Um fungo está indo em sua direção. As lagartas estão em marcha. Da mesma forma, estão se deslocando vírus e muitos insetos e vermes nematoides. Desde 1960 todos esses seres estão avançando para o norte e para o sul em uma velocidade média de três quilômetros por ano, à medida que o mundo esquenta, de acordo com pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
Tim Radford
Tim Radford
As pestes podem causar fome, devastação e prejuízos econômicos.
A fome da batata irlandesa no século 19 foi causada pelo patógeno Phytophthora infestans, e a Grande Fome de Bengala de 1943 foi atribuída ao fungo Helminthosporium oryzae. E vinicultores franceses nunca esqueceram o pulgão filoxera, que destruiu suas vinhas.
Risco crescente de perda
O besouro Dendroctonus ponderosae destruiu grandes áreas de floresta de pinheiros no Noroeste Pacífico dos EUA.
O fungo Brusone, do arroz, já atingiu 80 países, e teve um efeito catastrófico em economias agrícolas e ecossistemas locais, e – ameaçadoramente – evoluiu, desenvolvendo um gosto pelo trigo. O Brusone do trigo é agora um grande problema no Brasil.
Países em latitudes mais altas – essencialmente, o mundo desenvolvido – são mais capazes de monitorar e administrar pragas e doenças emergentes. Mas esses também são os países com mais rendimento por hectare.
Se as mudanças climáticas tornam mais fácil para as pestes se espalharem, então deve haver mais esforço para tomar cuidado com novas infestações e para controlar a disseminação de doenças. Simplesmente há mais a perder.
“Esforços renovados são necessários para monitorar a disseminação de pragas e para controlar seu movimento de região para região se quisermos deter a inexorável destruição de colheitas no mundo todo face às mudanças climáticas”, disse Gurr.
Seu colega Dan Bebber afirmou: “Se as pestes continuarem a marchar em direção aos polos à medida que a terra esquenta, os efeitos combinados de uma crescente população global e do aumento na perda de colheitas para pragas representarão uma ameaça seria à segurança alimentar global.”
Traduzido por Jéssica Lipinski.
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