Foto: Naharnet
Durante a cerimônia dos 13 anos do fim da ocupação israelense no Líbano, realizada na última sexta-feira no Ministério da Defesa, o Presidente Michel Sleiman fez uma clara referencia ao envolvimento do Hezbollah no conflito sírio.
Sleiman declarou que a resistência não deveria permitir que o Líbano mergulhasse numa violência sectária, dentro ou fora de suas fronteiras, e desapontado, disse o Líbano não colheu nenhum fruto dessa almejada libertação, porque as terras foram liberadas, porém não as mentes, que continuam dependentes do sectarismo, que assola o país.
"Libertação e resistência são os frutos do pensamento nobre, com base no reconhecimento de práticas jurídicas, constitucional e democrática. Como pode uma nação como o Líbano fornecer um exemplo maravilhoso de resistência e sacrifício, ao mesmo tempo em que promove diferenças sectárias?", disse Sleiman.
A indignação declarada do Presidente do Líbano, veio na sequencia da ofensiva em Qusair, há 10 km da fronteira com o Líbano, onde dezenas de militantes do Hezbollah foram mortos em combate, gerando uma nova rodada de violência em Trípoli, entre defensores e opositores do regime sírio.
Jean Kahwagi, o General Comandante do Exército libanês, disse que suas tropas puderam proteger o país de ameaças locais e externas, e que o Exército do país é o único capaz de proteger a pátria de ambos os terrenos, e que a força libanesa não permitirá que ninguém empurre o país para fora de suas funções e conspiradores se aproveitem para prejudicar o Líbano.
O Primeiro-Ministro Tammam Salam, afirmou que a libertação não teria sido alcançada, sem a ousadia da resistência, iniciada em 1982, em Beirute, após a invasão israelense, e que a libertação do sul em 2000, representou a glória e o orgulho de todos os libaneses.
Tammam Salam disse ainda, que a resistência não deveria se sujeitar a conflitos internos após essa longa batalha de libertação, e deveria continuar apontando suas armas para a direção certa (Israel), por ela representar a verdadeira fonte de perigo à nação. Salam terminou seu discurso saudando todas as vidas ceifadas em pro da libertação do território libanês.
Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute
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