transnacional de pessoas e migração é uma questão delicada, pois cada vez mais torna-se difícil traçar linhas claras de demarcação entre tráfico de pessoas e tráfico de migrantes. É urgente pensar nas causas e dimensões dos movimentos migratórios em nosso tempo, sobretudo das grandes massas de migrantes sem documentos, que aumentaram tanto que pode se falar de um sexto continente flutuante. Os grandes movimentos migratórios atuais são causados pela procura de uma vida melhor, devida ao grande desequilíbrio econômico mundial entre nações, instabilidade política e social e problemas ambientais. As motivações que levam muitas pessoas, e cada vez mais mulheres, a sair de seus países são muitas vezes as mesmas que levam a aceitar as propostas dos aliciadores, os quais oferecem a possibilidade de realizar o sonho de vida melhor em uma outra região do mundo ou do próprio país. “Aceitei a proposta, pois achava que tudo era melhor do que na minha terra!”, estas palavras, em meu parecer, resumem muito bem este conceito.
Embora tráfico de pessoas e de migrantes seja definido de formas diferentes, na prática, muitas vezes estas realidades vêm se misturando e confundindo, como é o exemplo dos sequestros de migrantes no México ou a exploração sexual das mulheres. Nosso trabalho enquanto religiosas é de chamar a atenção para que o tráfico de pessoas não seja usado para justificar políticas migratórias protecionistas, que desconsiderem a realidade do indivíduo, sua dignidade e direitos, que consideram primariamente a ilegalidade do ato migratório. 
IHU On-Line – Tendo em conta a participação da senhora nos encontros da Rede Internacional Talitha Kum e a experiência neste trabalho, que países estão mais vulneráveis ao tráfico e à exploração sexual?
Gabriella Bottani – São as regiões do mundo marcadas pela pobreza, instabilidade política e desigualdade econômica. Países que não oferecem possibilidade de trabalho, educação e perspectivas de futuro para os jovens. Os principais países de origem de pessoas traficadas encontram-se no sudeste asiático, que continuam denunciando o maior fluxo de mulheres traficadas transnacionalmente; seguem-se os países da África Subsariana, do Leste Europeu, da América Latina e Caribe. È interessante observar como aumenta o número de pessoas traficadas de regiões mais pobres para outras de destino mais ricas e próximas, tais como são os casos da exploração sexual de mulheres do Leste Europeu na Europa Ocidental; da América Central e do Caribe nos Estados Unidos; do Norte da África no Oriente Médio; de Moçambique na África do Sul; e do Brasil – especificamente do Pará e Amapá – exploradas sexualmente no Suriname e na Guiana Francesa.
Um fator que influi mundialmente no movimento das pessoas traficadas para serem exploradas sexualmente é a demanda, isto é, os gostos e as escolhas de quem adquire serviços sexuais a pagamento. Outro elemento que temos que considerar é que vem aumentando o número de pessoas traficadas internamente. As estatísticas acima da UNODC apontam que, mundialmente, uma de cada quatro vítimas do tráfico de pessoas é explorada em seu país.
IHU On-Line – Qual o perfil dos países para os quais as pessoas traficadas são levadas?
Gabriella Bottani – Os países de destino são aqueles onde há demanda, isto é, os países e regiões mais ricos: Estados Unidos, Europa Ocidental, Austrália, Japão, Oriente Médio e emergentes como a África do Sul e, até mesmo, o Brasil. Pessoas são traficadas também em outros países, seguindo as rotas do turismo sexual, da exploração sexual de crianças e adolescentes. Merecem atenção particular as localidades com grande concentração de demanda de sexo a pagamento, tais como presença de militares, canteiros para a construções de grandes obras, organização de megaeventos etc.
IHU On-Line – Para além da questão da prostituição, que outras atividades de exploração estão relacionadas ao tráfico humano?
Gabriella Bottani – Lembrando que a prostituição é uma das formas de exploração sexual, pessoas são traficadas por serem exploradas no trabalho: nas fábricas, no trabalho doméstico e no âmbito rural. Tal é o caso dos cortadores de cana no Brasil e de crianças traficadas pela colheita do cacau na Costa do Marfim. Outras formas de exploração são para a remoção de órgãos, adoções ilegais, casamentos forçados e tráfico de droga.
IHU On-Line – Que desafios se impõem ao combate ao tráfico de pessoas?
Gabriella Bottani – Acredito que o maior desafio é fazer com que as pessoas não fiquem indiferentes diante desta grave violação dos direitos humanos. Temos que enxergar as causas que levam ao tráfico de pessoas para podê-lo erradicar. Para isso precisa fazer um trabalho preventivo capilar e transformador, seja na perspectiva da oferta ou da demanda. Isso significa quebrar o silêncio para nos deixar tocar pela dor e pelo sofrimento que o tráfico de pessoas é para a humanidade toda, e não somente para as vítimas. 
IHU On-Line – Como os Estados têm se organizados na perspectiva de inibir esta prática?
Gabriella Bottani – Estamos caminhando rumo à liberdade, um caminho ainda muito longe, que precisa de compromisso. No global, o enfrentamento ao tráfico de pessoas tem ainda uma visão redutiva, que leva a uma ação principalmente repressiva do crime organizado. Como já tive a oportunidade de dizer, acredito que esta prática pode ser inibida com um trabalho de prevenção que mire à remoção das causas. Este é o verdadeiro caminho que pode ajudar a humanidade a readquirir sua dignidade e liberdade. Não se pode falar em combate ao tráfico de pessoas sem falar de combate à pobreza e à desigualdade socioeconômica que existe no mundo. Tampouco sem enfrentar o problema da corrupção, e questionar a cultura que torna tudo mercadoria. Nesse sentido, a sociedade civil tem um papel fundamental.
IHU On-Line – Há quanto tempo a Rede Talitha Kum tem se articulado no combate ao tráfico de pessoas, quais foram os avanços e quais são os limites do trabalho?
Gabriella Bottani – Talitha Kum é a rede da vida consagrada no enfrentamento ao tráfico de pessoas; trata-se de uma rede de redes. É o resultado de um projeto da União Internacional das Superioras Gerais – UISG em parceria com a Organização Internacional das Migrações – OIM, que busca formar redes de religiosas capacitadas para a prevenção e o atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, sobretudo para fins de exploração sexual. O projeto começou em 2004 com a realização, em Roma, do primeiro curso. Até hoje foram realizados 16 cursos com a participação de mais de 650 mulheres consagradas. Atualmente Talitha Kum é composta por 21 redes, ativas em 75 países nos cinco continentes. A principal articulação da Vida Consagrada comprometida no enfrentamento ao tráfico de pessoas é local, junto com a sociedade civil, organizações eclesiais, governamentais e não governamentais. Internacionalmente começamos a nos articular em 2010; estamos ainda no começo, procurando caminhos para superar as distâncias e as dificuldades de comunicação. A atuação em Rede da Vida Consagrada foi certamente um avanço que juntou forças no enfrentamento ao tráfico de pessoas, pois, diante da rede de morte das organizações criminosas, muito bem organizadas e articuladas internacionalmente – como são as responsáveis pelo tráfico de pessoas –, uma rede de vida igualmente bem organizada e articulada, que conecta países de origem, transito e destino, disposta em partilhar recursos e forças, pode contribuir de forma eficaz na prevenção ao tráfico de pessoas. O trabalho em rede nos deu a força e a criatividade para adentrar, a partir de pontos de vista diferentes, nas profundidades escuras de nossa época, em suas contradições, modelos de desenvolvimento, desigualdades, tendências e abordar a realidade em sua multidimensionalidade, visto que as causas são simultaneamente econômicas, psicológicas, mitológicas e sociológicas. Isso fez com que nosso trabalho na prevenção e no atendimento às vítimas avançasse em qualidade.

Sangue Bom” registra recorde negativo em segundo capítulo




Logo Sangue Bom
Fracasso?
Foi ao ar hoje (30) o segundo capítulo da novela “Sangue Bom”, que ainda sofre com a baixa audiência deixada por “Guerra dos Sexos”. A trama registrou péssima audiência ficando bem distante da casa dos 30 pontos.
Segundo dados prévios, a trama de Maria Adelaide Amaral registrou apenas 23.2 pontos contra 7.7 da Record e 4.6 do SBT. A Band ficou em quarta colocação com 3.7 pontos.
Estes índices são prévios e podem sofrer mudanças no consolidado – para mais ou para menos. Dados quer servem como referência no mercado publicitário. Cada ponto equivale 62 mil residência na Grande São Paulo.

Libanês adotado procura pais biológicos





Steven Sonneveld nasceu em Ashrafieh, em 1974, filho de pais desconhecidos, ele foi adotado por um casal de holandeses quando tinha dois meses, e descobriu aos cinco anos de idade que ele era uma criança adotada, porque ele percebeu a diferença de pele que ele tinha, e ao perguntar ao pai o porquê dessa diferença, o pai apenas lhe disse que ele veio do Líbano, e que eles não eram seus pais verdadeiros. Sem entender direito o que aquilo significava, ele continuou vivendo como uma criança normal, porém na adolescência, suas origens começaram a aflorar e ele foi vítima de diversos insultos e provocações na escola, segundo Sonneveld, as pessoas o olhavam e lhe davam nomes, por ele ter a pele mais escura que todos os demais, ele disse ter sofrido muito nessa fase, e vivia deprimido. 

Pouco tempo depois, ele deu início a sua própria saga de buscar seus pais biológicos libaneses, e encontrar respostas e informações sobre os motivos dele ter sido dado para adoção a um casal de holandeses. Sonneveld tem como prova de que ele nasceu no Líbano, apenas um documento em árabe em suas mãos, e sua ânsia em encontrar a verdade sobre sua história tem sido meta em sua vida, porém ele já viu que há muitos mistérios, e segredos não revelados, sobre as circunstâncias de sua adoção. 

Segundo Sonneveld, seus pais adotivos nunca conheceram seus pais biológicos, na época em que eles estavam procurando uma criança para adotar, eles consultaram alguns amigos holandeses que haviam acabado de adotar crianças do Líbano, de informação em informação, eles chegaram a uma libanesa que morava na Holanda e que os ajudou no processo. 

Sonneveld conseguiu rastrear essa libanesa, em 2010, e disse que ela se lembra de tudo, lembra-se dos pais dele, lembra-se dele, no entanto, ela disse que tudo isso havia acontecido há muito tempo atrás, e que ela não queria falar sobre isso, recusando-se assim, a dar-lhe maiores detalhes, o que frustrou Sonneveld profundamente, porque ele sabe que ela é a única pessoa que pode lhe falar mais sobre a sua adoção.  Ele decidiu vir para o Líbano, para tentar encontrar respostas, deu uma entrevista para a Al-Jadeed emissora de TV, na esperança de chegar até seus pais naturais, e numa segunda viagem ao Líbano, ele esteve no Ministério do Interior para tentar encontrar uma certidão de nascimento que pudesse dizer a que família libanesa ele pertencia, porque no documento que ele tem, já consta seu nome holandês. Sonneveld está muito atormentado com sua documentação, que inclusive ele descobriu ser falsificado, cujas pessoas mencionadas dos documentos, são fantasmas. 

Sonneveld conseguiu apenas rastrear o medico citado em seu documento, e teve dois encontros com o referido medico em Beirute, onde ele começou a questionar o motivo de haver tão poucas informações oficiais sobre seu nascimento, como o nome de seus pais, nome do hospital. Ele afirmou que no primeiro encontro, o médico o recebeu bem, e deu-lhe explicações generalizadas, de que era uma época de guerra, e que muitos documentos haviam se perdido e ele não conseguia se lembrar do caso dele. Entretanto, no segundo encontro, o referido médico já não o recebeu com tanta cortesia, disse-lhe que não sabia de nada, não podia ajuda-lo e o mandou embora, e Sonneveld achou muito estranho, que o médico envolvido em seu registro, tenha ficado tão irritado com perguntas tão simples, e ele sentiu que ele está tentando se esquivar porque de fato, deve existir um grande segredo por trás das circunstâncias sobre a sua adoção. 

Sonneveld conheceu uma libanesa que reencontrou sua mãe biológica, depois de ter sido tirada à força de sua mãe solteira, anos atrás, e de ter sido dada para adoção a um casal suíço. Desde então, ele passou a suspeitar que a sua adoção, também não tenha sido feita de forma legal e convencional, e que as pessoas que sabem a sua historia, estejam se recusando a contar-lhe, porque de fato existe um grande e misterioso segredo em torno de seu nascimento e processo de adoção. 

Em 2012, depois de ter sua historia exibida no canal LBC, uma família entrou em contato com ele via Facebook, e o “suposto” pai contou-lhe que ele havia se apaixonado por uma moça no início dos anos 70 e que em meados de 74 ela se relacionou com ela, que na época era solteira, e engravidou. Em virtude da incrível semelhança física dele com Sonneveld, ele pediu para fazer o exame de DNA, para saber se de repente, ele era o seu pai biológico, mas infelizmente o exame deu negativo.

E assim, Sonneveld continua a sua saga em busca de suas origens, mesmo diante de tantas dificuldades, mistérios e segredos não revelados, porque ele tem esperanças de encontrar seus pais biológicos em algum momento, e espera que quando ele os encontrar, eles também estejam receptivos em promover um encontro com ele. Sob o pseudônimo “Steven A. Fuente”, Sonneveld escreveu um livro intitulado “Escravo de seus próprios pensamentos”, onde ele descreve o impacto que a adoção causou em sua vida.

Se você conhece alguém com os traços de Steven Sonneveld, ou escutou alguma história que coincida com a dele, ou acha que conhece alguém que possa ser a mãe ou o pai desse jovem libanês, que foi dado para adoção a um casal holandês, entre em contato com ele.

Perfil de Steven Sonneveld no Facebook: 

  



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Google Compra Wavii de Libanês





O Google, comprou o disputado aplicativo de leitura de notícias, Wavii, pelo valor de 30 milhões de dólares, nesta última semana.

A Wavii oferece um serviço que permite que as pessoas "sigam" um tema, da mesma maneira que seguimos uma pessoa no Twitter ou Facebook. 

Foi aí, que o fundador Adrian Aoun, americano de origem libanesa, apresentou uma versão ainda maior, dizendo que ele planejava expandir a tecnologia no centro de serviço da empresa e fornecer uma maneira para máquinas compreenderem melhor as enormes quantidades de informações postadas na Internet a cada minuto. 

Facilitando assim, para os internautas, que buscam todo tipo de informação na Internet, a encontrarem o que buscam, e realmente ficarem atualizados.
No entanto, esse sistema, levará um longo tempo para ser desenvolvido, realizado, e adaptado.

Após disputas com a Apple, a Google, venceu, agora é só esperar para ver, as novidades dessa nova invenção no mundo cibernético.

Chadia Kobeissi
Gazeta de Beirute
28-04-2013


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Abuso sexual infantil em Ain El-Hilweh - LÍBANO




Foto: Dailystar

A Naba'a é uma ONG especializada em ajudar os refugiados dos campos de palestinos no Líbano, em especial famílias e crianças, vítimas de abuso sexual, nesta última semana, a Naba'a emitiu um relatório de um estudo realizado sobre a violência cometida contra crianças dentro dos campos de refugiados, no intuito de aprofundar a gravidade dos incidentes de abuso vividos pelas crianças palestinas. Um dos casos abordados de forma mais explícita, foi o corajoso caso de Hajar S., uma mãe que decidiu falar abertamente sobre o caso de seu filho, quando diversas outras mães se calam, por abuso sexual ainda ser considerado um tabu dentro do campo, habitado por 90 mil refugiados palestinos e cerca de 10 mil refugiados sírios, onde a maioria se silencia por vergonha ou costumes sectários.

Hajar relatou que após o divórcio com seu marido, ela precisou trabalhar, e ficava muitas horas longe de casa, e seu filho de apenas 8 anos, era obrigado a ficar sozinho. Um dia ele foi abusado sexualmente por um garoto mais velho, que em troca lhe deixou LL 3,000 em moedas. Quando soube do abuso cometido contra seu filho, ela levou seu filho imediatamente a um médico, e quando voltou para casa, soube que seu filho não havia sido o único, outros casos ocorreram antes dele, e outros dois casos aconteceram depois. Mas Hajar diz que as mães sentem medo de falar sobre os abusos, sem contar que as vítimas também não recebem apoio psicológico dos pais e de ninguém. Instala-se o silencio, e todos devem esquecer. Então ela recorreu a Naba'a, e levantou a questão sobre essas crianças vítimas de abuso sexual dentro do acampamento, aos especialistas da ONG, contribuindo assim, junto com outros pais em igual situação, para o relatório do estudo realizado pela Naba'a. 

Hajar incentiva outros pais a reportarem os casos aos funcionários do campo, porque a discrição deles não ajudará seus filhos, outras crianças, e ainda incentivará os abusadores a continuarem agindo. Figuras religiosas trabalham incansavelmente dentro do acampamento, para oferecer a educação islâmica adequada aos milhares de devotos que existem lá dentro, porém levantar questões sobre sexo, homossexualismo e estupro, não são aceitos ou permitidos por essas mesmas entidades religiosas. A Naba'a investiga profundamente cada caso, verifica a veracidade de cada denuncia, e oferece auxílio às vítimas, no intuito de poder ajudar a resolver o problema, e proteger as crianças, e evitar que haja novas vítimas. 

Hajar afirmou a importância de conscientizar outras pessoas, e disse que ela apoia as palestras sobre educação sexual nas escolas islâmicas, para sensibilizar os pais e adolescentes, e que a degradação moral ligada ao aumento de canais sem licença de satélites, sem censura, programas que de TV que desviam as crianças e adolescentes da religião, a falta de orientação e educação adequada vem contribuindo para que esse tipo de abuso contra as crianças esteja se intensificando. A maioria das crianças, que foram vitimas de abuso sexual, relatou que os autores eram pessoas próximas, ou conhecidas, que viviam em seu ambiente, ou perto de suas casas, ou escola, e a maioria dos incidentes ocorreram na rua, após a escola, quando as crianças retornavam para suas casas. 

Rowayda Ismail, uma das psicólogas do estudo feito pela Naba'a, disse que os costumes e tradições, falam mais alto, e que o tabu em falar sobre essa questão, leva muitas famílias ao silêncio, e não permite que essas crianças sejam protegidas, ou ajudadas, e nem incentivadas a falarem sobre os problemas que elas enfrentam com seus pais, por medo, por vergonha, e assim, elas acabam privadas de auxilio psicológico e profissional. 17 casos de abuso sexual com meninos entre 10 e 15 anos, foram relatados em 2011, a maioria desencadeada por rompimentos familiares, exposição das crianças a conteúdo pornográfico, além de casos de pedofilia. 

A Naba'a não oferece apenas tratamento psicológico, mas também promove atividades que devolvam as crianças sua saúde mental, além de orientação aos pais, de que deem mais tempo e atenção aos seus filhos e ouçam seus problemas. O Centro Naba'a ganhou credibilidade, popularidade e confiabilidade entre a comunidade, após a notícia de que seus programas e sua equipe eram de confiança, e eles vêm recebendo diversas ligações com pedidos de ajuda. Devido ao crescimento de crianças vítimas de abuso sexual, dentro do acampamento de Ain Al-Hilweh, que ocupa cerca de 1km de terra, e dispõe de 100 mil pessoas, foi criado um Comitê de Proteção as crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, composto por um psiquiatra, um oficial político de comitês populares, uma figura religiosa, e um representante da UNRWA. 

Entretanto, as figuras religiosas envolvidas no comitê do acampamento, precisam se conscientizar a lidar melhor com a realidade, e abordar o assunto sem tabus, porque esconder, ou omitir, o número de casos, ou dizer que a quantidade revelada é exagerada, ou ainda, culpar a vinda de refugiados sírios para dentro do acampamento, não resolverá o problema, assim como falar sobre o assunto, também não irá manchar a imagem do campo, acreditando-se que ele se tornará um ambiente visado, próspero para pervertidos.
Pensar na proteção e bem estar das crianças do acampamento, bem como buscar métodos eficientes de solucionar o problema real e crescente dentro do acampamento, deve ser uma prioridade para essas figuras religiosas. A triste e dolorosa realidade dessas crianças, vítimas de abuso sexual, deve ter muito mais importância do que a opinião, ou visão, das pessoas de fora, em relação à comunidade que vive dentro do acampamento.  


Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute


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Libaneses Punidos pela FIFA





FIFA impõe uma proibição a nível mundial, em 23 jogadores libaneses e 1 árbitro, nesta última quarta-feira (24), após uma série de investigações oficiais, terem sido realizadas pela Associação de Futebol do Líbano (AFL), desde o início do ano.

Após a descoberta de corrupção, ações de apostas e violações de resultados (regionais e até internacionais), envolvendo jogadores e autoridades políticas, a AFL suspendeu os jogadores, com uma variação de pena de um, dois ou três anos. Entre eles dois foram banidos por toda vida, é o caso de Mahmoud El-Ali, de 29 anos, que jogava no Persiba Balikpapan(na Liga da Indonésia), e o Ramze Dayoub, de 28 anos, que jogava em um time da Malásia. A punição dos dois, foi maior, por representarem o Líbano em nível internacional.

O Presidente da Comissão Disciplinar da FIFA, aprovou as sanções que a AFL havia aplicado, que se tornaram então proibições a nível mundial. O que significa que esses jogadores, estarão fora dos campeonatos não apenas nacionais, mas internacionais também.

A AFL realizou uma investigação de dois meses, envolvendo mais de 60 testemunhas, que foi liderada pelo secretário-geral da Federação de Futebol da Ásia Ocidental, Fadi Zreiqat, que suspeitou que houve corrupção nas partidas.

No entanto, a Confederação Asiática de Futebol, relatou em Fevereiro, que não tinha qualquer suspeita, mas solicitou um relatório completo.

O escândalo reascendeu diversas especulações, sobre várias partidas em que o Líbano participou, especialmente sobre o passe errado de Dayoub que resultou em um gol do Catar, que venceu a partida por 1 a 0, em Beirute, em um importante jogo de classificação para a Copa do Mundo.

Em uma entrevista para o Fox Sport, Dayoub afirmou que não é culpado, e que ele foi acusado sem provas.

Diversas autoridades que também estiveram envolvidas no escândalo, e que não estão diretamente conectadas  ao mundo do futebol, em nada foram punidas, e nomes não foram revelados. 

O Futebol tem enfrentado diversos incidentes como esse, em vários países, envolvendo atletas e autoridades, porém a FIFA tem a colaboração da INTERPOL, para tentar proteger a integridade das partidas e do esporte.


Chadia Kobeissi
Gazeta de Beirute 
28-04-2013


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Refugiados pagarão por atendimento médico




Foto: csmonitor.com

O Alto Comissariado da ONU para os refugiados anunciou na última sexta-feira (26), que o afluxo de refugiados no país continua aumentando, e que em virtude do déficit no financiamento destinado aos refugiados, as novas medidas da ACNUR, exigirão que os refugiados paguem uma taxa de US$ 2,00 por consulta médica para cuidados primários de saúde, que incluem consultas, medicamentos e exames, e 10% a mais para cuidados secundários de saúde, que incluem atendimento hospitalar, emergências e cirurgias. O atendimento primário de saúde vem sendo dado gratuitamente a mais de 50 mil pessoas, e o secundários contava com a cobertura de 75% pela ONU.

Alice Wimmer, especialista em saúde da ACNUR, disse que a preocupação da ONU em relação às novas medidas para que o atendimento não seja totalmente cortado, é de que muitas pessoas, que não possuem renda e realmente necessitam de ajuda, ficarão sem atendimento, e isso irá aumentar o numero de mortes dentro dos campos, e que os trabalhadores já estavam tendo que priorizar os pacientes, e que pacientes com doenças crônicas (como cancro, cujo tratamento é caro), estarão em risco. A ênfase da ONU será em cuidados preventivos e curativos, destinados a taxas reduzidas, especialmente para gestantes, mães que estão amamentando, crianças e idosos.  

Mais de 444 mil refugiados, entre os 650 mil espalhados pelo país, estão vivendo em péssimas condições de vida, com insalubridade, superlotação e apresentando dificuldade no tratamento para doenças de pele (como a epidemia de leishmaniose deflagrada na região de Koura), e infecções, vêm recebendo atendimento da ACNUR, a maioria está concentrada no Vale do Bekaa, Monte Líbano, Beirute e no Sul, e mais de 27 mil novos refugiados se registraram na ONU na semana passada. Não apenas cuidados de saúde já começaram sentir os efeitos dos cortes, os programas de habitação também já estão passando por reduções e de acordo com os oficiais da ONU, em breve o corte começará no auxílio alimentar.
  
 Doadores internacionais prometeram US1 bilhão em doação para auxiliar a crise, porém somente o Kuwait reafirmou recentemente que fará dentro de alguns dias uma transferência de US300 milhões para aliviar alguns dos déficits orçamentários da ACNUR libanesa, que é apenas 38% financiada, e a ONU ainda terá que estudar como essa doação poderá reduzir os cortes previstos. O governo da Arábia Saudita distribuiu nesta última semana, roupas de cama e alimentos aos refugiados do Bekaa, e disponibilizou médicos nas proximidades de Trípoli para ajudar no tratamento da epidemia de leishmaniose que está em curso em Koura e região. O vice Primeiro-Ministro libanês, Samir Mouqbel, disse nesta última semana, que as doações recebidas para o plano do governo ajudar os refugiados e manter os serviços nacionais e infraestrutura, foram bem poucas, e que o financiamento dado aos ministérios tem sido o suficiente apenas para manter a equipe.

Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute 


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