terça-feira, 23 de abril de 2013

Três milhões de crianças sofrem com conflito na Síria, alerta representante da ONU


Deslocados internos em abrigo perto de Damasco, na Síria. Foto: ONUMais de 3 milhões de crianças na Síria sofrem as consequências do conflito em curso. “Esta emergência é uma crise das crianças”, alertou a Representante Especial do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira (18), durante uma reunião aberta sobre a crise síria.

ONU
Deslocados internos em abrigo perto de Damasco, na Síria
Milhares de crianças já foram mortas em suas casas e escolas. Algumas morreram tentando chegar a hospitais ou ao se esconder em abrigos. Além disso, as bombas de fragmentação resultaram em centenas de crianças que tiveram suas mãos, braços ou pernas mutilados. O uso indiscriminado e desproporcional do uso da força em áreas residenciais colocou as crianças em perigo e destruiu o tecido social que as protege — suas famílias e cuidadores.
Crianças a partir dos dez anos são recrutadas e usadas por grupos armados da oposição para fins militares, incluindo funções como portadores, mensageiros e combatentes. As crianças também estariam sendo usadas como escudos humanos por parte das forças governamentais.
“As escolas e hospitais na Síria são atacados e usados sistematicamente por partes em conflito, arriscando a vida das crianças e comprometendo seu acesso a educação e a assistência médica”, informou a Representante Especial ao Conselho de Segurança.
Cerca de 2.500 instalações educacionais foram danificadas ou destruídas, enquanto cerca de 2.000 escolas estão sendo usadas como abrigos para pessoas deslocadas internamente. Cerca de 60% das unidades de saúde da Síria estão danificadas ou não pode ser acessadas com segurança, e cerca de 40% dos hospitais essão inoperantes.
Durante a visita de Zerrougui à Síria em dezembro passado, o governo e o Exército Sírio Livre concordaram em cooperar com as Nações Unidas para proteger estas crianças. No entanto, violações flagrantes dos direitos deste segmento continuam a ser observadas — sem um fim à vista, disse a representante — e o espaço para as Nações Unidas agirem sobre a Síria está encolhendo.
“Eu instou os membros do Conselho de Segurança a ficar juntos e usar sua influência para garantir que as partes em conflito cumpram imediatamente os seus compromissos”, disse a representante especial. Zerrougui também chamou o órgão a trabalhar para criar um mecanismo de responsabilização eficaz para acabar com a impunidade de quem comete violações graves contra as crianças.

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