O premiado compositor e pianista sírio-americano, Malek Jandali, é reconhecido como uma figura de destaque no mundo do piano atualmente. Suas gravações pendentes e turnês extensas, recebem elogios empolgados.
Sua carreira musical, como pianista de concerto, começou em 1988, depois de ganhar o primeiro prêmio no “Syrian National Young Artists Competition”, em 1988, seguido pelo "Outstanding Musical Performer Award" nos Estados Unidos.
Jandali é o primeiro músico árabe a organizar o mais antigo repertorio de música do mundo, que foi apresentado em seu álbum de 2008, "Ecos de Ugarit".
Ele foi o vencedor da "Freedom of Expression Award" em Los Angeles por sua canção de 2011, "Watani Ana - Eu sou minha pátria", bem como sua militância no movimento Primavera árabe, pelos direitos humanos e democracia. Em 2012, ele foi reconhecido em Nova York, com o Prêmio árabe-americano Achievement Cultural.
Um compositor prolífico, as obras de Malek têm recebido elogios da crítica, nos principais jornais em toda a Europa e América do Norte. Seus trabalhos foram realizados com várias orquestras importantes ao redor do mundo, como a Royal Philharmonic Orchestra ,e a Orquestra Sinfónica de Ludwig. Ele tem sido um convidado frequente, no National Public Radio (NPR), BBC, Radio France Musique, e foi apresentado na CNN, PBS, Al Jazeera, Al Arabyia e France 2 TV.
Seu mais recente álbum, "Emessa - Homs", inclui composições originais gravadas com a Orquestra Filarmônica da Rússia. A música foi inspirada pelo povo da Síria, e sua nobre busca pela liberdade, e pelos direitos humanos. Suas causas vão além daquelas de ativismo humanitário, como ele é regularmente reconhecido e convidado, para falar aos principais públicos-acadêmicos da Universidade de Harvard, Rutgers University, Universidade Fordham, sede das Nações Unidas em Nova York, e esteve recentemente, no painel de “The Doha debates” da Universidade de Georgetown, no Qatar.
A carreira diversificada de Jandali permanece internacional, como ele continua a cativar o público em concertos por toda a América do Norte, Europa e Oriente Médio, em locais de prestígio como Lafayette Park na Casa Branca, The Kennedy Center, The Royal Conservatory of Toronto, o Instituto de Música Chicago, St. John Smith Square, em Londres, The Damasco Opera House, The Cairo Opera House, The Detroit Institute of Arts, e Wiener Konzerthaus, entre outros.
Malek atualmente reside em Nova York, e é membro da “The Recording
Academy” e da “The American Society of Composers (ASCAP)”. Sua música é publicado pela “Soul B Music” e pode ser encontrada no iTunes, CD Baby, Amazon e nas unidades da Virgin Megastore, em todo o mundo.
Ouça “Watani Ana” aqui:
Ouça “Echoes from Ugarit” aqui:
Nascido em Waldbröl, Alemanha, o músico se mudou com os pais para Homs, Síria, em 1978. Aos 6 anos, já apaixonado por música, viajava todas as quintas-feiras de Homs para Damasco (100 km de distância), para ter aulas de piano.
Aos 18, depois do colegial, mudou-se para os EUA, para estudar na North Carolina School of the Arts.
Desde 2011, o pianista vem dedicando seu tempo e sua música, para ajudar os rebeldes sírios.
Fez uma série de concertos para angariar milhões, para ajuda humanitária da ONU, mas em virtude de suas composições, ele já foi perseguido pelo regime de Bashar Assad.
"Mas não estou discutindo geopolítica. Não sou um político. Sou um artista. Para mim, proteger os inocentes sírios é uma questão moral", o músico pondera.
Aos 39 anos, Malek Jandali tem uma máxima: “A música é a forma final de liberdade”.
Enquanto os líderes internacionais estão fracassando sobre a questão na Síria, há outras formas de diálogo. Por exemplo, fui a Moscou para gravar uma música, em homenagem à revolução síria - ao mesmo tempo, em que Putin mandava armas para Assad. Também fui gravar outra composição na ópera do Cairo, onde agora os egípcios estão expulsando refugiados sírios. Isso mostra, que povo é povo, solidário mesmo quando os chefões não se acertam."
Em outubro, o pianista estreia um novo concerto em Nova York: “The Voice of the Free Syrian Children”, a turnê passará por Detroit, Londres e Paris, com melodias inspiradas na revolução. Entre elas, uma grande sinfonia, em quatro movimentos, intitulada “The Syrian Symphony”.
O pianista fala um pouco de sua vida
Estudei música para fazer música síria, para mostrá-la ao mundo. Ainda mais agora. Desde o início da revolução pacífica, vi mais fortemente o soft power da música.É uma linguagem universal, uma ferramenta para defender ideias de harmonia e paz, construir pontes entre diferentes culturas e países.
É a forma final de liberdade. Você pode ver a música? Pode tocá-la? Ou capturá-la? Não. Nós sentimos a música. Fiquei inspirado pelos corajosos garotos de Daraa. Compus Watani Ana (My Homeland) para eles.
Ainda em 2011, fiz uma apresentação diante da Casa Branca, como demonstração pacífica de apoio às crianças sírias revolucionárias. A música nem tem a palavra ‘Síria’ na letra, eu digo ‘Oh my homeland, when will I see you free’. Assad viu que não poderia capturar minha música, e foi bater na porta da minha família, em Homs.
Após 72 horas à minha apresentação, seus soldados espancaram brutalmente meus pais. Enquanto minha mãe gritava, eles diziam: ‘Isso é porque vocês não souberam criar seu filho, que está gozando de Assad. É uma lição para vocês’. Com a ajuda de diplomatas, meus pais vieram para Atlanta. Um tempo depois, meu pai, que é médico, quis voltar. Todo mundo tem o direito de voltar para casa, está na Declaração dos Direitos Humanos. Meu pai ficou na fronteira entre a Turquia e a Síria, fazendo trabalho voluntário, para ajudar os feridos.
Mamoun Jandali e Lina Droubi, os pais do compositor e pianista sírio, Malek Jandali, foram espancados e presos em Damasco, depois que ele se apresentou em uma manifestação, em Washington, em 23 de julho deste ano.
Jeane Satie Abou Nimry
Gazeta de Beirute
Fontes: Estadão e site oficial do musico
Fotos: Ya lebnan
Leia Mais: http://www.gazetadebeirute.com/2013/09/maleki-jandali.html#ixzz2g9MrqkB5
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