quarta-feira, 3 de julho de 2013

Método promissor de combate ao Alzheimer começa a ser expandido


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Pacientes que se utilizaram da técnica de estímulos elétricos no cérebro conseguiram evitar avanço da doença

Redação
Um dos métodos mais promissores de tratamento do Mal de Alzheimer começou a ser testado em uma fase mais abrangente desde o fim do mês de junho. Trata-se do DBS (sigla em inglês para Deep Brain Stimulation, ou estímulos profundos no cérebro). Idealizada por uma equipe de médicos canadenses, essa técnica obteve grande sucesso ao ser testada em seis pacientes que há três anos conseguiram, pela primeira vez na história, interromper e até reverter os efeitos da degeneração.
Agora, ela entra em sua fase 2 e começa a ser testada em pacientes na América do Norte e na Europa. O método também começará a ser testado para combater outros males como depressão e anorexia. O médico espanhol Andrés Lozano, radicado no Canadá, acredita, apesar de os estudos ainda não serem conclusivos, que o tratamento poderá ser suscetível a qualquer enfermidade neurológica ou psiquiátrica. Um dos principais empecilhos para a universalização do tratamento é o preço: os pacientes usam um marca-passo calculado em cerca de 57 mil reais, ligado a eletrodos que estimulam o cérebro. O aparelho está ligado a uma pilha que precisa ser trocada a cada quatro anos.


À esquerda, cérebro padrão; à direita, órgão afetado pelo Alzheimer

Os estudos da equipe da Universidade de Toronto começaram em 2010, com seis pacientes, diagnosticados em estágio inicial um ano antes. Eles conseguiram travar os avanços da doença e, em dois desses casos, até revertê-la: a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer.

O procedimento

Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo, onde se situa o centro de memória, é uma das primeiras a encolher. A perda de memória e a desorientação são os primeiros sintomas da doença.

Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal (região do cérebro onde se encontra o hipocampo e o córtex cingulado posterior) absorve muito menos glicose do que o normal, o que explica o seu mau funcionamento e a consequente degradação.
Para tentar reverter esse quadro degenerativo, recorreram ao envio de impulsos elétricos para o cérebro através de eletrodos implantados.
O grupo instalou os dispositivos de estímulo na região do fórnix cerebral – feixe de neurônios que envia sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos elétricos 130 vezes por segundo. Um ano depois, os resultados revelam que a redução de glicose foi revertida e que, como tal, o lobo temporal voltou a funcionar regularmente.

Os cientistas alertam, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação.

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