domingo, 20 de outubro de 2013

Arábia Saudita se recusa integrar Conselho de Segurança da ONU


Foto: Exame

A Arábia Saudita renunciou na última sexta-feira (18), a ocupar uma cadeira temporária no Conselho de Segurança das Nações Unidas, para protestar pela 'impotência' do organismo, ante os conflitos no Oriente Médio, em particular, na Síria. 

Segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores saudita, “os mecanismos de trabalho e a dupla moral no Conselho de Segurança, o impedem de cumprir com suas obrigações e assumir suas responsabilidades, na hora de manter a paz no mundo”.

Riad “não tem outro remédio, a não ser renunciar a integrar o Conselho de Segurança, até que este seja renovado, e dotado dos meios necessários, para cumprir com suas obrigações, e assumir suas responsabilidades, como garantidor da paz, e da segurança no mundo”, completou a nota.

Na quinta-feira (17), a Arábia Saudita foi eleita pela primeira vez, como membro não permanente do Conselho de Segurança de ONU, ao lado de Chile, Chade, Nigéria e Lituânia. O mandato de dois anos começa em 1º de janeiro de 2014. 

O comunicado destacou que, “Há 65 anos, a questão palestina permanece sem solução”, o que levou a “muitas guerras que ameaçaram a paz mundial”.

O texto afirma ainda, que “permitir ao regime sírio matar seu povo, e queimá-lo com armas químicas diante dos olhos do mundo inteiro, e sem sanções dissuasivas, é uma prova clara da impotência do Conselho de Segurança da ONU, no momento de cumprir com seu dever, e assumir suas responsabilidades”.

A Arábia Saudita, dirigida por um braço muito rígido do islã sunita (o Wahabismo), teme o programa nuclear do Irã, país de maioria xiita. O ocidente, e Israel, acusam Teerã de querer produzir armamento atômico, o que a República Islâmica nega com insistência. Já Israel é oficialmente a única potência nuclear do Oriente Médio.

Riad, que expressa apoio aos rebeldes hostis ao Presidente Bashar al-Assad, aliado de Teerã, critica a gestão da guerra pela ONU. O Conselho de Segurança da ONU tem cinco países com vagas permanentes: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. As outras 10 cadeiras, com mandatos de dois anos, são concedidas pela Assembleia Geral, que vota a cada ano para designar cinco delas.

Therese Mourad
Gazeta de Beirute

Fonte: Reuters e BBC


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