sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protestos populares contra aumento de tarifas de transporte público se espalham pelo Brasil



Tatiana Félix
Adital
O reajuste da tarifa do transporte público de São Paulo (SP) – de R$3,00 para R$3,20 no último dia 2 - indignou a população que protestará, pela quarta vez, contra a medida, amanhã (13). O ato está sendo organizado pelo Movimento Passe Livre no facebook e está marcado para começar às 17h em frente ao Teatro Municipal, no Centro de São Paulo. Até esta tarde (12), mais de 12 mil pessoas já haviam confirmado presença através da rede social."Cobrar pelo uso do transporte - que deveria ser público - e ainda aumentar esse preço é uma escolha política pela exclusão, que só beneficia os cofres dos empresários de ônibus. Quando se trata de mobilidade urbana, o poder público continua investindo a maior parte em grandes obras viárias que só beneficiam o carro e não resolvem o problema do trânsito”, analisa o movimento, ressaltando que o aumento faz com que cada vez mais pessoas deixem de usar o transporte e ter acesso à cidade, por não terem condições de arcar com o valor do transporte.
Com o lema "Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar!”, o movimento segue confiante de que o protesto popular conseguirá reverter o reajuste e garante que só irá parar as manifestações quando a tarifa voltar ao valor anterior.
Ontem (11), uma manifestação com mais de 5 mil pessoas na região da Av. Paulista, uma das principais vias da capital, acabou em confronto com a polícia e resultou em alguns feridos e cerca de 20 manifestantes presos com acusações de obstrução de vias, pichação, danos ao patrimônio público, incêndio e formação de quadrilha. Algumas pessoas foram liberadas, mas outras 13 seguem detidas. Nenhuma delas tem antecedentes criminais, segundo a polícia.
O Movimento Passe Livre também pediu nesta terça-feira uma reunião com a prefeitura para dialogar sobre a revogação do aumento das passagens. Na tarde de hoje, estava prevista uma audiência pública entre Ministério Público de São Paulo e organizações civil para debaterem o impasse.
A reação popular em São Paulo segue a mesma tendência que tem sido praticada em outras capitais e cidades brasileiras como Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Teresina, Natal, Rio de Janeiro, Aracajú e Goiânia. Em Natal, no Nordeste do país, população e estudantes protestaram contra o aumento da tarifa e por melhorias no transporte público entre os dias 20 e 21 de maio, e chegaram a realizar um "roletaço”, ato de entrar no ônibus e passar pela catraca sem pagar a tarifa. O movimento #RevoltadoBusão voltou às ruas da capital do Rio Grande do Norte na última semana para dar continuidade aos protestos.
Em Goiânia (Goiás), no Centro-Oeste, o reajuste de R$2,70 para R$3,00 em 22 de maio também provocou uma onda de protestos frente ao aumento considerado ‘abusivo’. Concordando com a reivindicação da população, no último dia 10 a justiça concedeu uma liminar que suspendeu o aumento e determinou a volta da cobrança da passagem do transporte coletivo em R$2,70.
Os movimentos planejam uma manifestação nacional contra o aumento das passagens no transporte público para o próximo dia 20 de junho.
Mais informações sobre a manifestação de amanhã em São Paulo, aqui. Outras informações em:http://saopaulo.mpl.org.br/ e http://tarifazero.org/
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