Foto: csmonitor.com
O Alto Comissariado da ONU para os refugiados anunciou na última sexta-feira (26), que o afluxo de refugiados no país continua aumentando, e que em virtude do déficit no financiamento destinado aos refugiados, as novas medidas da ACNUR, exigirão que os refugiados paguem uma taxa de US$ 2,00 por consulta médica para cuidados primários de saúde, que incluem consultas, medicamentos e exames, e 10% a mais para cuidados secundários de saúde, que incluem atendimento hospitalar, emergências e cirurgias. O atendimento primário de saúde vem sendo dado gratuitamente a mais de 50 mil pessoas, e o secundários contava com a cobertura de 75% pela ONU.
Alice Wimmer, especialista em saúde da ACNUR, disse que a preocupação da ONU em relação às novas medidas para que o atendimento não seja totalmente cortado, é de que muitas pessoas, que não possuem renda e realmente necessitam de ajuda, ficarão sem atendimento, e isso irá aumentar o numero de mortes dentro dos campos, e que os trabalhadores já estavam tendo que priorizar os pacientes, e que pacientes com doenças crônicas (como cancro, cujo tratamento é caro), estarão em risco. A ênfase da ONU será em cuidados preventivos e curativos, destinados a taxas reduzidas, especialmente para gestantes, mães que estão amamentando, crianças e idosos.
Mais de 444 mil refugiados, entre os 650 mil espalhados pelo país, estão vivendo em péssimas condições de vida, com insalubridade, superlotação e apresentando dificuldade no tratamento para doenças de pele (como a epidemia de leishmaniose deflagrada na região de Koura), e infecções, vêm recebendo atendimento da ACNUR, a maioria está concentrada no Vale do Bekaa, Monte Líbano, Beirute e no Sul, e mais de 27 mil novos refugiados se registraram na ONU na semana passada. Não apenas cuidados de saúde já começaram sentir os efeitos dos cortes, os programas de habitação também já estão passando por reduções e de acordo com os oficiais da ONU, em breve o corte começará no auxílio alimentar.
Doadores internacionais prometeram US1 bilhão em doação para auxiliar a crise, porém somente o Kuwait reafirmou recentemente que fará dentro de alguns dias uma transferência de US300 milhões para aliviar alguns dos déficits orçamentários da ACNUR libanesa, que é apenas 38% financiada, e a ONU ainda terá que estudar como essa doação poderá reduzir os cortes previstos. O governo da Arábia Saudita distribuiu nesta última semana, roupas de cama e alimentos aos refugiados do Bekaa, e disponibilizou médicos nas proximidades de Trípoli para ajudar no tratamento da epidemia de leishmaniose que está em curso em Koura e região. O vice Primeiro-Ministro libanês, Samir Mouqbel, disse nesta última semana, que as doações recebidas para o plano do governo ajudar os refugiados e manter os serviços nacionais e infraestrutura, foram bem poucas, e que o financiamento dado aos ministérios tem sido o suficiente apenas para manter a equipe.
Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute
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