Desafio
de manter jovem de 15 a 17 anos na escola vai a debate
Sexta-feira, 08 de
novembro de 2013 - 12:54
Que tipo de
currículo pode motivar os 3,1 milhões de jovens de 15 a 17 anos, com idade para
cursar o ensino médio, mas ainda no ensino fundamental, a continuar estudando?
Os caminhos para enfrentar esse problema ou as respostas serão discutidos em
seminário promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da
Educação, de segunda-feira, 11, a quarta-feira, 13, na sede do Conselho
Nacional de Educação (CNE), em Brasília.
O desafio do MEC, das secretarias de Educação dos estados,
Distrito Federal e municípios e de universidades públicas, segundo o
coordenador-geral do ensino fundamental da SEB, Ítalo Dutra, é criar currículos
diferenciados e atrativos que motivem esses estudantes a concluir o ensino
fundamental e a fazer o ensino médio. “Eles não são crianças. São jovens com
experiência, que precisam de atendimento escolar motivador para seguir
estudando”, afirma.
O trabalho conduzido pela Diretoria de Currículos e Educação
Integral da SEB visa a incluir os estudantes de 15 a 17 anos, retidos no ensino
fundamental por sucessivas repetências, em escolas com jornada ampliada ou
educação integral. Este ano, 2.347 escolas públicas aderiram à ação denominada
Mais Educação, destinada a jovens nessa faixa etária. O objetivo principal da
iniciativa é orientar a criação de espaços escolares para o protagonismo
juvenil.
Até 2012, de acordo com Dutra, a repetência escolar era mais
acentuada nos anos iniciais do ensino fundamental, situação que deve ser
modificada com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que começou
a ser executado em 2013. Para ele, ao alfabetizar todas as crianças até os
oitos anos de idade — o objetivo do pacto —, será estancada a distorção
idade–série e reduzida de forma significativa a retenção de estudantes nos anos
finais, como acontece hoje e é comprovado por dados do Censo Escolar.
O seminário Política de Adequação Idade–Ano Escolar para Jovens
de 15 a 17 Anos Retidos no Ensino Fundamental vai reunir em Brasília os
coordenadores do programa Mais Educação de todas as unidades da Federação e
suas capitais. Participam também 30 estudantes e seus professores e
representantes de universidades públicas e das secretarias Nacional da
Juventude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ambas da Presidência
da República.
Censo — Dados do Censo Escolar de 2012 mostram
que, dos 3.102.442 jovens de 15 a 17 anos que cursavam o ensino fundamental
naquele ano, 2.593.519 residiam em cidades, contra 508.872 em áreas rurais. No
mapa das cinco regiões do país, alguns estados mostram grande concentração de
estudantes retidos no ensino fundamental.
Na região Sudeste, São Paulo é o que soma o maior número de
jovens em tal situação — 384,6 mil, dos quais 377,6 mil em áreas urbanas,
conforme a tabela. No Nordeste, a Bahia tem 325,2 mil
alunos com 15 a 17 anos ainda no ensino fundamental (237,2 mil em áreas
urbanas). Na região Norte, o Pará aparece com 201,7 mil nessa situação (128,8
mil em áreas urbanas). No Sul, o Rio Grande do Sul é o estado com mais alunos
nessa condição. São 155,9 mil (138,3 mil nas áreas urbanas). No Centro-Oeste,
Goiás tem 89,9 mil desses estudantes (85,5 mil em áreas urbanas).
Ionice
Lorenzoni
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