25/11/2013 - 21h55
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Lopes Varella Neto, admitiu hoje (25) que a falta de tratamento de esgoto é um dos principais problemas do Brasil no que se refere ao acesso aos recursos hídricos no país.
Varella Neto participou de debate sobre o assunto na Comissão de Infraestrutura do Senado e disse que quase 40% da população ainda não têm acesso a coleta e tratamento de esgoto, o que traz problemas não só de saúde pública como também de contaminação da água que é consumida. O diretor da ANA apontou dados que mostram que 11% da água consumida no Brasil têm qualidade regular, 6% são de qualidade ruim e 1% de péssima qualidade, sendo que os locais onde a qualidade melhorou são os que tiveram investimentos na rede de esgoto.
Para o presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, José Galizia Tundisi, que participou da audiência com Varella, a falta de investimentos em coleta e tratamento de esgoto se traduz em empecilho para o desenvolvimento do país. Ele alertou para a necessidade de as autoridades promoverem obras e educação da população como forma, inclusive, de prevenir problemas de saúde pública como a diarreia, que mata mais as crianças. “Educação e mobilização da população sobre saneamento são imprescindíveis”, disse Tundisi.
Apesar disso, Varela Neto apontou que 90% da população têm acesso à água encanada e um dos maiores problemas na gestão dos recursos hídricos do país é abastecer a agricultura. Em 2010, 72% da água consumida foram destinadas à produção agrícola, cuja área deverá aumentar até seis vezes nas próximas décadas.
Os dados foram retirados do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos elaborado pela ANA e do Atlas do Abastecimento Urbano de Água. A audiência foi o terceiro painel do sexto ciclo de debates, Água: Gerenciamento e Utilização, promovido pela Comissão de Infraestrutura.
Edição: Fábio Massalli
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