
Stiglitz critica medidas contra crise na Europa
Diante do terceiro “resgate” da Grécia, o economista norte-americano Joseph Stiglitz volta a defender a reestruturação da dívida dos países europeus em crise, critica a austeridade ("há mais desempregados, e mais desemprego pressiona a descida dos salários”), vê com pessimismo a eleição alemã e diz que o FMI não aprendeu nada com as crises latino-americanas do passado recente.
Esquerda.net
Lisboa – O terceiro resgate à Grécia é a repetição, agora na Europa, da má gestão do Fundo Monetário Internacional que marcou sua intervenção na América Latina nos anos 90 e início dos 2000, denuncia o economista norte-americano Joseph Stiglitz.
"O que se deve fazer é tomar medidas para o crescimento e fazer reestruturações suficientemente profundas para não ter que se repetir várias vezes", defende o professor da Universidade de Columbia e prêmio Nobel de Economia, em entrevista ao semanário português ‘Expresso’.
"Nada é pior do que tentar subestimar a necessidade de reestruturar a dívida", sublinha Stiglitz, pois isso "deixa a economia num limbo em que não cresce, e foi isso que a troika fez" na Grécia.
O economista, que lançou recentemente o livro "O Preço da Desigualdade", explicou que "a crise, como tem sido gerida pela troika, tem exacerbado as consequências da desigualdade", uma vez que "há mais desempregados, e mais desemprego pressiona a descida dos salários, afetando todos os trabalhadores. Finalmente, os cortes nos serviços públicos afetam mais os que dependem deles".
Para Joseph Stiglitz, a Europa não tem razões para estar otimista em ver qualquer recuperação econômica "enquanto continuar a visão de que a austeridade funciona". A grande questão, aponta o economista norte-americano, é saber "até quando o eleitorado terá paciência".
Defensor da união bancária europeia e dos ‘eurobonds’, Stiglitz diz que a taxa de juro do BCE deve ser menor do que os atuais 0,5%, a fim de desvalorizar o euro e aumentar a competitividade da produção europeia. Entretanto, ele reconhece que "essas medidas não funcionam nos países que enfrentam as condições mais extremas", como Portugal e a Grécia.
"Enquanto estiverem ligados ao euro, a margem de liberdade política é muito restrita", avalia o economista. "Por isso é necessário mudar a política da União Europeia e da troika”.
Stiglitz não poupa críticas à atuação do FMI, BCE e Comissão Europeia, e receia que a situação só possa piorar, dado que as eleições alemãs parecem indicar uma maioria que não se convence que a Alemanha "é a principal beneficiária do euro e que teve enormes excedentes à custa de déficits de outros países".
"O que se deve fazer é tomar medidas para o crescimento e fazer reestruturações suficientemente profundas para não ter que se repetir várias vezes", defende o professor da Universidade de Columbia e prêmio Nobel de Economia, em entrevista ao semanário português ‘Expresso’.
"Nada é pior do que tentar subestimar a necessidade de reestruturar a dívida", sublinha Stiglitz, pois isso "deixa a economia num limbo em que não cresce, e foi isso que a troika fez" na Grécia.
O economista, que lançou recentemente o livro "O Preço da Desigualdade", explicou que "a crise, como tem sido gerida pela troika, tem exacerbado as consequências da desigualdade", uma vez que "há mais desempregados, e mais desemprego pressiona a descida dos salários, afetando todos os trabalhadores. Finalmente, os cortes nos serviços públicos afetam mais os que dependem deles".
Para Joseph Stiglitz, a Europa não tem razões para estar otimista em ver qualquer recuperação econômica "enquanto continuar a visão de que a austeridade funciona". A grande questão, aponta o economista norte-americano, é saber "até quando o eleitorado terá paciência".
Defensor da união bancária europeia e dos ‘eurobonds’, Stiglitz diz que a taxa de juro do BCE deve ser menor do que os atuais 0,5%, a fim de desvalorizar o euro e aumentar a competitividade da produção europeia. Entretanto, ele reconhece que "essas medidas não funcionam nos países que enfrentam as condições mais extremas", como Portugal e a Grécia.
"Enquanto estiverem ligados ao euro, a margem de liberdade política é muito restrita", avalia o economista. "Por isso é necessário mudar a política da União Europeia e da troika”.
Stiglitz não poupa críticas à atuação do FMI, BCE e Comissão Europeia, e receia que a situação só possa piorar, dado que as eleições alemãs parecem indicar uma maioria que não se convence que a Alemanha "é a principal beneficiária do euro e que teve enormes excedentes à custa de déficits de outros países".
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