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Camponeses e população peruana continuam concentrados, nesta terça-feira, nas proximidades da lagoa El Perol em Cajamarca (norte) para protestar contra o projeto Conga, da empresa Yanacocha, que estima transvazar a referida lagoa para construir reservatórios artificiais e favorecer o projeto mineiro.
O correspondente da teleSUL no Peru, Jaime Herrera, informou que os manifestantes asseguraram que se organizarão por grupos e permanecerão na zona para evitar que se realizem os trabalhos de construção das referidas reservas.
Além disso, disse que, depois de uma reunião entre dirigentes e mineiros, se acordou realizar uma série de protestos nos próximos dias 3 e 4 de julho, no marco de cumprir-se um ano do falecimento de cinco pessoas vítimas da repressão policial durante protestos contra o projeto Conga.
Na véspera, o presidente da Plataforma Interinstitucional de Celendín (PIC) em Cajamarca, Milton Sánchez, assegurou em entrevista exclusiva à teleSUL que "milhares de populares estamos contra os anúncios do presidente Ollanta Humala e o gerente geral da Companhia de Minas Buenaventura e proprietário de Yanacocha, Roque Benavides, de transvazar a lagoa de El Perol para construir reservatórios artificiais, este projeto não tem licença social, eles (Humala e Benavides) devem respeitar a vontade dos coletivos sociais que não queremos isso”.
A dirigência da empresa Yanacocha informou no último dia 10 de junho que continuarão a construção dos reservatórios de águapara assegurar o abastecimento para a população ante a afetação das lagoas andinas pelo projeto mineiro, embora o segundo comece a ser construído no primeiro trimestre de 2014.
A empresa apontou, no entanto, que a execução do projeto Conga "continuará apenas se puder se fazer de maneira segura, social e ambientalmente responsável, com ganâncias aceitáveis que justifiquem futuros investimentos”.
Desde o ano 2010, os mineiros peruanos empreenderam uma batalha contra a aprovação do projeto Conga. No início de 2011 existiam mais de 21 milhões de hectares sob concessão mineira, o que representa 16,73% do país.
De acordo com o Observatório de Conflitos Mineiros, Cajamarca é o quarto departamento com maiores concessões territoriais, onde se outorgaram duas mil 732 licenças para a exploração e sondagem mineira.
No final de junho do ano passado, as manifestações dos movimentos sociais cajamarquinos aumentaram o que levou ao governo de Ollanta Humala a decretar um estado de emergência logo após cinco mineiros terem morrido depois dos enfrentamentos.
Nos últimos anos os projetos mineiros a cargo de transnacionais provocaram conflitos socioambientais em cinco departamentos do país.
A notícia é da TeleSUL.
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